José Eduardo
tivera uma complicação no
dentista. Problema de anestesia e
hipertensão arterial. Coisa
difícil de acontecer, em nossos
dias. Mas aconteceu. Entrou em
coma. Quarenta dias depois, sem
conseguir sair do estado de coma,
morre, no Rio de Janeiro, onde
residia, consternando
profundamente todos os membros da
família Baesso, de que sou um dos
agregados, e dos inúmeros amigos
daquela simpática família.
José Eduardo
era um jovem extremamente
talentoso. Professor de história,
eloqüente, vibrante, espirituoso,
ficávamos horas, boquiabertos,
ouvindo-o falar da Grécia, dos
egípcios, dos judeus, de tudo!
Não era um simples professor; era
um intérprete, um analista
profundo da História, que entrava
pelos meandros dela e da vida,
como quem brinca com as palavras e
os fatos!
Não se perde
um companheiro desses, sem um
enorme sentimento de frustração
e de dor. Todos nós, da família
Baesso e das circunvizinhanças,
nos sentimos muito empobrecidos,
quando o amigo se foi.
Tempos depois,
estamos orando por ele em nosso
grupo de trabalho. Na sessão um
punhado de médiuns de primeira
linha. ( Costumo dizer que, para
mim, médium de primeira linha é
aquele que é médium vinte e
quatro horas por dia. Que está
sempre pronto para a tarefa; vive
concentrado nela, já traz o
ambiente preparado no próprio
coração. Não tem tempo ruim pra
ele, nem hora. Toda hora é hora.
De orar, de vibrar, de servir.)
José Eduardo,
Espírito, chegou. Bela
comunicação, falando de pessoas
que o ajudaram na hora do
despertar; da sua surpresa diante
da vida nova que se desdobrava aos
seus olhos; do bem que representou
para o seu despertamento
espiritual, os quarenta dias em
que esteve de coma; de muita coisa
mais! Emocionou-se ao recordar a
companheira querida, Ana Maria,
com quem estivera casado até
então, e com quem gostaria de
conversar um pouco. Incontinenti,
o médium João Lage entra em
desdobramento e parte para o Rio
de Janeiro, trazendo, poucos
segundos depois, também
desdobrada, Ana Maria que,
incorporada em um dos médiuns da
casa, pôde conversar com o
companheiro desencarnado.