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Editorial
Ano 1 - N° 47 - 16 de Março de 2008
 

O papel do bem e do sol no combate à depressão
 

Em 1982, como podemos ler na obra Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, Dr. Bezerra de Menezes, em se reportando ao caso Julinda, lamentava a distância que ainda existia entre a terapia psiquiátrica e a psicoterapêutica espiritual para casos como o daquela jovem, que apresentava um quadro de psicose maníaco-depressiva, com gravidade crescente. Da euforia inicial, Julinda passara à depressão angus­tiante, armando um esquema de autodestruição, e nenhum tratamento, sejam as duchas, os opiáceos, os barbitúricos ou o eletrochoque, produzira nela resultados expressivos, porque o seu drama tinha raízes mais profundas, fixadas em anteriores existências.

Julinda havia renascido por intermédio de abnegada genitora, que se comprometeu a ampará-la no cometimento atual, quando deveria elevar-se pelo amor e pela abnegação, mas a jovem preferiu der­rapar, invigilante, assumindo mais graves compromissos negativos. O médico espiritual encarregado do caso, que fora na Terra discípulo de Freud, acrescentou que a falta de visão a respeito da vida como um todo responde por muitas insânias a que se entregam os homens, porquanto são poucos os que compreendem que o corpo é efeito e não causa ou finalidade da vida.

Há pouco tempo, a Organização Mundial de Saúde publicou um documento resultante de dez anos de pesquisas com projeções sobre a saúde da população da Terra neste início de século. Até 2010 – destaca o documento – a depressão será a primeira causa de mortes no mundo.

A resposta dos especialistas a esse alerta catastrófico deve ter, pelo menos em parte, agradado ao Dr. Bezerra, porque  – reconhecendo a incapacidade de resolver o problema apenas com medicamentos –  os especialistas da área de saúde enfatizam hoje práticas que os médicos materialistas jamais suporiam fossem importantes no tratamento dos distúrbios mentais.

Evitar atividades que sejam estressantes, ajudar o próximo, inscrever-se como voluntário em programas institucionais, exercitar-se, caminhar à luz do sol    eis medidas que constituem uma forma de prevenção e, no caso de estar a enfermidade caracterizada, contribuem para a cura.

Com respeito à importância do sol, recente pesquisa realizada pelo Instituto Médico San Rafaele, de Milão, apresentada durante a VI Conferência Nacional da Sociedade Italiana de Psicopatologia, revelou que passear pela manhã pode ajudar as pessoas que sofrem de depressão. Isto porque – explica Massimo Biondi, psiquiatra da Universidade de La Sapienza , de Roma – os primeiros raios do Sol bloqueiam a produção da melatonina, de cujos níveis depende uma série de outros processos hormonais e metabólicos que são ativados em cascata.

Atentemos, porém, para uma das medidas citadas: a ajuda ao próximo, sem menosprezar as demais, inegavelmente importantes, conscientes de que somente a atitude moral renovada poderá dar um basta aos efeitos produzidos pelas atitudes infelizes do passado.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita