Os bons
diabos
Quando criança,
lia revistas em
quadrinhos aos
quilos. E
lembro-me de uma
entre as
preferidas, que,
infelizmente,
não se sabe por
qual razão, não
se sustentou
muito nas bancas
de jornais,
dentre outras
que até hoje são
achadas com
facilidade:
Satanésio.
De autoria do
desenhista e
cineasta
brasileiro Ruy
Perotti, trazia
quadrinhos
coloridos com
histórias sobre
um diabo meio
patético, sempre
em disputa
falida contra o
Anjoca, um
anjinho com a
clássica roupa
azul, que se
comportava como
o anjo
tradicional, mas
era um tanto
atrapalhado.
As estórias eram
divertidíssimas,
e a conclusão a
que se chegava,
muitas vezes,
era que aquele
pobre diabo,
solitário e
fracassado,
sempre alvo de
chacotas e
deboche, e com
sua veia
humorística
nata, estava
mais era para
anjo! Pois diabo
nenhum que se
preze, ainda que
existisse na
velha tradição
caricata,
gostaria de
saber que está
divertindo os
seres, antes de
provocar
malefícios.
Não tive como
não me recordar
daquele
personagem
lúdico esta
semana, depois
do começo da
promoção, em
enquete de
sorteio do nosso
livro em
lançamento, o
romance Os
Cátaros,
ditado pelo
Espírito Iohan,
na nossa página
de palestras no
Facebook. Porque
tivemos que, às
pressas, ditar
regras bem
estabelecidas
para a
participação na
enquete, cujo
tema é a
importância do
conhecimento da
reencarnação
para os tempos
atuais, antes
que o espaço
para comentários
se transformasse
num ringue
religioso,
acerca de
crenças ou
descrenças
daquilo que todo
espírita, e
mesmo cientista
de ponta no
mundo atual,
reconhece
tratar-se não
mais do que lei
natural, atuando
nos nossos
repertórios de
vida, à revelia
da capacidade ou
incapacidade
deste ou daquele
de compreender o
assunto.
A emergência,
assim, se fez
sentir tão logo
o primeiro
incauto postou,
triunfante, o
seu pretenso
comentário
doutrinário,
acreditando
estar prestando
um grande
benefício em
local da
internet, em
absoluto,
inadequado à sua
presença e à sua
percepção das
coisas: – “Parem
de seguir essas
coisas do
diabo!”...
Mais ou menos
nestes termos,
mas o diabo
estava bem lá,
nas palavras do
visitante, como
um Satanésio
deslocado,
totalmente
disfuncional em
suas atribuições
em se tratando
de assuntos
relacionados à
temática da
reencarnação!
Em
contrapartida,
fixei
imediatamente
nota no começo
da página,
esclarecendo
mais
objetivamente os
propósitos da
enquete, e que
qualquer
comentário com
pretensões às
polêmicas
religiosas seria
retirado de um
espaço cuja
participação era
destinada,
exclusivamente,
a quem já
entende como
pacífica a lei
natural da
Reencarnação,
apenas opinando
sobre sua
indiscutível
importância no
nosso percurso
evolutivo.
Porque, àquela
altura, já
tivera que
retirar mais de
uma postagem
inconveniente,
nos mesmos
termos
inadequados e
intencionais,
que,
repetidamente,
metiam o infeliz
diabo na
história!
A partir desse
episódio,
reflitamos!
Papel patético,
meus amigos,
exerceria um tal
diabo!
Haveria de se
sentir, antes,
ofendido! A
reencarnação,
vejamos, bem
como o
intercâmbio
mediúnico entre
dimensões,
mediante cartas
ou livros
psicografados –
outro contexto
com o qual
lidamos, mas
sobre o qual
seria extenso se
deter aqui – são
fatos!
Implicam, de
resto, em
mecanismos
evolutivos e
naturais da
existência,
atendendo,
justamente, ao
benefício
de todos
os seres em
jornada nas
múltiplas
dimensões da
vida, o que, de
saída,
desqualificaria
um tal diabo,
atuante em
autêntico desvio
de funções!
Porque, ora, se
a reencarnação
favorece a
evolução humana
rumo à própria
melhoria e aos
patamares
superiores do
Espírito, na
intimidade
luminosa de
Deus; se os
Espíritos
Benfeitores
estão entre nós,
em intercâmbio
constante de
auxílio aos
reencarnados, e
alguns entendem
tais maravilhas
dos desígnios
divinos voltados
ao acerto dos
nossos percursos
para a
felicidade como
obra de algum
diabo...,
bem
desacreditado
estaria este
diabo ante
os seus pares
maléficos e
devotados à
danação da raça
humana por toda
a eternidade!
Pois que obras
diabólicas
seriam estas,
tão
contraditórias
para com as
finalidades
principais dos
senhores dos
infernos,
apregoadas por
determinadas
vertentes
religiosas, em
absoluto, ainda
medievais,
anacrônicas para
com os avanços
indiscutíveis do
próprio espírito
humano ao longo
dos séculos?!
Necessário se
faria a revisão
urgente de tais
conceitos, em
benefício mesmo
da credibilidade
do tal diabo,
e dos seus
propósitos no
mundo, pois é de
fácil
reconhecimento o
engodo. Porque,
se todo infeliz
Espírito errante
que contata os
médiuns, desde
sempre
existentes na
face do orbe, em
busca de
reconforto e
auxílio para a
compreensão de
sua situação
atual nas
dimensões
astrais, e os
benfeitores
espirituais, por
sua vez, também
o intercambiam
em tarefas
esclarecedoras
de auxílio, é de
supor que muitos
diabos
andam “virando a
casaca”!
Trabalhando em
favor do sucesso
dos desígnios de
Deus e seus
anjos –
antes, os
maiores
opositores dos
seus planos
infernais – e
não contra eles!
Caríssimos, tais
vivências é que
nos autorizam
relembrar,
oportunamente, o
que, desde há
muito, o próprio
Mestre Jesus nos
alertava, acerca
das falácias
existentes na
fala dos
propagadores das
falsas ideias
que, ao
contrário de
ajudar e
iluminar as
almas,
mergulham-nas,
ainda mais
profundamente,
em desencanto e
confusão:
"Todo reino
dividido contra
si mesmo ficará
deserto, e toda
cidade ou casa
dividida contra
si mesma não
subsistirá. Se
Satanás expele a
Satanás,
dividido está
contra si mesmo;
como, pois,
subsistirá o seu
reino?" –
Mateus 12:22-32.