WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 7 - 30 de Maio de 2007

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

Pílulas do dia seguinte: algumas considerações indispensáveis

Muitas vezes por ignorância alguns defendem o uso da "pílula do dia seguinte"(1) e por esse método contraceptivo estão contribuindo (ainda que inconscientemente) para o aborto. Isto porque muitos não têm maiores e mais precisas informações sobre em que momento ocorre o processo de interrupção da concepção. Contudo, uma questão muito simples, mas que confunde muitos pesquisadores, é sobre o começo da vida.
Quando podemos afirmar que o ser humano adquire vida?

O médium Divaldo Franco explica que "A concepção dá-se no momento em que o espermatozóide penetra no óvulo e começa a viagem do ovo na direção da implantação na intimidade uterina da mulher. Qualquer recurso após a fecundação que vise eliminar a vida, para nós, espíritas, é um aborto delituoso. A pílula do dia seguinte, o DIU e outros instrumentos que impedem a continuação do processo da fecundação é um mecanismo de destruição da vida. Portanto: abortivo."(2)

Portanto, para nós espíritas a vida inicia na fecundação, geralmente na tuba uterina da mulher, quando o corpo perispiritual do Espírito reencarnante fixa-se vigorosamente na célula-ovo, ou zigoto(3). Após o que, na fecundação no terço distal(4) da tuba uterina, o embrião, o novo indivíduo (a tríade hominal - corpo geneticamente estruturado, perispírito e Espírito) deve rumar até o arcabouço uterino, levando cerca de 1 (uma) semana para implantar-se (nidação). Para essa caminhada e nidação, é necessário que todo o aparelho feminino esteja funcionando adequadamente e o útero esteja na fase secretória (adequada para o embrião), sob um controle hormonal natural da mulher. Em qualquer atraso, o embrião "morre de fome", por falta de nutrientes, e é absorvido pelo próprio organismo da mulher e o Espírito desliga-se para aguardar nova oportunidade reencarnatória(5). Por interferir nos mecanismos hormonais que regulam o ciclo menstrual - maturação do revestimento interno do útero (endométrio) - a "pílula pós-coito" - como também é conhecida - altera o padrão menstrual (antecipando ou adiando a data esperada, aumentando ou diminuindo o volume do fluxo). Por esse motivo, este método não deve ser utilizado, por prudência e lógica.

A questão 358 de O Livro dos Espíritos deixa clara a questão do aborto: é um crime. Destarte, "os médicos das AMEs (Associações Médico-Espíritas) comprometem-se a lutar (...) contra a administração da chamada "pílula do dia seguinte"(6), por ser abortiva. E mais ainda, "quando forçado a receitar a "pílula do dia seguinte", nos ambulatórios públicos, o médico espírita não o faz, para isso, lança mão de um direito legítimo, reconhecido pelo Código de Ética Médica, que é o de ser fiel à sua própria consciência. Do mesmo modo, o anestesista espírita lança mão desse mesmo direito para não participar das equipes de abortamento legal já existentes em alguns hospitais do país."(7)

A "pílula do dia seguinte é utilizada para prevenir uma gravidez indesejada após o coito supostamente desprotegido. É administrado livremente ou legalmente em caso de estupro (a lei brasileira é a favor do aborto em caso de estupro). Independente de qualquer reflexão ética, o fato de ser uma alta dose de hormônio sintético, além dos efeitos colaterais imediatos que causa, o uso repetitivo predispõe a diversas doenças na mulher, dentre elas, o câncer de mama. E, mais ainda, "usar ou não usar, qual é o mais ético? Se há a possibilidade do aborto (não conhecemos pesquisas sobre a porcentagem), por menor que seja, a ética e o bom senso, diante da consciência, indicam para não usar, pois é impossível a mulher saber o que realmente está acontecendo e se há um Espírito reencarnante desejoso de ser "embalado" carinhosamente no colo materno, na expectativa de uma nova existência de lutas e realizações, junto de sua mãe."(8)

Segundo Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, "a despeito de muitos argumentos de fundo religioso ou de discussões de cunho moral, a maioria dos brasileiros é favorável a uma política universal - e principalmente eficaz - de planejamento familiar. No Brasil 84,4% são a favor, inclusive, da distribuição de pílulas anticoncepcionais de emergência, as chamadas "pílulas do dia seguinte"(9). O homem pode programar a família que deseja e lhe convém como ter número "x" de filhos, período propício para a maternidade, jamais, porém, se eximirá aos imperiosos resgates a que faz jus, tendo em vista suas experiências do pretérito.

Melhor seria não impedir a volta dos Espíritos ao corpo de carne, já que o espírita não desconhece a seriedade da planificação reencarnatória. Antes de retornarmos às experiências físicas é bem provável que nos tenhamos comprometido a receber, como filhos, um número determinado de Espíritos. Logo, a reprodução humana estava naturalmente acertada numa cota previamente estabelecida, quando ainda nos encontrávamos nos planos espirituais(10).

Existem muitas famílias que deliberadamente esquivam-se de possuir filhos. Em face dessa opção, de que maneira se avaliar a atitude dos casais que evitam os filhos (inclusive muitos casais dignos e respeitáveis, sob todos os pontos de vista), que sistematizam o uso de anticonceptivos? Recorremos ao livro Ação e Reação ditado pelo Espírito André Luiz, que entroniza algumas ponderações de Silas, sobre esta questão, que adverte: - "(...) Se não descambam para a delinqüência do aborto, na maioria das vezes são trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista. Infelizmente para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, às quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência, procurando inutilmente enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os, inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço máximo. Recusando acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para eles antes da reencarnação, emaranham-se nas futilidade e preconceitos das experiências de subnível, para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no coração... (...)"(11) (grifamos)

Importante também serem lembradas são as conseqüências para o ser abortado. Espíritos esses destinados ao reencontro com aqueles a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem rejeitados, devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento. Desta forma, permanecem ligados ao centro vital genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a profundos distúrbios ginecológicos aquela que fora destinada a ser sua mãe. Nessa vampirização energética, tornam-se verdadeiros endoparasitas(12) do organismo perispiritual, aderindo também ao centro vital esplênico, sugando o fluido vital materno.

Cremos que há necessidade urgente de que se tenha consciência do mal que se pratica quando se interrompe o curso da vida de um ser. Não importa se, como no caso, esse curso esteja em sua fase inicial. Não se pode, conscientemente, acobertá-lo com o manto de questionável "legalidade".

Surge, aqui, uma inferência imediata: a de que a determinação de respeito aos direitos do nascituro acentua a necessidade legal, ética e moral de existir maior e quase absoluta limitação da prática de quaisquer meios que redundem em abortamento. Uma exceção, apenas, há: quando for constado, efetivamente, risco de vida à gestante(13).

FONTES:
1 - Criada pelo pesquisador Etienne-Emile Baulieu, médico e cientista francês, diretor da Unidade 33 do Inserm, em Paris, que se tornou famoso como pai da "pílula do dia seguinte", a RU 486, pílula abortiva, adotada há muitos anos na França e, desde o ano 2000, nos EUA.
2 - Disponível em acessado em 17/9/2005.
3 - Produto diplóide - com 46 cromossomos - da união da célula germinativa masculina e da feminina.
4 - Diz-se da extremidade mais afastada de um órgão, do ponto em que ele se liga ao corpo.
5 - Para maiores detalhes de como ocorre essa ligação, numa bela descrição do Espírito André Luiz, leia "Missionários da Luz", psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulos XIII e XIV.
6 - Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, n.º 26, páginas 06-11.
7 - Idem.
8 - Disponível em acessado em 15/9/2005.
9 - Humberto Costa, 47, médico psiquiatra, ex-ministro da Saúde. Foi deputado federal pelo PT-PE (1995-1998)- In: Lógica do Planejamento Familiar. - publicado na Folha de S. Paulo em 15/5/2005.
10 - Disponível em acessado em 18/9/2005.
11 - XAVIER, Francisco Cândido. Anotações Oportunas. ln:_. Ação e Reação. Ditado pelo Espírito André Luiz. 17. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1996. Pág. 210.
12 - Parasito que vive no interior do organismo de um hospedeiro.
13 - Cf. Questão 359 do Livro dos Espíritos.


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita