Em 1982, como podemos ler na obra Nas
Fronteiras da
Loucura, de
Manoel Philomeno de
Miranda, Dr. Bezerra
de Menezes, em se
reportando ao caso
Julinda, lamentava a
distância que ainda
existia entre a
terapia psiquiátrica
e a psicoterapêutica
espiritual para
casos como o daquela
jovem, que
apresentava um
quadro de psicose
maníaco-depressiva,
com gravidade
crescente. Da
euforia inicial,
Julinda passara à
depressão angustiante,
armando um esquema
de autodestruição,
e nenhum tratamento,
sejam as duchas, os
opiáceos, os barbitúricos
ou o eletrochoque,
produzira nela
resultados
expressivos, porque
o seu drama tinha raízes
mais profundas,
fixadas em
anteriores existências.
Julinda havia renascido por intermédio de abnegada genitora,
que se comprometeu a
ampará-la no
cometimento atual,
quando deveria
elevar-se pelo amor
e pela abnegação,
mas a jovem preferiu
derrapar,
invigilante,
assumindo mais
graves compromissos
negativos. O médico
espiritual
encarregado do caso,
que fora na Terra
discípulo de Freud,
acrescentou que a
falta de visão a
respeito da vida
como um todo
responde por muitas
insânias a que se
entregam os homens,
porquanto são
poucos os que
compreendem que o
corpo é efeito e não
causa ou finalidade
da vida.
Há pouco tempo, a Organização Mundial de Saúde
publicou um
documento resultante
de dez anos de
pesquisas com projeções
sobre a saúde da
população da Terra
neste início de século.
Até 2010 –
destaca o documento
– a depressão será
a primeira causa de
mortes no mundo.
A resposta dos especialistas a esse alerta catastrófico
deve ter, pelo menos
em parte, agradado
ao Dr. Bezerra,
porque
–
reconhecendo a
incapacidade de
resolver o problema
apenas com
medicamentos – os
especialistas da área
de saúde enfatizam
hoje práticas que
os médicos
materialistas jamais
suporiam fossem
importantes no
tratamento dos distúrbios
mentais.
Evitar atividades que sejam estressantes, ajudar o próximo,
inscrever-se como
voluntário em
programas
institucionais,
exercitar-se,
caminhar à luz do
sol
–
eis medidas
que constituem uma
forma de prevenção
e, no caso de estar
a enfermidade
caracterizada,
contribuem para a
cura.
Com
respeito à importância
do sol, recente
pesquisa realizada
pelo Instituto Médico
San Rafaele, de Milão,
apresentada durante
a VI Conferência
Nacional da
Sociedade Italiana
de Psicopatologia,
revelou que passear
pela manhã pode
ajudar as pessoas
que sofrem de
depressão. Isto
porque – explica
Massimo Biondi,
psiquiatra da
Universidade de
La Sapienza
, de Roma – os
primeiros raios do
Sol bloqueiam a
produção da
melatonina, de cujos
níveis depende uma
série de outros
processos hormonais
e metabólicos que são
ativados em cascata.
Atentemos, porém, para uma das medidas citadas: a
ajuda ao próximo,
sem menosprezar as
demais,
inegavelmente
importantes,
conscientes de que
somente a atitude
moral renovada poderá
dar um basta aos
efeitos produzidos
pelas atitudes
infelizes do
passado.
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