A Revue Spirite
de 1859
(6a Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1859. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 10
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Em que consiste a
pneumatografia?
A pneumatografia
é a escrita produzida
diretamente pelo
Espírito, sem qualquer
intermediário, e é
inegavelmente um dos
mais extraordinários
fenômenos do
Espiritismo. Em todos os
tempos houve tais
fenômenos e é por eles
que podemos entender o
surgimento das três
palavras durante o
festim do rei Baltasar
em Babilônia, narrado no
Livro de Daniel, cap. 5.
Nos últimos tempos quem
primeiro deu a conhecer
esse fenômeno foi o
Barão de Guldenstubbe,
que publicou uma obra
contendo grande número
de fac-símiles das
escritas por ele
obtidas. (Revue
Spirite, pp. 228 a 230.)
B. Que é que Voltaire
disse sobre o Cristo?
O Espírito de Voltaire
reconheceu haver atacado
muitas coisas puras e
santas que sua mão
deveria ter respeitado,
como o Cristo, "modelo
de virtudes
sobre-humanas". Sobre
Jesus, Voltaire disse
ainda que "ele estará
sempre acima de nós".
"Ainda estávamos
mergulhados no vício da
corrupção, e ele já
estava sentado à direita
de Deus." (Obra citada,
p. 245.)
C. A Sociedade Espírita
de Paris entrava em
recesso?
Sim. A pedido de vários
membros e considerando
que muitas pessoas se
ausentavam durante o
verão, Kardec propôs
fosse determinado um
período de férias. A
Sociedade resolveu então
suspender as sessões em
agosto. (Obra citada,
p. 248.)
D. Que princípios podem
guiar-nos no exame das
comunicações espíritas?
Kardec cita na Revue
18 princípios que podem
guiar-nos nesse exame.
Eis alguns deles: 1) os
Espíritos superiores têm
uma linguagem sempre
digna, nobre, elevada e
dizem tudo com
simplicidade e modéstia;
2) os bons Espíritos só
dizem o que sabem; 3) a
linguagem dos Espíritos
elevados é sempre
idêntica, senão na
forma, pelo menos no
conteúdo; 4) os bons
Espíritos jamais ordenam
ou impõem; aconselham;
5) os bons Espíritos não
adulam; 6) eles não se
valem de nomes bizarros
e ridículos; 7) os bons
Espíritos só prescrevem
o bem e só aconselham
coisas perfeitamente
razoáveis. (Obra
citada, pp. 256 a 258.)
Texto para leitura
124. A Revue transcreve
da Patrie de
5-6-1859 um relato
concernente ao rei
Bernadotte que, tocado
pelas palavras de uma
aparição, se submeteu ao
Conselho de Estado numa
questão relativa à
Noruega. A aparição lhe
anunciou a morte de seu
filho Oscar, caso ele
combatesse contra a
Noruega. (P. 215)
125. Anunciado no número
de julho de 1859 o
lançamento do livro "Que
é o Espiritismo?", de
Kardec, que o
codificador entende
possa servir como uma
primeira iniciação ao
estudo da doutrina
espírita. (P. 217)
126. A teoria das
aparições se explica por
uma comparação familiar,
qual a do vapor que,
sendo rarefeito, é
completamente invisível.
No primeiro grau de
condensação, torna-se
nebuloso; condensado
mais, passa ao estado
líquido e depois ao
sólido. (PP. 220 e 353)
127. Algo de semelhante
se opera, pela vontade
do Espírito, na
substância do
perispírito; mas não se
infira disso que há nele
uma condensação:
opera-se na sua
contextura uma
modificação molecular.
(PP. 220 e 221)
128. Os objetos usados
pelos Espíritos, como as
vestimentas, jóias,
tabaqueira etc., são
transformações da
matéria eterizada. (P.
224)
129. Os Espíritos podem
fazer uma substância
salutar e própria para
curar, bem como
substâncias alimentares
capazes de saciar a
fome. (P. 225)
130. A produção de
objetos nem sempre
resulta de um ato de
vontade do Espírito;
freqüentemente ele
exerce esse poder
malgrado seu, ou outro o
exerce por ele, quando
as circunstâncias o
exigem. (P. 226)
131. Podendo tirar do
elemento universal os
materiais para fazer
tais coisas, o Espírito
pode tirar dali o
material para escrever.
(P. 227)
132. A pneumatografia
é a escrita produzida
diretamente pelo
Espírito, sem qualquer
intermediário, e é
inegavelmente um dos
mais extraordinários
fenômenos do
Espiritismo. (P. 228)
133. Em todos os tempos
houve tais fenômenos; e
é por eles que podemos
entender o surgimento
das três palavras
durante o festim do rei
Baltasar, em Babilônia.
(N.R.: O fato é
narrado no Livro de
Daniel, cap. 5.) (P.
229)
134. Nos últimos tempos
quem primeiro deu a
conhecer esse fenômeno
foi o Barão de
Guldenstubbe, que
publicou uma obra
contendo grande número
de fac-símiles das
escritas por ele
obtidas. (P. 230)
135. Um correspondente
de Bordéus narra um
curioso fato que se
passou com uma jovem
senhora de nome Mally,
que desde tenra idade
tinha visões. Em 1856, a
terceira filha da
Senhora Mally, de 4 anos
de idade, caiu doente e,
durante oito dias,
mergulhada num estado de
sonolência, foi
sustentada por um
alimento invisível que
seu benfeitor espiritual
lhe dava. Curada, a
menina contou ter tido
visões maravilhosas.
(PP. 234 e 235)
136. Um dia, passeando
com sua filha mais
velha, Mally percebeu
que a criança se
entretinha com um ser
invisível que parecia
pedir-lhe bombons.
Tratava-se de um menino
desencarnado que queria
bombons, explicou a
garota. (P. 236)
137. Evocado, o guia da
Senhora Mally explicou
que a caçula fora
alimentada por uma
espécie de maná, uma
substância formada pelos
Espíritos, que encerra o
princípio contido no
maná comum e a doçura do
confeito. (P. 240)
138. O Espírito de
Voltaire diz que no
mundo espiritual tenta
aprender a praticar o
bem. Quando se teve uma
existência como a sua,
há muitos preconceitos a
combater, muitos
pensamentos a repelir,
ou mudar completamente,
antes de alcançar a
verdade. (P. 245)
139. Ele reconhece ter
atacado muitas coisas
puras e santas, que sua
mão deveria ter
respeitado, como o
próprio Cristo, "modelo
de virtudes
sobre-humanas". Sobre
Jesus, Voltaire disse
ainda que "ele estará
sempre acima de nós".
"Ainda estávamos
mergulhados no vício da
corrupção, e ele já
estava sentado à direita
de Deus",
acrescentou Voltaire.
(P. 245)
140. Contestando idéias
atribuídas ao Espírito
de Cristóvão Colombo,
Kardec lembra que o
homem não é fatalmente
impelido a fazer tal ou
qual coisa. Pode
acontecer que, como
homem, se comporte mais
ou menos cegamente; mas,
como Espírito, tem
sempre a consciência do
que faz e fica sempre
senhor de suas ações.
(P. 247)
141. O Sr. S... pede que
seja evocado o Sr. M...,
desaparecido há um mês,
para saber dele se está
vivo ou morto. São Luís
diz que tal evocação não
pode ser feita, visto
que a incerteza a
respeito daquele homem
tem um objetivo de
prova. (P. 247)
142. A pedido de vários
membros e considerando
que muitas pessoas estão
ausentes durante a
estação, Kardec propõe
seja determinado um
período de férias. A
Sociedade resolve então
suspender as sessões em
agosto. (P. 248)
143. Tratando da
intromissão dos
Espíritos enganadores
nas comunicações
escritas, Kardec
assevera que entre as
coisas que podem ser
chamadas processos
não há nenhuma fórmula e
nenhum expediente
material que possa
servir de preservativo
eficaz contra tais
Espíritos. (P. 251)
144. Não dissemos que
não haja nenhum meio --
lembra Kardec --, mas
unicamente que a maior
parte dos meios
empregados são
inoperantes. A primeira
coisa é não os atrair e
evitar tudo quanto lhes
possa dar acesso, e,
nesse sentido, as
disposições morais têm
grande relevância. (PP.
252 e 253)
145. São Luís lembra,
ainda, que devemos pesar
e refletir, e submeter
ao controle da razão
mais severa todas as
comunicações recebidas.
(P. 254)
146. Na seqüência,
Kardec passa em revista
18 princípios que podem
guiar-nos no exame das
comunicações espíritas.
(PP. 256 a 258)
147. Eis alguns desses
princípios: 1) os
Espíritos superiores têm
uma linguagem sempre
digna, nobre, elevada e
dizem tudo com
simplicidade e modéstia;
2) os bons Espíritos só
dizem o que sabem; 3) a
linguagem dos Espíritos
elevados é sempre
idêntica, senão na
forma, pelo menos no
conteúdo; 4) os bons
Espíritos jamais ordenam
ou impõem; aconselham;
5) os bons Espíritos não
adulam; 6) eles não se
valem de nomes bizarros
e ridículos; 7) os bons
Espíritos só prescrevem
o bem e só aconselham
coisas perfeitamente
razoáveis. (PP. 256 a
258)
(Continua no próximo
número.)