CLAUDIA
WERDINE
claudiawerdine@hotmail.com
Viena (Áustria)
Família,
elemento fundamental da evangelização
Cabe aos pais a responsabilidade inicial da educação
do Espírito encarnado.
O lar deve ser o cenário onde o indivíduo possa
sentir-se plenamente confiante,
aceito e amado, onde possa expor
seus conflitos mais íntimos com
sinceridade, sem medo de perder a
compreensão dos familiares, onde
possa desabafar seus problemas e
dialogar com profundidade com os
que lhe são afins. A família tem
que ser o esteio de sua auto-educação.
O exemplo edificante, o ambiente
moral, as vibrações amorosas do
lar serão determinantes na existência
presente e na vida imortal.
É na família que podemos e devemos, em primeiro
lugar, conquistar e exercitar
virtudes fundamentais, como altruísmo,
paciência, amor ao próximo e, ao
mesmo tempo, o empenho de
contribuirmos para o progresso do
outro. Trata-se, pois, de um cenário
permanente e fecundo para a Educação
do Espírito.
Não há colégios, por mais modernizados e modelares,
que possam fazer às vezes dos
ambientes domésticos.
Regimes de internatos, quaisquer que sejam, não se
sobrepõem, em normas
disciplinares e critério de
funcionamento, aos salutares princípios
de família.
Professores particulares e explicadores contratados
para aulas individuais, ainda que
muito competentes, nunca exercerão
maior e tão decisiva influência
no ânimo e âmago dos pupilos que
seus próprios pais.
Cursos de extensão cultural, de especializações e
aperfeiçoamentos técnicos,
dotando embora o intelecto de sólido
cabedal, não oferecem à mente o
mesmo material educativo qual o
que lhe é fornecido pelas lições
no recesso dos lares.
Tratados, livros e autores da mais alta expressão
cultural, facultando luzes ao cérebro,
não valem a palavra maternal
repassada de ternura e prudência,
nem substituem a voz da experiência
do pai que amadureceu nas árduas
contingências e vicissitudes da
Vida.
Babás e governantas, por muito compenetradas e solícitas
que se mostrem, jamais sobrepujarão
as mães em desvelos e carinho, no
exemplo e na autoridade, na força
moral e no sentimento de abnegação,
na influência do afeto e no poder
do coração.
Isto é que importa saibamos: não podemos passar
procuração a ninguém para
educar nossos filhos e não há
dinheiro que lhes faculte adquirir
as virtudes e os valores que
formam a estrutura dos homens de
bens.
Se os desejamos, além de preparados e cultos, bons e
simples, compreensíveis e
cristianizados, é imperioso façamos
no nosso Lar o primeiro templo de
Saber e de Iluminação
Espiritual, para que eles possam
demonstrar aos outros, em nossa
presença ou ausência, o que
aprenderam conosco (porque nos
viram fazer) portas adentro do
santuário doméstico.
Pai e mãe, em sã consciência, não podem ser omissos
no trabalho de Educação espírita
dos seus filhos.
Enquanto na classe cabe aos evangelizadores a exposição
teórica e
exemplificação dos
ensinamentos evangélico-doutrinários,
ministrados metódica e
sistematicamente, em suas gradações
pedagógicas, no Lar, cabe aos
pais a demonstração prática, a
vivência diurna e real das lições,
pelos exemplos que lhes cumpre
dar, hora a hora, dia a dia, nos
domínios da convivência.
Fora, os filhos se instruem e se ilustram; em casa, porém,
é que eles verdadeiramente se
educam. Fora, eles ouvem o que
devem fazer; em casa, eles vêem
como se faz, por indução
particular e pessoal, direta e própria,
da conduta dos seus pais.
Os jovens recebem informações e sugestões que surgem
a todo instante e de todos os
lados e, pela insegurança quanto
às suas próprias definições, vêem-se
inpulsionados a seguir aquelas que
melhor atendem aos seus impulsos
interiores, que sabemos, nem
sempre são as melhores. Razão
pela qual cumpre aos pais acompanhá-los
em seu desenvolvimento, mantendo
sempre o diálogo, o
companheirismo e a atitude de
respeito diante de suas inclinações
e características individuais,
mas apontando-lhes as vantagens e
desvantagens de suas opções,
ajudando-os a buscar equilíbrio e
discernimento na sublimação das
próprias tendências,
consolidando maturidade e observação
no veículo físico, desde os
primeiros dias da mocidade,
visando à vida perene do Espírito.
“Evangelho é
sol nas almas, é luz no caminho
dos homens, é elo abençoado para
união perfeita.
Evangelizemos
nossos lares, meus filhos, doando
à nossa família a bênção de
hospedarmos o Cristo de Deus em
nossas casas.
A oração em
conjunto torna o lar um santuário
de amor onde os Espíritos mais
nobres procuram auxiliar mais e
mais, dobrando os talentos de luz
que ali são depositados.
Evangelizemos
nossas crianças, Espíritos
forasteiros do infinito em busca
de novas experiências, à procura
da evolução espiritual.
Evangelizemo-nos,
guardando nossas mentes e nossos
corações na bênção dos
ensinos sublimes.
Evangelizemos.
Os tempos são
chegados, os corações aflitos
pedem amparo, os desesperados
suplicam luz.
Filhos, somente
através do Evangelho vivido à
luz da Doutrina Espírita
encontrará o homem a paz, a
serenidade e o caminho do amor
nobre.
Acendamos a luz
dos ensinos divinos para que a
Terra se torne um sol radioso no
infinito, conduzindo a Família
humana integrada nos princípios
da vida em hosana ao seu
Criador.”
Bezerra
de Menezes
Bibliografia:
INCONTRI, Dora. A
Educação segundo o Espiritismo.
ALVES, Walter Oliveira. Educação
do Espírito.
ROCHA, Cecília. Pelos
Caminhos da Evangelização.
XAVIER, Francisco Cândido. Luz
no Lar.
MIRANDA, Hermínio C. Nossos
Filhos são Espíritos.
Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil
– FEB