Soneto
Alphonsus
de Guimarães
Hão
de chorar por ela os cinamomos
Murchando
as flores ao tombar do dia,
Dos
laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se
daquela que os colhia.
As
estrelas dirão: – “Ai! Nada
somos,
Pois
ela se morreu silente e fria...”
E,
pondo os olhos nela, como
pomos,
Hão
de chorar a irmã que lhes sorria.
A
lua que lhe foi mãe carinhosa,
Que
a viu morrer e amar, há de envolvê-la
Entre
lírios e pétalas de rosa.
Os
meus sonhos de amor serão
defuntos...
E
os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando
em mim: – “Por que não vieram
juntos?”
Alphonsus
de Guimarães nasceu
em Ouro Preto
(MG), em 1870,
e faleceu em Mariana, no
mesmo estado, em 1921.