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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 5 - 16 de Maio de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
(5ª Parte) 

Damos seqüência à apresentação do estudo de "O Livro dos Médiuns", segunda das cinco obras que constituem o chamado Pentateuco Kardequiano, que Allan Kardec lançou em Paris no ano de 1861, a qual será aqui apresentada na forma de 175 questões objetivas.

Questões objetivas

32. Como pode o Espírito, que é imaterial, agir sobre a matéria?

Ele combina uma parte do fluido universal com o fluido animalizado que o médium solta, próprio para esse efeito. Com esses elementos assim combinados o Espírito anima o objeto de uma vida artificial momentânea. O Espírito pode, então, atrair tal objeto e movê-lo sob a influência de seu próprio fluido, irradiado por sua vontade. Em virtude de sua natureza etérea, o Espírito propriamente dito não pode agir sobre a matéria grosseira sem um intermediário, isto é, sem um liame que o une à matéria; este o liame, que constitui o que se chama perispírito (corpo fluídico do Espírito), é que dá a chave de todos os fenômenos espíritas materiais. (Item 74)

33. Quando um piano toca sem contato de ninguém, é o Espírito que pressiona o teclado para obter os sons?

Mesmo quando aparecem mãos de Espíritos materializados sobre o piano que toca, o fenômeno se dá como explicado na resposta anterior. Quando o Espírito pousa os dedos nas teclas, pousa-os realmente e mesmo os mexe, mas não é a força muscular que pressiona as teclas. Ele anima as teclas com uma vida artificial, e elas obedecem à sua vontade, mexendo-se e tocando as cordas do piano. Para animar as teclas o Espírito se vale de parte do fluido universal combinado com o fluido animalizado do médium. (Item 74, parágrafo 24)

34. Como é que foram descobertos outros meios de comunicação com os Espíritos?

Em seguida aos primeiros fenômenos mediúnicos observados a partir de 1848 na América do Norte, conhecidos como "raps" (ruídos provocados pelos Espíritos comunicantes no piso, no teto, nas paredes e nos móveis), aperfeiçoou-se a arte da comunicação por pancadas alfabéticas, que era um meio muito moroso. Os Espíritos depois indicaram outros meios e é a eles que devemos o meio das comunicações escritas. As primeiras manifestações deste gênero tiveram lugar adaptando-se um lápis ao pé de uma mesa leve pousada numa folha de papel. Simplificou-se sucessivamente este meio, servindo-se de mesinhas do tamanho da mão, em seguida de cestinhas, de caixinhas de cartão e, por fim, de simples e pequeninas tábuas aboinhas. A escrita era tão corrente, tão rápida e tão fácil como com a mão. Mais tarde reconheceu-se que todos esses objetos poderiam ser dispensados e o médium passou a segurar diretamente o lápis. Eis aí a psicografia. (Item 71)

35. Como se explica o fenômeno da levitação?

Quando um objeto é posto em movimento, transportado ou lançado ao ar, não é o Espírito que o agarra, empurra e ergue, como fazemos com as mãos. Ele o impregna, por assim dizer, de um fluido combinado com o fluido do médium e o objeto, assim vivificado momentaneamente, age como faria um ser vivente, com a diferença de que, não tendo vontade própria, segue o impulso da vontade do Espírito. Se, pelo meio indicado, o Espírito pode erguer uma mesa, pode erguer qualquer coisa; uma poltrona, por exemplo. Se pode erguer uma poltrona, pode também, com uma força fluídica suficiente, erguer ao mesmo tempo uma pessoa sentada em cima. Eis aí a explicação do fenômeno produzido por Daniel Home e por Mirabelli, uma centena de vezes, consigo e com outras pessoas. Home o reproduziu certa vez numa viagem a Londres e, para provar que seus espectadores não eram vítimas de uma ilusão, fez no teto uma marca com um lápis, enquanto as pessoas passaram sob ele levitado. (Itens 77 a 80)

36. A densidade do perispírito varia de pessoa para pessoa?

A densidade do perispírito varia segundo o estado dos mundos e varia também, num mesmo mundo, segundo os indivíduos. Entre os Espíritos adiantados moralmente, ele é mais sutil e se aproxima do perispírito dos Espíritos elevados. Entre os Espíritos inferiores, ao contrário, se aproxima da matéria grosseira, e é isto que faz com que esses Espíritos de baixa classe conservem por tanto tempo as ilusões da vida terrestre: pensam e agem como se estivessem ainda encarnados, têm os mesmos desejos e, podemos dizer, a mesma sensualidade. Esta materialidade do perispírito, dando-lhes mais afinidade com a matéria, torna os Espíritos inferiores mais apropriados para as manifestações físicas. (Item 74, parágrafo 12)

37. Qual o objetivo das manifestações físicas?

As manifestações físicas têm por objetivo chamar nossa atenção para alguma coisa e de nos convencer da presença de uma força superior ao homem. Uma vez atingido o objetivo, a manifestação física cessa, porque não é mais necessária. (Item 85)

38. As manifestações físicas ajudam a convencer os homens?

Sim, as manifestações espontâneas são freqüentemente permitidas e mesmo provocadas com o fim de convencer, embora existam pessoas incrédulas que, mesmo vendo os Espíritos, persistem na descrença. Os ateus e os materialistas não são a cada instante testemunhas do poder de Deus e do Pensamento? Isto não os impede de negar Deus e a alma. (Item 94)

39. Para convencer as pessoas há outro meio mais apropriado?

É preciso compreender que os fenômenos espíritas não são feitos para serem dados em espetáculo e para divertir curiosos. Evidente é que eles são úteis para convencer os incrédulos, mas, se não existissem outros meios de convicção, não haveria hoje a centésima parte dos espíritas. Para fazer conversões sérias, é preciso falar ao coração; é por aí que teremos os melhores resultados quanto a esse objetivo. (Item 98) (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita