ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
As mãos são a
enxada da alma
“E então
conhecereis não
as palavras dos
que andam
inchados, mas
a virtude”.
(Paulo, I Cor.,
4:19.)
A Boa-Nova está
repleta de
advertências e
orientações.
As diretrizes
deixadas pelo
Meigo Zagal
Celeste
falam-nos da
importância de
nosso
engajamento nas
hostes do Pai e,
para tal, faz-se
mister nosso
ajustamento a
elas para
atingirmos o
desiderato
assinado para
todos nós: a
perfeição
relativa e a
felicidade sem
mesclas...
Hipnotizados
pelas
superficialidades
das aparências
exteriores, não
buscamos o
acrisolamento
das virtudes e
tampouco
envidamos
esforços para o
bom combate.
Negligenciamos,
assim, por
milênios, as
sublimes
oportunidades de
ascensão
espiritual.
Não podemos
olvidar a
assertiva de
Jesus: “Meu
Pai trabalha até
hoje, e eu
também” (Jo,
5:17).
Tiago aduz:
“A fé sem obras
é morta”,
enquanto João
completa: “Não
amemos de
palavra, mas por
obras e verdade”
(2:17).
Emmanuel
esclarece (1):
“Cristo e Seus
cooperadores não
virão ao
encontro dos
aprendizes para
conhecerem as
palavras dos que
vivem na falsa
concepção do
destino, mas sim
dos que se
identificaram
com o espírito
imperecível da
construção
evangélica. É
indubitável que
o Senhor se
interessará
pelas obras;
contudo, toda
vez que nos
reportamos a
obras,
geralmente os
ouvintes somente
se lembram das
instituições
materiais,
visíveis no
mundo, ricas ou
singelas,
simples ou
suntuosas. Muita
vez, as
criaturas menos
favorecidas de
faculdades
orgânicas, qual
o cego ou o
aleijado,
acreditam-se
aniquiladas ou
inúteis, ante a
conceituação
dessa natureza.
É que,
comumente, se
esquece o homem
das obras de
santificação que
lhe compete
efetuar no
próprio Espírito.
Raros entendem
que é necessário
manobrar pesados
instrumentos da
vontade a fim de
conquistar
terreno ao
egoísmo; usar a
enxada do
esforço pessoal
para o
estabelecimento
definitivo da
harmonia no
coração. Poucos
se recordam de
que possuem
idéias frágeis e
pequeninas
acerca do bem e
que é
imprescindível
manter recursos
íntimos de
proteção a esses
germens para que
frutifiquem mais
tarde.
“É lógico que as
palavras dos que
não vivem
inchados de
personalismo
serão objeto das
atenções do
Mestre, em todos
os tempos, mesmo
porque o verbo é
força sagrada
que esclarece e
edifica. Urge,
todavia, fugir
aos abusos do
palavrório
improdutivo que
menospreza o
tempo na
‘vaidade das
vaidades’.
“Não olvides,
pois, que antes
das obras
externas de
qualquer
natureza, sempre
frágeis e
transitórias,
tens por fazer a
construção
íntima da
sabedoria e do
amor, muito
difícil de ser
realizada, na
verdade, mas,
por isso mesmo,
sublimada e
eterna”.
Apliquemo-nos
nas obras de
santificação e
do Bem com
Jesus,
utilizando-nos
das mãos, essas
enxadas da Alma,
como extensão
das mãos do
Cristo,
aplicando-as
conforme o
aconselhamento
de Marco Prisco,
“como
instrumentos do
pensamento, na
materialização
dos altos
anseios da Vida
imutável,
obedecendo aos
estímulos que
jornadeiam por
nossa
consciência em
nome da Suprema
Vontade”.
Bibliografia:
(1) XAVIER,
Francisco
Cândido.
Vinha de Luz.
19a.
ed., Rio [de
Janeiro]: FEB,
2003, cap. 72,
pp. 157-158.