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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 7 - 30 de Maio de 2007

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, Minas Gerais (Brasil)

Amor além da morte

José Eduardo tivera uma complicação no dentista. Problema de anestesia e hipertensão arterial. Coisa difícil de acontecer, em nossos dias. Mas aconteceu. Entrou em coma. Quarenta dias depois, sem conseguir sair do estado de coma, morre, no Rio de Janeiro, onde residia, consternando profundamente todos os membros da família Baesso, de que sou um dos agregados, e dos inúmeros amigos daquela simpática família.

José Eduardo era um jovem extremamente talentoso. Professor de história, eloqüente, vibrante, espirituoso, ficávamos horas, boquiabertos, ouvindo-o falar da Grécia, dos egípcios, dos judeus, de tudo! Não era um simples professor; era um intérprete, um analista profundo da História, que entrava pelos meandros dela e da vida, como quem brinca com as palavras e os fatos!

Não se perde um companheiro desses, sem um enorme sentimento de frustração e de dor. Todos nós, da família Baesso e das circunvizinhanças, nos sentimos muito empobrecidos, quando o amigo se foi.

Tempos depois, estamos orando por ele em nosso grupo de trabalho. Na sessão um punhado de médiuns de primeira linha. ( Costumo dizer que, para mim, médium de primeira linha é aquele que é médium vinte e quatro horas por dia. Que está sempre pronto para a tarefa; vive concentrado nela, já traz o ambiente preparado no próprio coração. Não tem tempo ruim pra ele, nem hora. Toda hora é hora. De orar, de vibrar, de servir.)

José Eduardo, Espírito, chegou. Bela comunicação, falando de pessoas que o ajudaram na hora do despertar; da sua surpresa diante da vida nova que se desdobrava aos seus olhos; do bem que representou para o seu despertamento espiritual, os quarenta dias em que esteve de coma; de muita coisa mais! Emocionou-se ao recordar a companheira querida, Ana Maria, com quem estivera casado até então, e com quem gostaria de conversar um pouco. Incontinenti, o médium João Lage entra em desdobramento e parte para o Rio de Janeiro, trazendo, poucos segundos depois, também desdobrada, Ana Maria que, incorporada em um dos médiuns da casa, pôde conversar com o companheiro desencarnado.

Foi um dos momentos mais emocionantes que o nosso grupo viveu naquela saudosa jornada de Guarani.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita