A Revue Spirite
de 1859
(3a Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1859. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 10
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Os Espíritos têm
sexo?
Não. Os Espíritos
encarnam como homens ou
mulheres, porque não têm
sexo. Cada sexo lhes
impõe provas e deveres
especiais. (Revue
Spirite, p. 121.)
B. Como um Espírito
descreveu Kardec
trabalhando em seu
escritório?
Ele disse ter visto
Kardec sozinho no
escritório, rodeado,
todavia, por cerca de
vinte Espíritos. Dois ou
três sopravam aquilo que
ele escrevia e davam a
impressão de ouvir a
opinião dos outros. Mas
Kardec acreditava que as
idéias lhe eram
próprias. (Obra
citada, p. 131.)
C. Há músicos na vida
espiritual?
Sim. O Espírito de
Chopin diz que há, na
erraticidade, legiões de
executantes que tocam
suas composições com mil
vezes mais arte do que
qualquer músico da
Terra. São músicos
completos. O instrumento
de que se servem é a
própria garganta,
auxiliados por
instrumentos, espécies
de órgãos, de uma
precisão e de uma
melodia que não podemos
compreender. (Obra
citada, p. 136.)
D. Quando na Revue
Spirite foi
mencionada pela primeira
vez a informação acerca
do rastro luminoso visto
nas aparições de vivos?
Foi em 1859. A
informação foi dada a
Kardec pelo Sr. R...,
antigo
ministro-residente dos
Estados Unidos junto ao
rei de Nápoles, o qual
disse ter conhecido na
Inglaterra um médium
vidente que notava nas
aparições de vivos um
rastro luminoso, que
partia do peito, através
do espaço, e terminava
no corpo físico.
(Obra citada, p. 140.)
Texto para leitura
54. Há certas posições
sociais -- diz um
assinante da Revue --
que apresentam
invencíveis obstáculos
ao progresso espiritual,
como os magarefes nos
matadouros e os
carrascos. E indaga:
Qual a necessidade
dessas profissões em
nosso estado social? (P.
104)
55. Kardec responde
dizendo que só
gradativamente pode o
Espírito progredir: deve
ele passar
sucessivamente por todos
os graus, de modo que
cada passo à frente seja
uma base para assentar
novo progresso. Ninguém
pode transpor de um
salto a distância entre
a barbárie e a
civilização. (P. 104)
56. Os empreendimentos
que Deus abençoa, sejam
quais forem as suas
proporções, são os que
correspondem aos seus
desígnios, trazendo seu
concurso à obra
coletiva. (P. 106)
57. Prova a experiência
que a aptidão de um
médium para tal ou qual
trabalho depende da
flexibilidade que
apresenta ao Espírito.
(P. 111)
58. O conhecimento do
ofício e os meios
materiais de execução
não constituem o
talento, mas é evidente
que em um médium assim
encontre o Espírito
menos dificuldade
mecânica a vencer. (PP.
111 e 112)
59. Comentando um
diálogo mantido com o
Espírito de Poitevin,
ex-aeronauta, Kardec diz
que os homens que na
Terra tiveram uma
especialidade nem sempre
são os mais adequados ao
nosso esclarecimento.
(P. 118)
60. Kardec diz que,
embora seja contra os
médiuns mercenários,
nada há a opor contra os
sonâmbulos mercenários,
porque estes agem por si
mesmos e é o seu próprio
Espírito que se
desprende e vê mais ou
menos bem. (P. 120)
61. Os Espíritos se
encarnam homens ou
mulheres, porque não têm
sexo. Cada sexo lhes
impõe provas e deveres
especiais. (P. 121)
62. De acordo com a
doutrina espírita, a
solidariedade não se
restringe à sociedade
terrena: abarca todos os
mundos e é, pois,
universal. (P. 121)
63. Há reuniões de
Espíritos onde muitos
não podem penetrar: são
os Espíritos superiores
que fazem esse controle.
(P. 125)
64. Pierre Le Flamand,
falecido há quinze anos,
confessa não ser feliz
na erraticidade, por lhe
faltar a realidade dos
prazeres.
Insuficientemente
evoluído para gozar de
uma felicidade moral,
deseja tudo que vê,
aborrece-se e procura
matar o tempo como pode,
mas o tempo não
passa!... (P. 126)
65. Não lhe seria útil
ver e ouvir coisas boas
e úteis que o
auxiliassem a progredir?
Ele diz que sim, mas
para isso seria preciso
saber aproveitar as
lições. Ele prefere,
porém, assistir às cenas
de amor e deboche, que
em nada o ajudam. (P.
127)
66. Na palestra
seguinte, Pierre diz que
de alguns dias para cá
tem visto um Espírito
que parece segui-lo por
toda parte, que o impele
ou contém. Se quer
fazer algo errado, ele
se posta à sua frente...
(P. 129)
67. Pierre conta que,
indo visitar Kardec, viu
o professor sozinho no
escritório, rodeado
porém por cerca de vinte
Espíritos. Dois ou três
sopravam aquilo que ele
escrevia e davam a
impressão de ouvir a
opinião dos outros.
Kardec acreditava,
porém, que as idéias lhe
eram próprias. (P. 131)
68. Chegaram depois oito
ou dez pessoas, que se
reuniram numa outra sala
com Kardec, que
respondia às suas
perguntas. Um era
chamado Príncipe, outro
chamavam de Duque, e os
Espíritos chegaram em
massa: havia mais de
cem, dos quais alguns
tinham uma espécie de
coroa de fogo. (P. 131)
69. Pierre conta que
chegou a presenciar um
roubo: o ladrão era
acolitado por dois
Espíritos; um o incitava
a roubar, o outro o
estimulava a resistir.
Pierre avisou o
negociante e o roubo não
aconteceu. (PP. 131 e
132)
70. Pierre provocou no
negociante um forte
espirro e ele desceu à
loja para buscar a caixa
de rapé, quando
surpreendeu o marginal.
(P. 132)
71. Mozart e Chopin se
manifestam: o primeiro
confirma que no mundo
onde vive toda a
Natureza faz ouvir sons
melodiosos. (P. 135)
72. Chopin confirma ser
uma pessoa sombria e
triste, porque tinha
empreendido uma prova
que não soube realizar
bem e lhe faltava
coragem para
recomeçá-la. (P. 136)
73. Chopin diz que, na
erraticidade, há legiões
de executantes que tocam
suas composições com mil
vezes mais arte do que
qualquer músico da
Terra. São músicos
completos. O instrumento
de que se servem é a
própria garganta,
auxiliados por
instrumentos, espécies
de órgãos, de uma
precisão e de uma
melodia que não podemos
compreender. (P. 136)
74. Kardec pediu a
Mozart, e este explicou:
Há mundos
particularmente
destinados aos seres
errantes, mundos que
eles podem habitar
temporariamente,
espécies de bivaques, de
campos de repouso. (P.
137)
75. Santo Agostinho
confirmou a informação e
disse que os Espíritos
progridem enquanto
estacionam nesses mundos
intermediários. (P. 138)
76. O Sr. R..., antigo
ministro-residente dos
Estados Unidos junto ao
rei de Nápoles, informou
a Kardec ter conhecido
na Inglaterra um médium
vidente que notava nas
aparições de vivos um
rastro luminoso, que
partia do peito, através
do espaço, e terminava
no corpo físico. (P.
140)
77. Se eu fosse
sacerdote -- diz Kardec
-- e quisesse provar que
há em nós algo mais que
o corpo, demonstrá-lo-ia
de maneira irrecusável
pelos fenômenos do
sonambulismo natural ou
artificial. (P. 146)
78. Kardec conta ter
feito durante 35 anos
(portanto, desde os 20
anos de idade)
estudos especiais sobre
o sonambulismo e, assim,
podia afirmar que o
médium é dotado de uma
faculdade particular,
que não se pode
confundir com o
sonambúlico, e que a
completa independência
de seu pensamento é
provada por fatos da
maior evidência, para
quem os observe com
imparcialidade. (P. 146)
(Continua no próximo
número.)