ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
O Grande Enigma
(5a
Parte)
Léon Denis
Continuamos nesta edição
o estudo do clássico
O Grande Enigma, de
Léon Denis, conforme o
texto da 7a
edição publicada pela
Federação Espírita
Brasileira. O estudo
está sendo aqui
apresentado em 10
partes.
Questões
preliminares
A. A presença de Deus em
nossa vida é um fato
concreto?
R.: Sim. A ação de Deus
se desvela tanto no
mundo físico quanto no
mundo moral, no Universo
inteiro. Não há um único
ser que não seja objeto
de sua solicitude. Um
fato que demonstra, de
modo brilhante, a
intervenção de Deus na
História, é o
aparecimento, no tempo
próprio, nas horas
solenes, dos grandes
missionários, que
estendem a mão aos
homens e lhes ensinam a
lei moral, a
fraternidade e o amor
dos semelhantes,
dando-lhes o grande
exemplo do sacrifício de
si pela causa de todos.
(O Grande Enigma, p.
103 e 104.)
B. Existe um meio de
salvar a sociedade da
situação em que se
encontra?
R.: Evidente que sim.
Mas, segundo Léon Denis,
o único meio de salvar a
sociedade em perigo é
elevar os pensamentos e
os corações para a
Potência Infinita que é
Deus, unindo nossa
vontade à dele e
compenetrando-nos da sua
Lei. Veremos então que
Deus não é uma abstração
metafísica; que Deus é
um ser vivo, sensível,
consciente, nosso Pai,
nosso guia, nosso
condutor, nosso melhor
amigo. (Obra citada,
p. 106.)
C. Como definir Deus?
R. Deus é incognoscível
em sua essência, em suas
íntimas profundezas, mas
revela-se por toda a sua
obra, no grande livro
aberto aos nossos olhos
e no fundo de nós
mesmos. Deus é o
Espírito puro, o
Pensamento puro. Mas a
idéia pura, em sua
essência, não pode ser
formulada sem ser
diminuída, alterada,
porque toda fórmula é
uma prisão. (Obra
citada, pp. 114 e 115.)
Texto para leitura
72. É preciso entender
que os Espíritos
potentes, esses
missionários, esses
agentes de Deus, foram
também homens de carne,
como nós somos, cheios
de fraquezas e misérias,
e atingiram essas
alturas por suas
pesquisas e seus
estudos, pela adaptação
de todos os seus atos à
lei divina. O que eles
fizeram todos podemos
fazer também. (P. 102)
73. Graças aos estudos
psíquicos e aos
fenômenos telepáticos,
estamos aptos a
compreender, desde já,
que nossas faculdades
não se limitam aos
nossos sentidos. Nosso
Espírito pode irradiar
além do corpo, pode
receber as influências
dos mundos superiores,
as impressões do
pensamento divino. (P.
102)
74. A ação de Deus se
desvela, pois, tanto no
mundo físico quanto no
mundo moral, no Universo
inteiro. Não há um único
ser que não seja objeto
de sua solicitude. (P.
103)
75. Um fato que
demonstra, de modo
brilhante, a intervenção
de Deus na História, é o
aparecimento, no tempo
próprio, nas horas
solenes, dos grandes
missionários, que
estendem a mão aos
homens e lhes ensinam a
lei moral, a
fraternidade e o amor
dos semelhantes,
dando-lhes o grande
exemplo do sacrifício de
si pela causa de todos.
(P. 104)
76. Haverá algo mais
imponente do que a
missão dos Enviados
divinos? As fogueiras se
acendem; os sarcasmos e
o desprezo os atingem,
mas eles seguem, com a
fonte altiva e a alma
serena, no cumprimento
de sua missão. (P. 104)
77. O único meio de
salvar a sociedade em
perigo é elevar os
pensamentos e os
corações para a Potência
Infinita que é Deus,
unindo nossa vontade à
dele e compenetrando-nos
da sua Lei. Veremos
então que Deus não é uma
abstração metafísica;
Deus é um ser vivo,
sensível, consciente; é
nosso Pai, nosso guia,
nosso condutor, nosso
melhor amigo. (P. 106)
78. É por essa razão que
Léon Denis diz: “Meus
irmãos, recolhei-vos no
silêncio das vossas
moradas; elevai
freqüentemente a Deus os
transportes de vossos
pensamentos e de vossos
corações, expondo-lhe
vossas necessidades,
vossas fraquezas, vossas
misérias; e, nas horas
difíceis, dirigi-lhe o
apelo supremo. Aprendei
a orar do mais profundo
de vossa alma, e não
mais da ponta dos
lábios; aprendei a
entrar em comunhão com
vosso Pai; a receber
seus ensinamentos
misteriosos, reservados,
não aos sábios e
poderosos, mas às almas
puras, aos corações
sinceros”. (PP. 107 e
108)
79. Quando quiser achar
refúgio contra as
tristezas e as decepções
da Terra, o homem deve
lembrar-se de que existe
somente um meio: elevar
o pensamento a essas
puras regiões da luz
divina, onde não
penetram influências
grosseiras deste mundo.
Os rumores das paixões,
o conflito dos
interesses não vão até
lá. Chegando a essas
regiões, o Espírito se
desprende de
preocupações inferiores,
de todas as coisas
mesquinhas de nossas
existências, e vê então
as leis do seu destino.
(P. 108)
80. Aquele que tem em
seu pensamento e em seu
coração essa fé ardente,
essa confiança absoluta
no futuro, essa certeza
que o eleva, esse está
encouraçado contra a dor
e ficará invulnerável no
meio das provas. Eis aí
o segredo de todas as
forças, de todo o valor,
o segredo dos
inovadores, dos mártires
e de todos aqueles que
oferecem sua vida por
uma grande causa. (PP.
108 e 109)
81. Cada religião
explica Deus à sua
maneira; cada teoria o
descreve a seu modo,
resultando de tudo isso
uma confusão, um caos
inextricável, de onde os
ateus têm tirado
argumentos para negar a
existência de Deus, e os
positivistas para o
declarar
“incognoscível”. (P.
110)
82. A objeção mais
freqüente à idéia de
Deus consiste em
dizer-se: “Se Deus
existe, se Ele é, como
pretendeis, Bondade,
Justiça, Amor, por que o
mal e o sofrimento
reinam feitos senhores
em torno dos seres?” (P.
111)
83. Léon Denis examinou
tal objeção em dois
livros: “Depois da
Morte”, segunda
parte, e “O Problema
do Ser, do Destino e da
Dor”, cap. XVIII e
XIX. Resumidamente: o
sofrimento é um meio
poderoso de educação
para as almas, porque
desenvolve a
sensibilidade, e por
vezes é uma forma de
justiça, corretivo a
atos anteriores. O mal
é, na verdade,
conseqüência da
imperfeição humana. (PP.
111 e 112)
84. Outra objeção, que
constitui uma das
questões capitais da
Filosofia, é assim
formulada: “Seria Deus
um ser pessoal ou é o
ser universal,
infinito?” Léon Denis
diz que dessa indagação
surgiram os dois grandes
sistemas sobre Deus: o
deísmo e o
panteísmo. “A
personalidade
verdadeira -
afirma Denis - é o
eu, a
inteligência, a vontade,
a consciência. Nada
impede concebê-la sem
limites, isto é,
infinita. Sendo Deus a
perfeição, não pode ser
limitado. Assim se
conciliam duas noções,
na aparência
contraditórias.” (PP.
113 e 114)
85. Outra questão –
proposta pelos
positivistas –: “Deus é
incognoscível?” A
resposta, segundo Denis,
é fácil: Deus é
incognoscível em sua
essência, em suas
íntimas profundezas, mas
revela-se por toda a sua
obra, no grande livro
aberto aos nossos olhos
e no fundo de nós
mesmos. “Deus -
acrescenta Léon Denis -
não é desconhecido:
é somente invisível.”
(P. 114)
86. Aos que reclamam uma
definição, poder-se-ia
dizer que Deus é o
Espírito puro, o
Pensamento puro. Mas a
idéia pura, em sua
essência, não pode ser
formulada sem ser
diminuída, alterada.
Toda fórmula é uma
prisão. (P. 115)
87. Deus está na
criatura e a criatura
está nele. Deus é o
grande foco de vida e de
amor, do qual cada alma
é uma centelha, ou
antes, um foco ainda
obscuro e velado que
contém, em estado
embrionário, todas as
potências, a tal ponto
que, se soubéssemos tudo
quanto em nós existe,
transformaríamos o
mundo. (P. 116)
88. Lembremos que somos
Espíritos imortais. As
coisas da Terra são um
degrau, um meio de
educação, de
transformação. Podemos
perder neste mundo todos
os bens terrestres. Que
importa isso? O
indeclinável é
engrandecer, arrancar de
sua grosseira ganga esse
Espírito divino, esse
deus interior que é,
em todo homem, a origem
de sua grandeza e de sua
felicidade. Eis o fim
supremo da vida! (P.
117)
89. Deus é a grande Alma
do Universo, o foco de
onde emana toda a vida,
toda a luz moral. “Não
podeis passar sem Deus -
assevera Léon Denis -,
de igual modo que a
Terra e todos os seres
que vivem em sua
superfície não podem
dispensar seu foco
solar.” (P. 117)
90. “Deus é o Sol das
Almas!”, afirma Denis.
“Extingui a idéia de
Deus, e imediatamente a
morte moral se estenderá
sobre o mundo.” Após
dizer isso, Denis
acrescenta: “Levantar,
engrandecer a idéia de
Deus, desembaraçá-la das
escórias em que as
religiões e os sistemas
a têm envolvido, tal é a
missão do Espiritualismo
moderno!” (P. 118)
(Continua no próximo
número.)