Estações do
Espírito” e “Cantar
é mover o dom”.
Fale-nos de suas
motivações para as
duas obras.
Carlos Augusto
Abranches
– O que me motiva a
escrever é o amor
pela Doutrina e a
certeza de que ela é
um farol seguro para
as buscas do homem
de todos os tempos.
No livro "As
Estações do
Espírito", procuro
contar a história de
um personagem muito
querido, que conduz
o leitor pelas
páginas da obra do
começo ao fim de sua
própria vida. Faço
uma leitura
comparada entre os
períodos da
infância,
adolescência,
maturidade e velhice
com as estações do
ano, procurando
tracejar uma
sintonia entre os
aspectos do tempo e
do ser humano.
No segundo, "Cantar
é mover o dom", faço
uma análise de
letras de músicas
populares sob a luz
da reflexão
espírita. Ficou
muito gostoso e
fácil de ler e
entender. Tenho
usado esse material
em palestras e aulas
para os jovens, e os
resultados têm sido
extremamente
animadores.
– Que outras obras
você já escreveu?
Qual a fonte de
inspiração dessas
obras?
Carlos Augusto
– Escrevi dois
livros de poesias em
parceria com duas
pessoas muito
queridas a meu
coração, Leila
Brandão e Suely
Caldas Schubert,
ambas do movimento
espírita de Juiz de
Fora. Depois,
escrevi uma análise
sobre a mensagem
"Vozes do Espírito",
psicografada por
Chico Xavier em
1980. O livro foi
publicado pela FEB
em 1997. De lá para
cá, vim garimpando
idéias para reunir
os materiais em
novas publicações,
que agora vêm a
lume.
– Como jornalista e
músico, há
benefícios desses
conhecimentos para
estudo e divulgação
da Doutrina
Espírita?
Carlos Augusto
– Não há dúvida.
Minhas profissões
têm tudo a
aproveitar das
contribuições do
Espiritismo, o que
faço diariamente em
minhas atividades
profissionais, assim
como me utilizo dos
repertórios que
adquiro com os
aprendizados do
trabalho, para
remodelá-los e
inseri-los no que
for necessário nos
labores espíritas.
– E seu trabalho com
jovens e crianças?
Comente sobre eles e
sua experiência.
Carlos Augusto
– Faço trabalhos com
crianças e jovens há
25 anos. Tenho
aprendido muito com
eles. Assim vou
conduzindo meu barco
por águas seguras e
consistentes. Trago
temas atuais e que
porventura façam
parte das vivências
deles, para debates
à luz da doutrina.
Os resultados têm
sido fantásticos.
– Você também está
bastante ligado ao
movimento espírita
de Juiz de Fora,
sendo amigo da
escritora Suely
Caldas Schubert.
Comente sobre esse
vínculo e a amizade
com a conhecida
médium e escritora
espírita.
Carlos Augusto
– Suely é uma alma
muito querida, uma
verdadeira
orientadora
espiritual, por quem
me afeiçoei desde a
juventude. Além dos
livros já citados,
que publicamos em
parceria, tivemos a
possibilidade de
fundar uma casa
espírita juntos –
Sociedade Espírita
Joanna de Ângelis,
que acaba de
completar 22 anos
de existência. Mesmo
com minha mudança de
cidade, em 1995,
volta e meia nos
encontramos em
seminários e
congressos pelo
país, quando
dividimos os
trabalhos a serem
realizados.
– E sobre suas
viagens para
palestras, nas
participações em
congressos, que
relatos você nos
traz dessas
experiências?
Carlos Augusto
– Estão cada vez
mais intensos. É um
momento de
aprendizado
sobretudo para mim,
porque conheço
pessoas diferentes,
culturas diferentes
e realidades que não
imaginava, dentro da
dinâmica do
movimento espírita.
Tem sido assim no
nosso país e em
alguns outros onde
pude estar. A
Argentina está
vivendo um momento
de transição de
lideranças, o que
está deixando os
irmãos espíritas de
lá cautelosos, em
busca das melhores
alternativas de
fazer um movimento
fraterno e
trabalhador. O Chile
reúne espíritas
profundamente
amorosos, em quem
encontrei afetos
muito queridos e
terreno propício
para levar a semente
do ideal espírita.
São os laços do bem,
irmanando os povos,
em nome do "ide e
pregai" do Cristo.
No Paraguai,
encontrei um dos
movimentos mais
amorosos que pude
conhecer. A
experiência vivida
junto aos irmãos
paraguaios foi uma
lição de afeto
superior, que eles
me ensinaram com
elevado carinho.
– Na condução de
eventos
especificamente
dirigidos a jovens,
adolescentes e
pré-adolescentes,
que critério e
didática você
utiliza para manter
a atenção e motivar
os participantes?
Carlos Augusto
– Com o jovem, é
preciso inovar
sempre e ser
criterioso na
criatividade. Ele é
bombardeado
diariamente por TV,
internet, outdoors,
revistas e
propagandas muito
bem elaboradas. Se a
atividade espírita
não usar dos mesmos
recursos, corre o
risco de ficar
enfadonha e
desinteressante. É
preciso ser moderno
na abordagem e
preciso na
fundamentação
doutrinária, para
que ele perceba que
é possível ser um
homem integral, um
espírita consciente
e amoroso, mesmo
diante dos apelos
nem sempre felizes
do mundo.
– E a experiência
profissional de
jornalista na
conhecida emissora
em sua cidade, como
consegue conciliar
sua permanente
aparição no vídeo
com a atividade
espírita? Quais os
desdobramentos da
vida pública como
repórter e
jornalista?
Carlos Augusto
– A relação é
intensa e não muito
fácil. Depois de
vários anos com a
imagem pessoal
exposta na TV com
maior audiência da
região, a relação de
acompanhamento da
comunidade para
comigo é inevitável.
Recebo muitas
críticas e muitos
elogios. Há quem
observa meus
defeitos e os
apontam sem piedade,
mas há os que
preferem destacar o
que aparece de meus
esforços em me
tornar uma pessoa
melhor para mim e
para a comunidade.
Assim espero ir até
o fim deste ciclo de
experiências.
– Nos contatos com o
movimento espírita
no país, que
impressões você tem
colhido das
iniciativas e ações
dos espíritas e
quais benefícios
para a sociedade
você tem observado?
Carlos Augusto
– O movimento
espírita é um
valioso instrumento
de melhoria da
sociedade. Noto que
os eventos servem
não só para
aprimorar a atuação
do espírita diante
de seu povo, mas
principalmente para
arejar a psicosfera
ambiente nos
momentos de
atividade. Estamos
colaborando
intensamente para
melhorar o mundo em
que vivemos.
Acredito firmemente
nisso.
– O que você acha
que tem trazido mais
prejuízos ao
movimento espírita?
Você tem uma idéia a
oferecer, fruto de
sua experiência,
para superação
dessas dificuldades?
Carlos Augusto
– O prejuízo vem
quando os
trabalhadores se
julgam mais
importantes do que a
própria doutrina.
Aprendi que
personalismo não
combina com
Espiritismo. Em
nosso meio, a
vitória, quando
acontece, é de todos
– do grupo, da
equipe bem liderada.
E o líder é o
Cristo, que sempre
espera contar com a
ajuda de
colaboradores
encarnados, que
somos nós.
– Quanto aos
assuntos polêmicos
da sociedade, até
pela experiência de
repórter, acrescida
pelo conhecimento
espírita, que visão
isso lhe
proporciona?
Carlos Augusto
– A visão de que o
Espiritismo é uma
doutrina
absolutamente
moderna, com todos
os seus fundamentos
e pressupostos
fincados na mais
absoluta
transparência e
sentido de evolução.
Células-tronco,
aborto, direitos do
homem e da mulher –
sobre tudo e todos
os temas polêmicos,
temos opiniões
relevantes,
eficazes,
convincentes. Isso
me anima a
prosseguir
estudando, para
falar com acerto e
com profundo
respeito pelos
postulados do
codificador Allan
Kardec, nosso porto
seguro.
– Suas palavras
finais.
Carlos Augusto
– São palavras de
estímulo e de
encorajamento. Vale
a pena amarmos a
Doutrina Espírita,
para que a vivência
dela em nossa
intimidade seja um
ato de mergulho na
busca plena da
congruência pessoal.
Em sua grandeza e
misericórdia, o
Cristo não vai nos
pedir nada além do
que podemos
oferecer, mas
certamente nos
pedirá tudo que
pudermos dar. E esse
é o nosso objetivo
na existência.
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