ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Zagal celeste
"As raposas
têm covis, e as
aves do Céu
ninhos, mas o
Filho do Homem
não tem onde
reclinar a
cabeça" - Jesus.
(Mt, 8:20)
Relata Emmanuel
que “a
maioria dos
missionários
religiosos da
Antigüidade se
compunha de
príncipes, de
sábios ou de
grandes
iniciados, que
saíam da
intimidade dos
palácios e dos
templos; mas o
Senhor da
semeadura e da
seara era a
personificação
de toda a
sabedoria, de
todo o amor, e o
seu único
palácio era a
tenda humilde de
carpinteiro,
onde fazia
questão de
ensinar à
posteridade que
a verdadeira
aristocracia
deve ser a do
trabalho,
lançando a
fórmula sagrada,
definida pelo
pensamento
moderno, como o
coletivismo das
mãos, aliado ao
individualismo
dos corações –
síntese social
para a qual
caminham as
coletividades
dos tempos que
passam – e que,
desprezando
todas as
convenções e
honrarias
terrestres,
preferiu não
possuir pedra
onde repousasse
o pensamento
dolorido, a fim
de que
aprendessem os
Seus irmãos a
lição
inesquecível do
“Caminho, da
Verdade e da
Vida”.
Ao afirmar que
“nenhuma das
ovelhas que o
Pai Lhe confiara
se perderia”,
Jesus não
poderia agir de
outra forma...
Daí o fato de
não possuir
residência fixa,
pautando Sua
Vida em trabalho
de
arrebanhamento
das ovelhas
tresmalhadas
para o Redil do
Pai.
Sua Vida foi
coroada pelo
trabalho e pela
humildade;
humildade
exemplificada
desde o início
ao escolher como
berço uma
singela
manjedoura;
trabalho
incessante a
partir do
momento em que o
composto ígneo
se desprendia da
Nebulosa Solar
para formação da
Terra,
continuando até
os dias de
hoje...
Observamos,
então, nos
mínimos
detalhes, a
coerência entre
o que falava e o
que fazia.
Suas palavras
eram
enriquecidas
pelo exemplo que
dava...
Se Ele é o
“Caminho”,
caminho dá idéia
de senda a
percorrer.
Sigamos, pois, o
Caminho por Ele
indicado para
encontrarmos a
Verdade e a Vida
Imperecível.
Todo um trabalho
de burilamento
íntimo nos
aguarda no
fragor das lides
diárias.
Sabemos que o
“Caminho” de
Jesus foi a
“via crucis”
e há que se
compreender que
só o trilharemos
coadjuvados pela
humildade e pela
coragem.
O nobre mentor
Bezerra de
Menezes afirma
(1) que
“todo aquele que
quiser conduzir
uma coletividade
espírita por
seguros caminhos
tem de procurar
a luz do
Evangelho. Foi
esse caminho que
permitiu
manter-me fiel
até o fim e é
ele que
certamente vos
conduzirá ao
seio de Nosso
Senhor Jesus
Cristo, alegres
e satisfeitos
por haverdes
cumprido o vosso
dever.
“Grandes
monumentos, meus
companheiros, o
sentimento erige
para a
glorificação do
Espírito
puríssimo do
Divino Mestre.
Não são os
templos de pedra
que qualificam a
obra dos
servidores da
Seara. Se assim
fora, as
vetustas
catedrais seriam
ainda hoje os
templos do
Espírito Santo.
Procurai erigir
esses monumentos
nos corações,
porque então não
haverá mister
hospitais,
abrigos, e
asilos. Procurai
mostrar pela
palavra
persuasiva e
sentida que o
Cristo é, para a
Terra, o único
Pastor”.
Acrescentaríamos
também que,
erguendo no
coração o templo
de luz do
Evangelho, não
precisaremos
construir
penitenciárias.
Anualmente –
entre outras
coisas – o Natal
enseja-nos a
oportunidade de
transformar os
nossos corações
em suaves e
aconchegantes
manjedouras onde
o Mestre Maior
deve renascer,
transformando
nossos braços em
força de
trabalho para
Sua Seara, num
prolongamento de
Seus próprios
braços
despregados da
cruz.
Que a planta
maravilhosa do
Evangelho,
sacrificada,
vilipendiada e
contrariada nos
seus mais
lídimos
objetivos possa
ver a luz
através de nossa
ação equilibrada
e construtiva no
Bem.
Joanna de
Ângelis (2),
veiculada pela
luminosa
mediunidade de
Divaldo Franco,
aconselha-nos a:
“(...) abrir o
coração e a
mente a Jesus,
deixando que
neste Natal Ele
celebre, por
nosso
intermédio, a
epopéia festiva
da paz, no meio
em que estamos
convidados a
servir,
colocando, desde
agora, mas em
definitivo,
alicerces do
amanhã feliz que
todos aguardamos
como início da
Era que Ele
anunciou e
viveu”.
Este é o momento
propício para
refazer,
mentalmente, o
caminho já
percorrido, a
fim de
verificarmos se
as sinfonias do
Natal estão
realmente
ecoando na
acústica de
nossa alma.
Jesus, o Meigo e
Suave Zagal
Celeste, tem
acompanhado
nossa trajetória
evolutiva
através dos
milênios, e
espera desde há
muito,
pacientemente,
que, em pleno
uso de nosso
livre-arbítrio,
possamos dizer:
(Lc, 9:57)
“Senhor,
seguir-Te-ei
para onde quer
que fores”.
E
complementando:
(Atos, 9:6.)
“Que queres que
eu faça?”
Bibliografia:
(2) Do livro:
Celeiro de
Bênçãos
(Ed. LEAL).