O Grande Enigma
(4a
Parte)
Léon Denis
Continuamos nesta edição
o estudo do clássico
O Grande Enigma, de
Léon Denis, conforme o
texto da 7a
edição publicada pela
Federação Espírita
Brasileira. O estudo
está sendo aqui
apresentado em 10
partes.
Questões
preliminares
A. Existe o mal?
R.: Não. O mal é feito
de contraste, qual a
noite o é do dia; não
tem existência própria.
O mal é o estado de
inferioridade e de
ignorância do ser a
caminho da evolução; o
mal é a ausência do bem
e este é indefinível por
si mesmo. Defini-lo
seria minorá-lo. (O
Grande Enigma, pp. 83 e
84.)
B. O que disse Léon
Denis sobre a idéia de
fazer do Espiritismo
somente uma ciência
positiva, experimental?
R.: Denis entendia que
eliminar no Espiritismo
o que há de elevado, a
idéia de Deus, o uso da
prece, em vez de
facilitar sua missão,
concorrerá para torná-lo
estéril, sem ação sobre
o progresso das massas.
O Espiritismo
exclusivamente
experimental não terá
mais autoridade nem
força moral necessárias
para ligar as almas. É,
segundo ele, um equívoco
ver no afastamento da
idéia de Deus uma medida
aproveitável ao
Espiritismo. A idéia de
Deus liga-se
estreitamente à idéia de
Lei, e assim à de dever,
de sacrifício, de ordem,
de harmonia, de elevação
dos seres e das
sociedades. Quando a
idéia de Deus se
enfraquece, essas noções
se debilitam e dão lugar
ao personalismo, à
presunção, ao ódio por
toda autoridade, por
toda direção, por toda
lei superior. (Obra
citada, pp. 88, 94 e
95.)
C. Qual é o poder da
prece?
A prece, quando é
ardente, improvisada - e
não recitação monótona
-, tem um poder dinâmico
e magnético
considerável. Ela atrai
os Espíritos elevados e
nos assegura a sua
proteção. Quando em uma
reunião espírita, todos
os pensamentos e
vontades se unem em um
transporte poderoso, em
uma convicção profunda e
sobem para Deus pela
prece, jamais falha o
socorro. (Obra
citada, pp. 91 e 92.)
Texto para leitura
54. Aprendemos
igualmente que nenhum
esforço é perdido e que
nenhum sofrimento é
inútil. O dever não é
palavra vã e o Bem reina
sem partilha acima de
tudo. Cada um constrói
dia por dia, hora por
hora, muitas vezes sem o
saber, seu próprio
futuro. A sorte que nos
cabe na vida atual foi
preparada por nossas
ações anteriores, e do
mesmo modo edificamos no
presente as condições da
existência futura. (P.
79)
55. Quando tais idéias
houverem penetrado no
ensino e, daí, nos
espíritos e nas
consciências,
compreender-se-á que o
espírito de justiça não
é mais do que o
instrumento admirável
pelo qual o Criador leva
tudo à ordem e à
harmonia. Sentir-se-á,
então, que a idéia de
Deus é indispensável às
sociedades modernas, que
se abatem e perecem
moralmente, porque, não
compreendendo Deus, não
se podem regenerar. (P.
80)
56. Deus nos fala por
todas as vozes do
Infinito, e fala, não em
uma Bíblia escrita há
séculos, mas em uma
bíblia que se escreve
todos os dias, com esses
característicos
majestosos que
designamos por oceanos,
montanhas e astros. (P.
82)
57. Não existem dois
princípios no mundo – o
Bem e o Mal. O Mal é
feito de contraste, qual
a noite o é do dia. Não
tem existência própria.
O Mal é o estado de
inferioridade e de
ignorância do ser a
caminho da evolução. (P.
83)
58. O Mal é a ausência
do Bem. O Bem é
indefinível por si
mesmo. Defini-lo seria
minorá-lo. É preciso
considerá-lo, não em sua
natureza, mas em suas
manifestações. (P. 84)
59. A missão real do
Espiritismo não é
somente esclarecer as
inteligências por um
conhecimento mais
preciso e mais completo
das leis físicas do
mundo. Levantar os
caracteres e fortificar
as consciências, tal é o
papel do Espiritismo.
(P. 88)
60. Eis a nossa
convicção: não é fazendo
do Espiritismo somente
uma ciência positiva,
experimental; não é
eliminando nele o que há
de elevado, o que atrai
o pensamento acima dos
horizontes estreitos, a
idéia de Deus, o uso da
prece, que se facilitará
sua missão. Isso, ao
contrário, concorreria
para torná-lo estéril,
sem ação sobre o
progresso das massas.
(P. 88)
61. Ninguém mais do que
nós admira as conquistas
da Ciência, mas a
Ciência não é tudo. Sem
dúvida, ela tem
contribuído para
esclarecer a Humanidade;
entretanto, tem-se
mostrado impotente para
a tornar mais feliz e
melhor. A grandeza do
espírito humano não
consiste somente no
conhecimento; está
também no ideal elevado.
(PP. 88 e 89)
62. Os que lidam com a
experimentação espírita
devem lembrar que em
torno de nosso planeta
flutua uma vida
poderosa, invisível,
onde dominam os
Espíritos levianos e
motejadores, com os
quais se misturam
Espíritos perversos e
malfazejos. Existem ali
muitos apaixonados,
cheios de vícios,
criminosos, que deixaram
a Terra com a alma
repleta de ódio. É desse
meio que nos vêm as
mistificações, os
embustes e as manobras
pérfidas que podem
conduzir os médiuns à
obsessão, à possessão e
à perda das mais belas
faculdades. (P. 90)
63. Felizmente, ao lado
do mal está o remédio: a
prece. (P. 91)
64. A prece, quando é
ardente, improvisada - e
não recitação monótona
-, tem um poder dinâmico
e magnético
considerável. Ela atrai
os Espíritos elevados e
nos assegura a sua
proteção. Quando em uma
reunião espírita, todos
os pensamentos e
vontades se unem em um
transporte poderoso, em
uma convicção profunda;
quando sobem para Deus
pela prece, jamais falha
o socorro. (PP. 91 e 92)
65. Para entrar em
relação com as Potências
superiores, com os
Espíritos esclarecidos,
é preciso a vontade e a
fé, o desinteresse
absoluto e a elevação
dos pensamentos. Fora
destas condições, o
experimentador torna-se
joguete dos Espíritos
levianos. (PP. 92 e 93)
66. O Espiritismo foi
dado ao homem como meio
de se esclarecer, de se
melhorar, de adquirir
qualidades
indispensáveis à sua
evolução. Se se
destruíssem nas almas ou
apenas se desprezassem a
idéia de Deus e as
aspirações elevadas, o
Espiritismo poderia
tornar-se coisa
perigosa. Eis por que
não hesitamos em dizer
que entregar-se às
práticas espíritas, sem
purificar os pensamentos
e sem se fortificar pela
fé, seria executar obra
funesta. (P. 93)
67. O Espiritismo
exclusivamente
experimental não teria
mais autoridade nem
força moral necessárias
para ligar as almas. Há
quem suponha ver no
afastamento da idéia de
Deus uma medida
aproveitável ao
Espiritismo. Eis aí um
equívoco. A idéia de
Deus liga-se
estreitamente à idéia de
Lei, e assim à de dever,
de sacrifício, de ordem,
de harmonia, de elevação
dos seres e das
sociedades. É por isso
que, logo que a idéia de
Deus se enfraquece,
essas noções se
debilitam e dão lugar ao
personalismo, à
presunção, ao ódio por
toda autoridade, por
toda direção, por toda
lei superior. (PP. 94 e
95)
68. Deus, foco de
inteligência e de amor,
é tão indispensável à
vida interior, quanto o
Sol à vida física! Deus
é o sol das almas. É
dele que emana essa
força, às vezes energia,
pensamento, luz, que
anima e vivifica todos
os seres. (P. 97)
69. A prece nos põe em
contato com o Criador.
Ela é a forma, a
expressão mais potente
da comunhão universal,
mas não é o que tantas
pessoas supõem: uma
recitação frívola,
exercício monótono e
muitas vezes repetido.
Não! Pela verdadeira
prece, a prece
improvisada, aquela que
não comporta fórmulas, a
alma se transporta às
regiões superiores e aí
haure forças, luzes, e
encontra apoio que não
podem conhecer nem
compreender os que
desconhecem Deus. (PP.
97 e 98)
70. O homem que
desconhece Deus e não
quer saber que forças,
que recursos, que
socorros dele promanam,
esse é comparável a um
indigente que habita ao
lado de palácios, cheios
de tesouros, e se
arrisca a morrer de
miséria diante da porta
que lhe está aberta e
pela qual tudo o convida
a entrar. (P. 98)