Denúncias de “mensalão”,
campanhas financiadas
por “caixa dois”,
licitações fraudulentas,
orgias patrocinadas
pelos cofres públicos. A
cada dia é descoberto um
novo escândalo no meio
político brasileiro. E
sempre foi assim. Sempre
houve escândalos, aqui e
em outros países, seja
no meio político, no
esportivo, no das
celebridades ou em
qualquer meio social. E
por que será que
passamos por isso?
Como sempre fazemos,
vamos buscar as
respostas em Kardec e em
Jesus, nossos
irmãos-missionários, que
estiveram encarnados em
nosso meio, trazendo-nos
revelações e luzes para
melhor compreensão do
mundo em que vivemos.
Para Kardec, o
escândalo, em seu
sentido vulgar, é tudo o
que choca a moral e as
convenções, de maneira
ostensiva, causando
repercussões e
estrépito. É bem o que
temos vivido nos dias
atuais. No sentido
evangélico, a palavra
escândalo ganha
significação mais ampla:
é toda má ação, de
indivíduo para
indivíduo, que resulta
dos vícios e das
imperfeições humanas,
com ou sem repercussões.
Nesse sentido, Jesus,
referindo-se às pessoas
que vivem ocultando
pequenas mazelas,
indecências e
desonestidades a fim de
preservar a reputação,
disse que “se assemelham
a sepulcros brancos por
fora, mas cheios de
podridão por dentro;
vasos limpos por fora,
mas sujos por dentro”.
Disso, no fundo, ninguém
duvida: de que adianta a
ocultação de mazelas na
sociedade em que
vivemos, se somos
Espíritos?
Os escândalos são
necessários, assevera
determinado trecho
evangélico. E por quê?
Para que os homens se
punam a si mesmos, pelo
contato com os seus
próprios vícios. Castigo
para uns, prova para
outros. É assim que Deus
faz sair o bem do mal.
Ou seja, os escândalos a
que temos assistido hoje
servem para nos chamar a
atenção para os nossos
próprios defeitos.
Devemos aproveitar essa
oportunidade para uma
auto-análise: será que o
nosso telhado também não
é de vidro? Será que a
nossa consciência está
preparada e limpa e
sairia impune de uma
“CPI”? Isso não quer
dizer que devamos nos
conformar com o mal que
nos acomete. Da
auto-análise deve
resultar sempre um
desejo de
transformação.
Consola saber que esse
mal, hoje necessário,
não durará para sempre.
Transformada a
humanidade numa comunhão
de homens de bem,
ninguém fazendo o mal ao
próximo ou a si mesmo,
não haverá mais
escândalos, nem
culpados, nem a
necessidade de castigo
(entendido como efeito
de uma causa). Tal é o
estado dos mundos
adiantados, dos quais o
mal foi excluído. Tal
será o estado da nossa
Terra, assim que
houvermos progredido em
nossa senda evolutiva.
Mas, por enquanto, “se a
tua mão te serve de
causa de escândalo,
corta-a”. É preciso
cuidado, evidentemente,
na interpretação dessas
palavras de Jesus:
conquanto profundas, têm
sentido alegórico.
Querem dizer, por
exemplo, que devemos
cortar nossos vícios,
arrancar do nosso
coração todo sentimento
impuro e toda tendência
viciosa que adquirimos
ao longo das várias
encarnações. Pressupõem
que devemos nos
transformar em homens
melhores, mais
perfeitos. Uma sociedade
melhor, mais ética, mais
adiantada será mera
conseqüência.
E que não nos
esqueçamos: em períodos
de grande turbulência e
crise, o melhor remédio
é sempre a máxima
orai e vigiai. Muita
paz a todos.