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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 5 - 16 de Maio de 2007

AYLTON PAIVA 
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo (Brasil)

A convivência conjugal

Narra o evangelista João que uma das primeiras manifestações públicas de Jesus, revelando os seus poderes espirituais, ocorreu nas bodas de Caná, onde também estava presente a sua mãe. Consagrava, assim, o Mestre o valor e a importância do casamento e da constituição da família.

Também a Doutrina Espírita ressalta o valor e a necessidade para o próprio desenvolvimento do ser humano, não só em seu aspecto material, como, também, no espiritual o encontro do homem e da mulher no casamento.

Encontramos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o esclarecimento de que: "o casamento é um progresso na marcha da humanidade" e que "a abolição do casamento seria uma regressão à vida dos animais", conforme questões números 695 e 696.

A constituição da família começa, basicamente, com a formação do casal: marido e mulher.

A solidez e a continuidade do casamento dependem da convivência conjugal harmoniosa fundamentada na autenticidade, na honestidade e na compreensão de cada componente do par das suas possibilidades e limitações.

Ao longo dos séculos e dos milênios preponderou a posição do homem no comando da mulher e mesmo dos filhos.

Essa fase está marcada pelo predomínio da força física do homem, da mulher na função de procriadora e criadora, a sua dependência econômica do homem e usos e costumes que cerceavam a sua liberdade.

Porém, no processo contínuo da evolução do ser humano e da sociedade, o domínio do mundo exterior não depende mais da força física, a mulher teve reconhecidos muitos dos seus direitos (ainda que recentemente ) e ela tem possibilidade de não ser mais dependente economicamente do marido e ter exercício de sua cidadania, bem como os usos e costumes da sociedade mudaram muito, nos últimos cem anos.

O ambiente do lar mudou muito. Onde imperava o domínio do marido e a submissão da mulher, hoje deve existir a vivência democrática, quando direitos e deveres devem ser respeitados reciprocamente. No entanto, o homem ainda traz fortes traços culturais do "machismo" que, por incrível que pareça, começam a lhe ser inculcados pela própria mãe (o que acontece ainda hoje).

Desta forma, os conflitos entre os casais têm sido intensos, desgastantes e avassaladores para ambos e com terríveis conseqüências para os filhos.

O Mestre Jesus recomendou que "amássemos o próximo como a nós mesmos", e o próximo mais próximo de nós é a esposa ou o marido. Então o amor entre ambos é fundamental para a harmonia do lar; no entanto, temos que considerar que a palavra "amor" é muito ampla e não especifica como deve ser exercitado em cada situação em que a palavra é usada.

O sentimento do amor deve ser expresso de forma concreta em cada relacionamento humano e para exercê-lo é preciso atentar, muitas vezes, para coisas que parecem insignificantes, mas sem elas ele não será exercitado.

Assim, não só a religião indica-nos a excelência do amor, como também a Psicologia oferece-nos "dicas" para vivenciá-lo no dia-a-dia.

Quando surge um problema, para saber se estamos sabendo enfrentá-lo, se estamos "num beco sem saída" ou se é apenas uma questão transitória, os psicólogos propõem algumas pistas:

1. Se o conflito faz o marido ou a mulher ser rejeitado pelo outro.

2. Os dois falam sobre o problema, mas não atingem a solução.

3. Cada uma das partes ou mesmo uma só assume posição radical e não aceita ceder.

4. Quando falam sobre o problema, não alcançam a solução e permanecem frustrados e magoados.

5. Seus diálogos, e principalmente quando tratam do assunto, não revelam interesse de solução, nem de afetividade, menos, ainda, de bom humor.

6. No decorrer do tempo o casal se torna mais radical, passando a se ofender reciprocamente durante o diálogo.

7. A ofensa torna o clima entre os dois mais tenso, as posições mais arraigadas e conflitantes e cada vez mais difícil a conciliação e o entendimento.

8. No decorrer da crise, um se separa emocional e sentimentalmente do outro.

Sem dúvida é muito doloroso ver ou passar por tal situação, porém os psicólogos esclarecem que nem tudo está perdido. É possível superar as farpas e os obstáculos.

O bom caminho começa por um dividir com o outro os seus sonhos e anseios. A interminada e não saudável discussão sinaliza diferenças profundas entre o par, que necessita ser estudada e compreendida.

Algumas providências podem ser úteis:

1. Aprender a ouvir o parceiro.

2. Ao tratar com o parceiro sobre um problema é preciso moderação e inicialmente procurar controlar-se emocionalmente.

3. Embora mostrando o erro, revelar-se mais tolerante e compreensivo com o outro.

4. Aceitar, quando for o caso, a necessidade de reparação do erro ou da falha cometida, sendo consciente de que nenhum ser humano é perfeito e está a salvo de cometer erros.

5. Observar que seu parceiro quando discute é mais apaziguador do que você pensa, desde que você saiba o que e como escutar.

A Doutrina Espírita esclarece-nos que o homem e a mulher são Espíritos eternos que estão em um processo permanente de evolução. Nesse processo, às vezes, a convivência é difícil, mas é natural que assim seja, pois cada pessoa é diferente, tem pontos de vista diferente, sente e pensa diferente.

O importante é que, na diversidade, saibamos encontrar os pontos de diferença, e tanto quanto possível eles se constituam em pontos de encontro e de enriquecimento mental, intelectual, sentimental e espiritual de um para com o outro.

Vale lembrar, outrossim, que a formação e vivência espiritual é muito importante para essa harmonização do casal. Não basta ter religião, é preciso "ter religiosidade".

A oração e o estudo do Evangelho no lar constituem importante instrumento de entendimento e pacificação para o casal. Então estaremos tentando amar a nossa esposa ou o nosso marido, na realização do que ensinou Jesus: "Amai-vos uns aos outros".


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita