32. Como pode o
Espírito, que é imaterial, agir
sobre a matéria?
Ele combina uma
parte do fluido universal com o
fluido animalizado que o médium
solta, próprio para esse efeito.
Com esses elementos assim
combinados o Espírito anima o
objeto de uma vida artificial
momentânea. O Espírito pode,
então, atrair tal objeto e
movê-lo sob a influência de seu
próprio fluido, irradiado por sua
vontade. Em virtude de sua
natureza etérea, o Espírito
propriamente dito não pode agir
sobre a matéria grosseira sem um
intermediário, isto é, sem um
liame que o une à matéria; este
o liame, que constitui o que se
chama perispírito (corpo
fluídico do Espírito), é que
dá a chave de todos os fenômenos
espíritas materiais. (Item 74)
33. Quando um
piano toca sem contato de
ninguém, é o Espírito que
pressiona o teclado para obter os
sons?
Mesmo quando
aparecem mãos de Espíritos
materializados sobre o piano que
toca, o fenômeno se dá como
explicado na resposta anterior.
Quando o Espírito pousa os dedos
nas teclas, pousa-os realmente e
mesmo os mexe, mas não é a
força muscular que pressiona as
teclas. Ele anima as teclas com
uma vida artificial, e elas
obedecem à sua vontade,
mexendo-se e tocando as cordas do
piano. Para animar as teclas o
Espírito se vale de parte do
fluido universal combinado com o
fluido animalizado do médium.
(Item 74, parágrafo 24)
34. Como é que
foram descobertos outros meios de
comunicação com os Espíritos?
Em seguida aos
primeiros fenômenos mediúnicos
observados a partir de 1848 na
América do Norte, conhecidos como
"raps" (ruídos
provocados pelos Espíritos
comunicantes no piso, no teto, nas
paredes e nos móveis),
aperfeiçoou-se a arte da
comunicação por pancadas
alfabéticas, que era um meio
muito moroso. Os Espíritos depois
indicaram outros meios e é a eles
que devemos o meio das
comunicações escritas. As
primeiras manifestações deste
gênero tiveram lugar adaptando-se
um lápis ao pé de uma mesa leve
pousada numa folha de papel.
Simplificou-se sucessivamente este
meio, servindo-se de mesinhas do
tamanho da mão, em seguida de
cestinhas, de caixinhas de cartão
e, por fim, de simples e
pequeninas tábuas aboinhas. A
escrita era tão corrente, tão
rápida e tão fácil como com a
mão. Mais tarde reconheceu-se que
todos esses objetos poderiam ser
dispensados e o médium passou a
segurar diretamente o lápis. Eis
aí a psicografia. (Item 71)
35. Como se
explica o fenômeno da
levitação?
Quando um
objeto é posto em movimento,
transportado ou lançado ao ar,
não é o Espírito que o agarra,
empurra e ergue, como fazemos com
as mãos. Ele o impregna, por
assim dizer, de um fluido
combinado com o fluido do médium
e o objeto, assim vivificado
momentaneamente, age como faria um
ser vivente, com a diferença de
que, não tendo vontade própria,
segue o impulso da vontade do
Espírito. Se, pelo meio indicado,
o Espírito pode erguer uma mesa,
pode erguer qualquer coisa; uma
poltrona, por exemplo. Se pode
erguer uma poltrona, pode também,
com uma força fluídica
suficiente, erguer ao mesmo tempo
uma pessoa sentada em cima. Eis
aí a explicação do fenômeno
produzido por Daniel Home e por
Mirabelli, uma centena de vezes,
consigo e com outras pessoas. Home
o reproduziu certa vez numa viagem
a Londres e, para provar que seus
espectadores não eram vítimas de
uma ilusão, fez no teto uma marca
com um lápis, enquanto as pessoas
passaram sob ele levitado. (Itens
77 a 80)
36. A densidade
do perispírito varia de pessoa
para pessoa?
A densidade
do perispírito varia segundo o
estado dos mundos e varia também,
num mesmo mundo, segundo os
indivíduos. Entre os Espíritos
adiantados moralmente, ele é mais
sutil e se aproxima do
perispírito dos Espíritos
elevados. Entre os Espíritos
inferiores, ao contrário, se
aproxima da matéria grosseira, e
é isto que faz com que esses
Espíritos de baixa classe
conservem por tanto tempo as
ilusões da vida terrestre: pensam
e agem como se estivessem ainda
encarnados, têm os mesmos desejos
e, podemos dizer, a mesma
sensualidade. Esta materialidade
do perispírito, dando-lhes mais
afinidade com a matéria, torna os
Espíritos inferiores mais
apropriados para as
manifestações físicas. (Item
74, parágrafo 12)
37. Qual o
objetivo das manifestações
físicas?
As
manifestações físicas têm por
objetivo chamar nossa atenção
para alguma coisa e de nos
convencer da presença de uma
força superior ao homem. Uma vez
atingido o objetivo, a
manifestação física cessa,
porque não é mais necessária.
(Item 85)
38. As
manifestações físicas ajudam a
convencer os homens?
Sim, as
manifestações espontâneas são
freqüentemente permitidas e mesmo
provocadas com o fim de convencer,
embora existam pessoas incrédulas
que, mesmo vendo os Espíritos,
persistem na descrença. Os ateus
e os materialistas não são a
cada instante testemunhas do poder
de Deus e do Pensamento? Isto não
os impede de negar Deus e a alma.
(Item 94)
39. Para
convencer as pessoas há outro
meio mais apropriado?
É preciso
compreender que os fenômenos
espíritas não são feitos para
serem dados em espetáculo e para
divertir curiosos. Evidente é que
eles são úteis para convencer os
incrédulos, mas, se não
existissem outros meios de
convicção, não haveria hoje a
centésima parte dos espíritas.
Para fazer conversões sérias, é
preciso falar ao coração; é por
aí que teremos os melhores
resultados quanto a esse objetivo.
(Item 98)