ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina,
Paraná (Brasil)
A
Crise da Morte
Ernesto Bozzano
(5ª
Parte)
Continuamos a
apresentar o texto condensado do
clássico "A Crise da
Morte", de Ernesto Bozzano,
de acordo com a tradução feita
por Guillon Ribeiro publicada em
1926 pela editora da Federação
Espírita Brasileira.
Questões
preliminares
A
. Que detalhes se contêm no
décimo caso deste livro?
R.:
Extraído da revista Light do
ano de 1927, este caso apresenta
estas informações: a) o fato de
ter o falecido ignorado sua morte;
b) o encontro com sua esposa
desencarnada, que foi quem lhe
comunicou a desencarnação; c) a
informação de que os Espíritos
dos mortos se tornam extremamente
sensíveis às vibrações dos
pensamentos das pessoas que lhes
são caras; d) a confirmação de
que no meio espiritual não se usa
da palavra para conversar: os
Espíritos percebem os pensamentos
nos olhos daquele que com ele
conversa; e) o reencontro com
outros parentes e amigos; f) a
facilidade de obtenção dos
objetos de que o Espírito
necessite: para criá-los, diz o
Espírito, basta pensar neles. (A
Crise da Morte, pp. 93 a 97.)
B.
A dor exagerada dos vivos, ao pé
do leito mortuário, pode
prejudicar o desencarnante?
R.:
Sim. A dor exagerada dos vivos,
junto dos leitos mortuários das
pessoas que lhes são caras,
constitui obstáculo
intransponível, que impede o
morto de entrar em relações
psíquicas com os seus e, por
outro lado, exerce influência
deplorável sobre as condições
do desencarnado. (Obra
citada, pp. 97 e 98.)
C.
Que ensinamentos colhemos no caso
do dr. Scott?
R.:
Doutor em Medicina, o dr. Scott
voltara da guerra em estado de
esgotamento nervoso, agravado pelo
fato de haver na sua família uma
forma hereditária de hipocondria.
Certo dia, no meio de uma dessas
crises, ele se suicidou e, em
conseqüência disso, sua esposa
passou a interessar-se pelas
experiências mediúnicas
realizadas pelas irmãs Shafto.
Eis os detalhes colhidos na
mensagem do esposo suicida: a) a
informação de que o aspecto das
coisas que o cercavam havia
mudado: tudo era diferente e os
objetos tinham uma aparência
evanescente, além de serem
penetráveis; b) o comunicante
transportava-se no meio espiritual
sem caminhar; c) as coisas de que
o Espírito necessitava podiam ser
criadas pela força do seu
pensamento: ao pensar na roupa que
trajava, ele se via vestido
daquele modo, tendo até no bolso
os objetos costumeiros; d) ele se
transportava com rapidez no meio
espiritual: ao pensar em
determinado lugar, no mesmo
instante ali se encontrava; e) o
reavivamento progressivo, no meio
espiritual, das faculdades
espirituais. (Obra
citada, pp. 98 a 106.)
D.
Que informações James Blaire
Williams transmitiu?
R.:
Eis os detalhes transmitidos pelo
Espírito: a) o fato de não
compreender que morrera, nem
distinguir claramente o lugar em
que se encontrava no meio
espiritual; b) o encontro com seu
pai, que o inteirou do que havia
sucedido; c) haver passado por um
período de sono e de
inconsciência; d) ter
experimentado a prova da
"visão panorâmica" dos
fatos de sua vida; e) as
dificuldades do intercâmbio com
os encarnados; f) a necessidade de
comprimir a sua mentalidade,
quando se comunicava por um
médium, até ao ponto de
reduzi-la às proporções
acanhadas dos seres encarnados, o
que limitava enormemente as suas
percepções. (Obra
citada, pp. 107 a 115.)
Texto para
leitura
67.
Décimo caso - A narrativa
que se segue, extraída da revista Light
do ano de 1927, foi
precedida de breve nota escrita pelo
Sr. David Gow, que esclarece que as
mensagens mediúnicas por ele
transcritas foram tiradas de um
longo relatório a ele enviado por
um ministro anglicano da Nova
Escócia. O Espírito comunicante
foi conhecida personagem americana,
que ocupou na Terra alto cargo
municipal. (PP. 93 e 94)
68.
Eis os detalhes contidos nas
aludidas mensagens : a) o fato de
ter o falecido ignorado a sua morte;
b) o encontro com sua esposa
desencarnada, que foi quem lhe
comunicou a desencarnação; c) a
informação de que os Espíritos
dos mortos se tornam extremamente
sensíveis às vibrações dos
pensamentos das pessoas que lhes
são caras; d) a confirmação de
que no meio espiritual não se usa
da palavra para conversar: os
Espíritos percebem os pensamentos
nos olhos daquele que com ele
conversa; e) o reencontro com outros
parentes e amigos; f) a facilidade
de obtenção dos objetos de que o
Espírito necessite: para criá-los,
diz o Espírito, basta pensar neles.
(PP. 94 a 96)
69.
Bozzano observa ter faltado nestas
mensagens a alusão ao "sono
reparador" e à experiência da
"visão panorâmica" dos
fatos do passado, tão comuns em
outras comunicações mediúnicas.
Lembra ele, porém, que isso não
tem nenhuma importância, porque
ninguém afirmou que os Espíritos
devam passar pelas mesmas
experiências. (P. 97)
70.
Outro ponto interessante da
informação espiritual é o que diz
que a dor exagerada dos vivos, junto
dos leitos mortuários das pessoas
que lhes são caras, constitui
obstáculo intransponível, que
impede o morto de entrar em
relações psíquicas com os seus e,
por outro lado, exerce influência
deplorável sobre as condições do
desencarnado. (PP. 97 e 98)
71.
Reconhece Bozzano que tais
afirmações são perfeitamente
acordes com as conclusões dos
sábios, segundo as quais tudo o que
existe e se manifesta no Universo
físico e psíquico pode reduzir-se,
em última análise, a um fenômeno
de "vibrações". É,
pois, muito verossímil, inevitável
mesmo, que as vibrações inerentes
a um estado d’alma de grande dor
sejam penosas para um Espírito que
há pouco se libertou do corpo
carnal, retendo-o no meio terrestre.
(P. 98)
72.
Undécimo caso - Este caso
foi desentranhado de um livro
publicado na Inglaterra e
intitulado: From Four Who Are
Dead (De Quatro Que
Estão Mortos), recebido por uma
médium inglesa, a Sra. C. A. Dawson
Scott, que jamais cuidara de
pesquisas psíquicas e ignorava esse
gênero de literatura. Além disso,
segundo ela mesma conta, não lhe
interessavam os destinos da alma, e
a questão da morte lhe era
indiferente. (PP. 98 e 99)
73.
Foi uma grande dor que, de súbito,
atingiu a existência ditosa da Sra.
Dawson Scott: seu marido, doutor em
Medicina, voltara da guerra em
estado de esgotamento nervoso,
agravado pelo fato de haver na sua
família uma forma hereditária de
hipocondria. Certo dia, no meio de
uma dessas crises, o dr. Scott se
suicidou e, em conseqüência disso,
sua esposa passou a interessar-se
pelas experiências mediúnicas
realizadas pelas irmãs Shafto. (PP.
99 e 100)
74.
Eis os detalhes colhidos na mensagem
do esposo suicida: a) a informação
de que o aspecto das coisas que o
cercavam havia mudado: tudo era
diferente e os objetos tinham uma
aparência evanescente, além de
serem penetráveis; b) o comunicante
transportava-se no meio espiritual
sem caminhar; c) as coisas de que o
Espírito necessitava podiam ser
criadas pela força do seu
pensamento: ao pensar na roupa que
trajava, ele se via vestido daquele
modo, tendo até no bolso os objetos
costumeiros; d) ele se transportava
com rapidez no meio espiritual: ao
pensar em determinado lugar, no
mesmo instante ali se encontrava; e)
o reavivamento progressivo, no meio
espiritual, das faculdades
espirituais. (PP. 101 e 102)
75.
O Espírito explicou ainda, em sua
comunicação, que o seu alimento
era espiritual: "A causa
principal de tantos crimes no mundo
dos vivos – isto é, a necessidade
que cada um tem de alimentar-se –
não existe aqui. Ou, com maior
exatidão, não temos mais
necessidade de alimentar-nos, no
sentido preciso do termo, se bem que
aqueles dentre nós, que ainda
queiram satisfazer ao prazer de se
alimentarem, possam proporcionar a
si mesmo a sensação de que o
fazem..." (P. 103)
76.
Bozzano destaca, nas citações por
ele feitas, a circunstância de os
vivos parecerem sombras ao
comunicante, e os Espíritos, seres
substanciais. Conversando com estes
últimos, julgara que eles lhe
dirigiam a palavra, quando apenas
lhe transmitiam seus pensamentos.
(P. 103)
77.
Outro ponto importante diz respeito
ao funcionamento habitual e
matemático da "lei de
afinidade", que levou o dr.
Scott a fazer parte de um grupo de
Espíritos que chegaram ao meio
espiritual muito degradados pelo
meio terrestre, no qual não tinham
podido desenvolver suas
possibilidades intelectuais, sem
culpa deles. (P. 104)
78.
Essa circunstância permite
esclarecer o fato de estar o dr.
Scott num meio radioso, embora fosse
um suicida. Conquanto ele mesmo não
soubesse explicar a razão disso,
Bozzano entende que tal se deu por
não caber ao Espírito a
responsabilidade da ação insensata
que praticara, resultante de uma
enfermidade psíquica hereditária,
conhecida em psiquiatria sob o nome
de "melancolia" e que,
freqüentemente, termina por um
acesso de "loucura do
suicídio". (PP. 105 e 106)
79.
Duodécimo caso - Extraída
de uma brochura intitulada: Blaire’s
Letters, communicated by James
Blaire Williams to his mother
(Cartas de Blaire, escritas por
James Blaire Williams à sua mãe),
a narrativa que se segue mostra a
dificuldade que um Espírito
experimenta para se comunicar pelos
médiuns. (P. 107)
80.
Eis os detalhes contidos nas
diversas mensagens de Blaire,
falecido em 1918, aos trinta anos de
idade: a) o fato de não compreender
que morrera, nem distinguir
claramente o lugar em que se
encontrava no meio espiritual; b) o
encontro com seu pai, que o inteirou
do que havia sucedido; c) haver ele
passado por um período de sono e de
inconsciência; d) ter experimentado
a prova da "visão
panorâmica" dos fatos de sua
vida; e) as dificuldades do
intercâmbio com os encarnados; f) a
necessidade de comprimir a sua
mentalidade, quando se comunicava
por um médium, até ao ponto de
reduzi-la às proporções acanhadas
dos seres encarnados, o que limitava
enormemente as suas percepções.
(PP. 108 a 110)
81.
Comentando o assunto, Bozzano diz
que já fora observado, no mundo dos
vivos, que na subconsciência humana
existem, em estado latente,
maravilhosas faculdades supranormais,
capazes de devassarem o passado, o
presente e o futuro, sem nenhuma
limitação de tempo, nem de
espaço. Essas faculdades, contudo,
aguardam para emergirem,
manifestando-se com toda a
eficiência, que o estado de
desencarnação do Espírito não
seja inicial e transitório, mas
total e definitivo, ou seja, depois
da crise da morte. (PP. 111 e 112)
82.
Bozzano cita experiências efetuadas
por dois grupos que se reuniam
simultaneamente a 300 milhas um do
outro, em que se concluiu que as
personalidades mediúnicas entram
num estado de amnésia parcial ou
total no ato de se comunicarem. Como
a amnésia decorre da ação de se
comunicar, ela desaparece logo que o
Espírito se liberta da
"aura" perturbadora. (PP.
113 e 114)
83.
Outro fato destacado pelo autor diz
respeito às impressões descritas
pelos Espíritos acerca da
experiência desencarnatória. Os
Espíritos declaram que ninguém
chega pela mesma porta ao mundo
deles, o que é fácil de explicar,
dado que o meio e a existência
espirituais são puramente mentais e
que não pode haver, em nosso mundo,
duas individualidades
intelectualmente e moralmente
idênticas. (PP. 114 e 115) (Continua
no próximo número.)
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