A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 21
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. O primeiro plano do
Mundo Espiritual é
parecido com o nosso?
Sim. É bem parecido. Pode-se até dizer que o nosso plano de
vida aqui, na Terra, é
uma cópia materializada
do primeiro plano da
Vida Espírita. O que
existe na Terra, existe
nesse plano do mundo
espírita, sendo que este
contém ainda mais alguma
coisa do que existe no
nosso mundo. E é muito
mais aperfeiçoado, mais
belo, sem comparação; e
tudo o que nele existe,
está claro, é formado de
matéria contida nesse
plano de vida, ou mundo.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XIX – O plano da
vida após a morte.)
B. No Mundo Espiritual
como é visto o trabalho?
Primeiro é preciso dizer que a vida no Mundo Espírita,
diferentemente do que
ocorre aqui, é isenta do
"ganha-pão", do
"ganha-roupa" e do
"ganha-cobertura". No
plano espiritual o
trabalho é muito mais
suave, independente de
suores, fadigas,
canseiras, e ainda
assim, conquanto seja
obrigatório, tem o seu
limite, para permitir as
distrações, o estudo, a
formação do intelecto, o
progresso do Espírito.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XIX – O plano da
vida após a morte.)
C. No tocante à vida no
Mundo Espiritual, não
existindo nele a
preocupação com o
próprio sustento,
pode-se concluir que
tudo lá é menos intenso?
Não; ao contrário. No Mundo Espiritual a vida é tão intensa, o
movimento é tão
acentuado, que confunde
os Espíritos menos
avisados, como confuso e
boquiaberto ficaria o
sertanejo que do mundo
nada conhecesse a não
ser o recanto em que
nasceu e fosse
transportado de repente
para um dos centros
principais do mundo
terrestre. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIX –
O plano da vida após a
morte.)
Texto para leitura
271. O primeiro plano do Mundo Espiritual é bem parecido com o
plano em que vivemos, o
plano terrestre. Pode-se
dizer que o nosso plano
de vida aqui, na Terra,
é uma cópia
materializada do
primeiro plano da Vida
Espírita. O que existe
na Terra, existe nesse
plano do mundo espírita,
sendo que ele contém
ainda mais alguma coisa
do que existe no nosso
mundo. Mas é muito mais
aperfeiçoado, mais belo,
sem comparação; e tudo o
que existe, está claro,
é formado de matéria
contida nesse plano de
vida, ou mundo. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XIX – O plano da
vida após a morte.)
272. O termo “mundo”, na linguagem espírita, não exprime
somente os planetas, os
globos, mas também as
camadas que chamamos
atmosféricas e que
envolvem os planetas, os
cometas, as estrelas ou
sóis, e outros mundos
imperceptíveis mesmo aos
astrônomos e aos que se
dedicam às coisas
espirituais. É neles que
vivemos a nossa vida
verdadeira. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIX – O plano da vida
após a morte.)
273. Nos mundos materiais a nossa vida é ligeira, aparente,
transitória, sujeita aos
cinco sentidos e
limitada à
personalidade, ao passo
que, no Mundo Espírita,
não é a personalidade
que vive, mas sim a
individualidade, com o
sentido amplo que
abrange o seu passado.
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XIX – O
plano da vida após a
morte.)
274. O Mundo Espírita não limita a sua evolução somente ao
reflexo, isto é, não
contém só o que contém a
Terra, porém muito mais,
pois é claro que, sendo
ele o “Mundo Normal
Primitivo", o que existe
na Terra é originário
desse mundo. Todas as
novidades, todas as
novas descobertas, os
melhoramentos que o
mundo terreno vai tendo,
vêm do Mundo Espiritual
e são uma cópia
grosseira,
materializada, do que
existe no Mundo
Espiritual. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIX – O plano da vida
após a morte.)
275. Esse Mundo Espiritual é muito maior do que o mundo
material; nem pode haver
comparação, senão muito
relativa, seja em
estrutura, nas belezas
da Arte, nas maravilhas
da Ciência, na altura da
concepção dos seres
intelectuais e das
coisas, na harmonia
etc., porque em tudo ele
excede muito ao mundo
material. Basta dizer
que a vida nele é isenta
do "ganha-pão", do
"ganha-roupa" e do
"ganha-cobertura". O
trabalho é muito mais
suave, independente de
suores, fadigas,
canseiras, e ainda mesmo
esse trabalho, conquanto
seja obrigatório, como o
é o trabalho na Terra,
tem o seu limite, para
permitir as distrações,
o estudo, a formação do
intelecto, o progresso
do Espírito. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIX – O plano da vida
após a morte.)
276. Os que se amam constituem-se em famílias, obedecem às
leis sociais de respeito
mútuo, muito mais ainda
do que na Terra.
Entretanto, nesse plano
de existência, mormente
no momento atual, o
bem-estar tem sido
terrivelmente perturbado
pela ação nefasta de
Espíritos maléficos, que
vão deixando a Terra
atormentados pelas
guerras, por epidemias,
suicídios e catástrofes
de várias espécies.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XIX – O plano da
vida após a morte.)
277. Evidentemente, esse plano de vida, embora muito superior
ao plano material,
encontra-se ainda muito
distante da felicidade.
Quando dizemos que ele é
belo e admirável,
fazemo-lo sempre em
relação ao mundo
material, onde
predominam as paixões de
todos os gêneros e o vil
interesse dos bens
materiais. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIX –
O plano da vida após a
morte.)
278. Repitamos sempre: a vida Além do Túmulo não se cifra num
Inferno candente, num
Purgatório de labaredas,
num Céu de beatífica e
nula contemplação, num
mistério, numa
abstração. Existem lá
cidades flutuantes,
sonhos de Júlio Verne,
grandes avenidas, largas
praças, jardins
esplêndidos, museus,
ruas belíssimas, onde se
destacam magníficos
edifícios, construções
que maravilhariam os
maiores arquitetos da
Terra, onde se cruzam e
se multiplicam veículos
de que o homem ainda não
pode fazer ideia;
ascensores que conduzem
aos planos superiores,
e, para determinados
fins, os Espíritos
inferiores, que, pela
sua materialidade, não
se podem elevar ao azul
do firmamento. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XIX – O plano da
vida após a morte.)
279. Lá a vida é tão intensa, o movimento tão acentuado, que
confunde os Espíritos
menos avisados, como
confuso e boquiaberto
ficaria o sertanejo que
do mundo nada conhecesse
a não ser o recanto em
que nasceu e fosse
transportado para um dos
centros principais do
mundo terrestre, por
exemplo. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIX –
O plano da vida após a
morte.)
280. Os Espíritos, logo que partem da Terra, pela
transformação da morte,
acostumados às sensações
grosseiras e às
percepções que lhes são
dadas exclusivamente
pelos cinco sentidos,
não veem logo as coisas
espirituais, não as
percebem, e então
continuam a utilizar-se
desses mesmos sentidos;
mas, não tendo mais o
corpo carnal que lhes
servia de "periscópio",
encostam-se às pessoas
da Terra que lhes são
similares, para, com o
auxílio desses
intermediários,
satisfazerem seus
desejos materiais, pelos
sentidos psíquicos.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XIX – O plano da
vida após a morte.)
281. É com razão, pois, que se diz que ao lado de cada homem,
de cada pessoa, existem
muitos Espíritos. E esse
fato tem sido verificado
pelos médiuns videntes,
que os enxergam até
mesmo tomando parte nos
nossos negócios,
viagens, diversões.
Pelas casas, pelas ruas,
pelas praças, estradas
de ferro, automóveis,
carros, carroças, andam
milhares de Espíritos.
Em toda parte eles são
encontrados: nos
jantares, nos bailes,
nos teatros, nas
igrejas. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIX –
O plano da vida após a
morte.)
282. Esses Espíritos, de condição inferior, são os designados
com o nome de
familiares, na Doutrina
Espírita. Não queremos
dizer, com isso, que
todos os familiares
sejam ruins, atrasados e
sofredores; há-os em
diversas escalas de
bondade e de sabedoria,
como existem na Terra
pessoas de todas as
categorias. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIX – O plano da vida
após a morte.)
283. Alguns são missionários, que poderiam estar num plano
superior, mas preferem
auxiliar parentes e
amigos que aqui
deixaram. Outra multidão
de missionários vive em
nossa atmosfera, guiando
os Espíritos atrasados,
protegendo e auxiliando
os homens de boa
vontade: iniciam na vida
espiritual os que para
lá se passam; preparam
para uns novas
encarnações; exilam
outros para mundos
inferiores, ou para
outros planetas. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XIX – O plano da
vida após a morte.)
284. Esses casos são muito comuns no Mundo Espírita; é o que
aqui na Terra chamamos
"lei da deportação".
Quando o indivíduo é
perigoso, criminoso
contumaz, irredutível,
os governos da Terra
encerram-no num
presídio, ou deportam-no
para outra nação; no
Mundo Espírita, em
semelhantes condições,
enviam o Espírito, ou
para um presídio, onde
receba instrução e fique
preso, ou para outro
Planeta mais atrasado,
com a dupla vantagem de
que ele levará aos
habitantes dessas outras
Terras alguma novidade
que aprendeu, ao mesmo
tempo em que, aguilhoado
pelo sofrimento, se
regenera e efetua seu
progresso. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIX –
O plano da vida após a
morte.)
285. No Mundo Espiritual há o princípio de autoridade, e disso
temos muitas provas,
seja pela cura de
obsessões, seja pela
cura de moléstias dadas
pela Ciência como
incuráveis e que não são
mais que a ação de
Espíritos maléficos,
odientos, rancorosos,
ciumentos, invejosos,
cuja ação cessa quando
eles são chamados à
ordem e cedem ao
princípio de autoridade.
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XIX – O
plano da vida após a
morte.)
(Continua no próximo
número.)
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