ROGÉRIO
COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé,
Minas Gerais
(Brasil)
“Querem todos que Deus lhes pertença, mas não cogitam de pertencer a
Deus.” − Emmanuel
As rivalidades e discriminações de todos os matizes
avultam no seio da Humanidade
e tal fenômeno verifica-se até
mesmo entre os seguidores da
mesma titularidade religiosa,
confrades, portanto...
A gênese desta, como de todas as mediocridades
humanas, está no egoísmo
avassalador e cruel. Combatê-lo
é a tarefa de todos.
Ora, há uma coisa imprescindível na personalidade
de toda criatura que se diz
cristã: é a compreensão da
paternidade divina.
Deus não criou fronteiras delimitadoras. Olhada do
Espaço Sideral, a Terra não
apresenta limites sob nenhum
aspecto em seus contornos.
A Humanidade é uma só
e a paternidade divina é a
herança sagrada de todas as
criaturas, sem exceção.
Devemos, então, reconhecer que na Casa do Pai, isto
é, no Universo, a única
diferença hierárquica entre
os homens é medida pelo esforço
nobre de cada um, vez que a
autoridade moral é outorgada
pela justiça distributiva,
sem privilégios ou
protecionismos de quaisquer
espécies.
Não se justifica, portanto, a tendência de
separatividade existente,
principalmente entre os
profitentes das diversas
titularidades religiosas. Há
que se evitar esse perigo que
tem sido o estopim de tragédias
étnicas terríveis,
verdadeiras hecatombes de
perversidades e de cruéis
desbordamentos morais, haja
vista os recentes e cruentos
episódios na Iugoslávia, sem
falar nos de triste lembrança
que mancharam de sangue a
nossa História.
Qualquer processo faccioso é anticristão, desde que
se compreenda que, segundo
ensinamento do próprio
Mestre, os Seus discípulos
seriam reconhecidos por muito
se amarem.
Ora, toda escola religiosa apresenta valores
inconfundíveis ao homem de
boa vontade, em que pesem os
abusos e arbitrariedades. E o
coração sincero
beneficiar-se-á amplamente na
fonte da fé, iluminando-se
para encontrar a consciência
divina em si mesmo.
Emmanuel,
o ínclito Guia Espiritual do
cândido Chico Xavier, tem
toda razão ao afirmar:
“(...) Todo sentimento
faccioso adia indefinidamente
as mais sublimes edificações
espirituais”.
Se
tal proceder é lamentável e
discutível entre crentes de
titularidades religiosas
diferentes, quão criticável
e incompreensível isso torna
quando se verifica entre
confrades, irmãos de crença.
Conclui-se daí que todo movimento de Unificação
deve ser altamente acoroçoado
por todos aqueles que se
auto-intitulam discípulos do
Cristo, esses sim, os Seus
discípulos legítimos e,
conseqüentemente, os Seus
prediletos...
Se quisermos que Deus nos pertença, devemos
pertencer a Ele primeiramente.
João, o Evangelista, já nos
alertava quanto aos falsos
discípulos, quando ensinou
que se faz mister “experimentar se os Espíritos são de Deus”.