Naquele início
de tarde morna,
seguia o
Amparador da
vida invisível
ao lado de duas
das suas
tuteladas
naquele
agrupamento
familiar
reencarnado,
naturalmente
despercebido,
acompanhando a
passos de
passeio a jovem
mãe ao lado da
filha pequena
que conduzia ao
colégio, quando
percebeu,
agradavelmente
surpreso, a
aproximação de
um seu
companheiro nas
lides de auxílio
aos amigos na
materialidade.
– Que faz por
aqui, Cláudio?!
Bom
encontrar-te.
Algum recado da
Colônia?
Ao que o antigo
amigo de muitos
séculos
respondeu, com a
jovialidade que
lhe era própria:
– Vinha mesmo ao
teu encontro
para combinar
contigo umas
tantas coisas,
sabendo-te
ocupado com a
tua missão
diária na
residência dos
teus afetos
reencarnados; a
meio caminho,
todavia, notei
algo urgente e
acorri até aqui
para avisar-te,
sabendo como sei
com algum acerto
das rotinas do
teu dia...
O outro olhou-o,
entre agradecido
e surpreendido,
convidando-o a
acompanhá-los no
percurso que
seguia junto às
protegidas
entretidas,
àquela altura,
em desanuviado
diálogo sobre os
acontecimentos
da manhã finda.
– A que te
referes? Algum
problema?
– Não
exatamente... –
o outro se
apressou em
esclarecer,
prestimoso – Mas
é preciso que
arranjes um
jeito de deter
os passos das
tuas assistidas
durante uns
poucos
momentos...
– Por quê? –
quis saber o
Amparador,
curioso.
– Tu o
pressentirias
com facilidade
tão logo
atingissem a
próxima via
transversal,
todavia,
deixemos os
comentários e
explicações para
daqui a pouco.
Por favor,
apresse-se...
E em notando que
o aludido
cruzamento de
avenidas já
vinha bem
próximo, de
pronto o amigo
do plano
espiritual da
vida gastou
breve intervalo
consultando
atentamente os
arredores, a fim
de que algo
oportuno lhe
ocorresse, assim
como o denodado
recém-chegado.
De repente,
apondo
afavelmente a
mão na altura da
nuca da moça,
sussurrou-lhe
algo, carinhoso,
à audição
espiritual:
– Olhe só: o
galho desta
árvore aí está
quase caindo!...
Tamanha era a
empatia entre
Amparador e
assistida, que
na mesma hora a
jovem alçou a
vista,
aparentemente ao
acaso, para o
arvoredo
compacto mais a
frente da
calçada por onde
passava com a
criança,
detendo-se no
passo apressado
com que
avançavam.
– Olhe, filha!
Aquele galho lá
em cima está
arriscando cair!
Que perigo! Está
podre!
Ao que a
menininha,
surpreendida com
o comentário e
curiosa como
toda criança,
imediatamente
atendeu ao apelo
materno,
levantando
também o
rostinho sério.
– Cadê?! Onde,
mamãe?!...
A mãe apontou.
– Lá! Olhe!...
Ao lado, os dois
amigos da
invisibilidade
trocaram um
olhar entre
divertido e
aliviado.
A menininha
ainda se demorou
com os olhos na
árvore frondosa
durante um bom
tempo, acabando
mesmo por causar
certa
impaciência na
mãe que,
pressurosa com o
horário de
entrada da
pequena na
escola, se pôs a
apressá-la:
– Chega,
filhinha! Já
viu! Quer se
atrasar?
– Ah, agora eu
vi! Eu quero ver
mamãe, que
coisa!...
E gastou-se
alguns instantes
a mais no
impasse até que
afinal mãe e
filha retomaram
o trajeto
calmamente,
ladeadas pelos
assistentes
despercebidos
que as
acompanhavam
agora entretidos
em palestra
reservada a
respeito do
incidente.
– Que foi,
afinal, que o
compeliu a esta
providência,
Cláudio? Não
pode me dizer
agora?...