O Governo Federal
lançou no dia 20/04/2005 o
primeiro edital que permitiu o
financiamento de pesquisas com
células-tronco no país. Foram
liberados R$ 11 milhões dos
ministérios da Saúde e da
Ciência e Tecnologia. A verba se
destinou a financiar projetos de
pesquisas básicas
(experimentações in vitro),
pré-clínicas (experimentos com
animais) e clínicas (experimentos
em seres humanos) que tivessem o
objetivo de desenvolver
procedimentos inovadores em
terapia celular. Também poderiam
ser pesquisadas células-tronco
adultas da medula óssea e do
cordão umbilical e
células-tronco embrionárias,
incluídas no edital por causa da
lei de biossegurança.(1)
Com aprovação
da Lei de Biossegurança os
cientistas do Brasil estão
autoriza- dos a realizar pesquisas
em células-tronco embrionárias,
inequivocamente, uma das mais
promissores áreas da medicina na
atualidade.(2) Mas, as pes-
quisas com células-tronco só
podem ser realizadas se elas forem
obtidas através de fertilização
in vitro e estiverem congeladas
há mais de três anos. (3)
Para os que
não conhecem o assunto,
informamos que células-tronco
são um tipo de célula que pode
se diferenciar e constituir
diferentes tecidos no organis- mo.
Esta é uma capacidade especial,
porque as demais células
geralmente só podem fazer parte
de um tecido específico (por
exemplo: células da pele só
podem constituir a pele). Outra
capacidade especial das
células-tronco é a
auto-replicação, ou seja, elas
podem gerar cópias idênticas de
si mesmas.(4)
Por causa
destas duas capacidades, as
células-tronco têm sido objeto
de inten- sas pesquisas hoje, pois
poderiam no futuro funcionar como
células substitutas em tecidos
lesionados ou doentes, como nos
casos de Alzheimer, Parkinson e
doenças neuromusculares em geral,
ou ainda no lugar de células que
o organismo deixa de produzir por
alguma deficiência, como no caso
de diabetes. Entretanto cabe dizer
que a aplicação imediata ainda
está longe. (5)
Por enquanto,
sobram esperanças e faltam
pesquisas que, embora aceleradas,
ainda estão em estágio inicial.
Há preocupação do Ministério
da Saúde com a euforia
desmesurada do uso das
células-tronco. Elas são uma
promessa de cura, não um milagre
como se o paciente fosse soltar a
muleta e sair andando".
Para os Espíritos, os embriões
que ficam armazenados(congelados)
tanto podem ter ou não ter
Espíritos ligados. Seja pelo fato
do endividamento com humanidade,
ou segundo Joanna de Angelis para
fugirem de seus perseguidores e
assim levados a
"estagiar" nestes
embriões congelados, passando por
um período de dormência,
período este em que estariam
livres das perseguições
obsessoras e em fase preparatória
para um possível retorno ao orbe.(7)
Colocado o
tema, uma indagação se
apresenta: teriam os embriões
congelados, nos quais se encontram
as células-tronco embrionárias,
potencial de vitalidade que não
se pode transformar (para alguns
destruir)? Eis a questão!
Nos últimos
meses, vários religiosos e
especialistas vêm se reunindo, em
várias partes do Orbe para
discutir esses avanços da
ciência e suas controvertidas
questões éticas. Alguns crêem
ser um "aborto".
Ponderando-se
sobre os importantes apontamentos
de Joanna, não podemos
desconsiderar também que os
Mentores espirituais,
especialistas da área, são
inteligentes o suficiente para
saberem que tal ou qual óvulo
será ou não destinado à
produção de células-tronco para
fins terapêuticos, e, portanto,
nenhum Espírito deverá estar
ligado a ele. Ou, então,
estaremos entronizando a força
vigorosa da imprevisibilidade, do
"acaso".
Embriões
humanos congelados têm ou não
Espírito ligado a ele? Como
observamos acima, Joanna explicou
que há casos em que pode haver e
há casos que não há. A questão
356 de O Livro dos Espíritos
explica que pode haver o
desenvolvimento de gestação sem
Espírito. André Luiz elucida o
mecanismo deste processo na
segunda parte do livro Evolução
em Dois Mundos, considerando que
o molde perispiritual é o materno
dado pelo comando espiritual da
mãe que deseja muito ter o filho.
(8)
A propósito,
na questão 136-a do "Livro
dos Espíritos", se
reenfatiza "(...) A vida
orgânica pode animar um corpo sem
alma (...)" (9), idéia
essa que nos remete a refletir
sobre a possibilidade de que
possam existir embriões sem que
Espíritos estejam a eles ligados.
E, mais ainda, não se estaria
cometendo um grande equívoco, a
geração possível de milhares de
vidas congeladas (descartáveis)
à espera da morte? Vale meditar
um pouco mais profundamente sobre
esta questão!
É interessante
trazer para a discussão o fato de
que pesquisadores da Escola de
Medicina de Cardiff, em Gales,
anunciaram recentemente que estão
produzindo embriões humanos sem
usar esperma, buscando tornar
menos polêmica a utilização de
blastócitos (10) para a
utilização de células-tronco. O
método, divulgado pela revista New
Scientist, utiliza apenas a
proteína PLC-Zeta, encontrada no
esperma, responsável pela
divisão celular. Os embriões
se desenvolvem sem os cromossomos
masculinos e, portanto, não
resultariam num processo de
procriação. O uso de
células-tronco retiradas de
embriões humanos – geralmente
descartados em clínicas de
reprodução assistida –
enfrenta sérias resistências em
vários países. Muitos consideram
esses embriões como seres vivos,
pois caracterizam a vida a partir
da fecundação do óvulo pelo
espermatozóide. (11)
Joanna de
Ângelis, sabendo da importância
dessas pesquisas, ressalta: "(...)
Verdadeira bênção, o
transplante de órgãos concede
oportunidade de prosseguimento da
existência física, na condição
de moratória, através da qual o
Espírito continua o périplo
orgânico. Afinal, a vida no corpo
é meio para a plenitude - que é
a vida em si mesma, estuante e
real ".(12) Não podemos
deixar de reconhecer que o
corpo físico é a máquina divina
que o Senhor nos empresta para a
confecção de nossa felicidade na
Terra.(13)
Não podemos
permanecer na ignorância e a
ciência tem de atingir a
finalidade que a Providência lhe
assinou. Kardec ensina que nos
instruímos pela força das
coisas. As revoluções morais,
como as revoluções sociais, se
infiltram nas idéias pouco a
pouco; germinam durante séculos;
depois, irrompem subitamente e
produzem o desmoronamento do
carunchoso edifício do passado,
que deixou de estar em harmonia
com as necessidades novas e com as
novas aspirações.(14)
Toda tecnologia
nova gera polêmicas. Dentre os
argumentos dos que se opõem à
técnica terapêutica com
células-tronco está o temor de
que se vai gerar um comércio de
óvulos e embriões. A ser
factível essa realidade, vamos
estagnar a ciência? Para o
presidente da Academia Brasileira
de Ciências (ABC), Eduardo
Krieger, o financiamento de
pesquisas com células-tronco
embrioná- rias representa a
confiança da sociedade nos
cientistas brasileiros. "O
cientista hoje tem uma enorme
preocupação de que o avanço da
ciência seja voltado para a
sociedade. A comunidade
científica amadureceu e está em
condições de produzir esse
conhecimento". (15)
Em verdade a
busca de conhecimento é
necessidade básica do homem. E
quanto à fobia do mau uso das
células-tronco pensamos que a
Ciência aprenderá a lidar melhor
com as técnicas que envolvem a
clonagem, tornando-a mais simples
e segura. Quanto à sua
disseminação, dependerá dos
programas da Espiritualidade.
(16)
Para os que
crêem que os cientistas estariam
subvertendo a ordem divina ao
manipular células-tronco
embrionárias, importa
recordar-lhes que transgressão à
ordem da natureza são a
criança subnutrida, cidades
bombardeadas, atos terroristas,
doentes sem tratamento,
trabalhadores sem emprego.
Subversão da ordem divina será
sempre a forma como tratamos as
pessoas, não como venham a nascer.(17)
Os que hoje se opõem às
pesquisas científicas em questão
poderão garantir, com máxima
segurança, que no futuro não se
beneficiarão dessa inovadora
proposta de terapia humana?