Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 30)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Em que
condições
desencarnou
Gustavo Ribeiro?
Depois de
abandonar a Casa
Espírita onde se
beneficiara,
Gustavo
transformou-se
no que
conhecemos pelo
nome de
“espírita de
gabinete”,
eufemismo
elaborado para
justificar-se a
preguiça, a
inutilidade
pessoal,
distanciando-se
do trabalho e
quedando-se na
postura de
atirador de
pedras. A
família não lhe
recebeu a
orientação
espiritual
conveniente, os
filhos cresceram
sem formação
religiosa e sem
a necessária
assistência
paterna em razão
das dificuldades
de
relacionamento,
quando foi
acometido de
pertinaz
enfermidade que
o consumiu
lentamente.
Nesse comenos,
procurou apoio
espiritual na
antiga
Instituição onde
anteriormente se
beneficiara,
mas, não
obstante a
abnegação dos
seareiros de boa
vontade, o
processo
cancerígeno
prostático era
irreversível, e
o caro confrade
desencarnou em
situação penosa,
assinalada pela
revolta surda
contra a Vida.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
B. Somos o que
cultivamos em
nosso
pensamento?
Sim. Foi
exatamente isso
que Dr. Inácio
afirmou ao
procurar
esclarecer o
desfecho do caso
Gustavo Ribeiro.
E, para melhor
situar seu
pensamento,
acrescentou:
“Semeamos ventos
mentais e
colhemos
tempestades
morais
avassaladoras.
Enquanto não nos
resolvamos pela
solução dos
problemas
íntimos,
alterando nossa
conduta mental,
adquirindo
lúcida
compreensão das
Leis de Deus
para
vivenciá-las,
estaremos
cercados pelos
tesouros da
felicidade sem
nos
apercebermos,
antes
barafustando-nos
pelos lugares
onde nos
encontrarmos”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
C. Qual é, em
verdade, a
função da
Doutrina
Espírita em
relação a nós,
simples
criaturas
humanas?
A resposta nos é
dada nesta obra
pelo Dr. Inácio
Ferreira: “A
função da
Doutrina
Espírita é
preparar o ser
humano para a
compreensão da
sua
imortalidade,
jamais para
ajudá-lo a
conquistar
coisas e
posições
terrenas que o
destacam no
grupo social,
mas não o
dignificam nem o
engrandecem
moralmente”.
Segundo ele,
muitos
simpatizantes do
pensamento
espírita
cultivam a falsa
ideia de coletar
benefícios
pessoais e
sociais quando
aderem aos
postulados
kardequianos,
tendo a vida
modificada para
mais prazer e
maior soma de
comodidades,
enquanto outros,
igualmente
equivocados,
mantêm a
respeito do
Espiritismo a
falsa ideia
mitológica em
torno das
Entidades
Nobres, que
devem estar às
suas ordens,
solucionando-lhes
os problemas que
engendram e
atendendo-os nas
suas
questiúnculas e
necessidades do
processo
evolutivo.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
Texto para
leitura
157. Somos
o que cultivamos
em nosso
pensamento
– Continuando a
falar sobre o
caso Gustavo
Ribeiro, Dr.
Inácio Ferreira
lembrou a
atitude de
muitos
trabalhadores
espíritas que se
magoam por
qualquer coisa
ou pelo simples
fato de não
serem aceitas
suas ideias,
ainda que
estapafúrdias.
Fora esse o caso
de Gustavo, que
exatamente pelos
motivos citados
abandonara a
Instituição onde
se beneficiara e
começou a
peregrinação
para encontrar
uma que fosse
modelar, isto é,
dentro dos
ângulos
estreitos da sua
convicção.
Passou a estudar
a Doutrina, e
logo começou a
detectar erros e
conceitos que
julgava estarem
superados,
preocupando-se
em corrigir o
que ignorava, ao
invés de
autocorrigir-se,
o que é
certamente mais
difícil. Não
demorou muito
tempo, e
transformou-se
no que se
denominava como
espírita de
gabinete,
eufemismo bem
elaborado para
justificar-se a
preguiça, a
inutilidade
pessoal,
distanciando-se
do trabalho e
quedando-se na
postura de
atirador de
pedras. A
família não lhe
recebeu a
orientação
espiritual
conveniente, os
filhos cresceram
sem formação
religiosa e sem
a necessária
assistência
paterna em razão
das dificuldades
de
relacionamento,
quando foi
acometido de
pertinaz
enfermidade que
o consumiu
lentamente.
Nesse comenos,
procurou apoio
espiritual na
antiga
Instituição onde
anteriormente se
beneficiara,
mas, não
obstante a
abnegação dos
seareiros de boa
vontade, o
processo
cancerígeno
prostático era
irreversível, e
o caro confrade
desencarnou em
situação penosa,
assinalada pela
revolta surda
contra a Vida.
Dito isso, Dr.
Inácio
esclareceu:
“Miranda, somos
o que cultivamos
em nosso
pensamento.
Semeamos ventos
mentais e
colhemos
tempestades
morais
avassaladoras.
Enquanto não nos
resolvamos pela
solução dos
problemas
íntimos,
alterando nossa
conduta mental,
adquirindo
lúcida
compreensão das
Leis de Deus
para
vivenciá-las,
estaremos
cercados pelos
tesouros da
felicidade sem
nos
apercebermos,
antes
barafustando-nos
pelos lugares
onde nos
encontrarmos.
Porque a sua não
fosse uma fé
trabalhada na
razão e no
sentimento, sua
lógica era
também
anárquica, que
deveria
funcionar em seu
favor, desejando
submeter a Lei
de Causa e
Efeito ao seu
talante,
esquecido de
que, afinal, a
vida é do
Espírito e não
do corpo
transitório”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
158. A
verdadeira
função da
Doutrina
Espírita
– Continuando a
analisar o caso
Gustavo Ribeiro,
Dr. Inácio
acrescentou: “A
função da
Doutrina
Espírita é
preparar o ser
humano para a
compreensão da
sua
imortalidade,
jamais para
ajudá-lo a
conquistar
coisas e
posições
terrenas que o
destacam no
grupo social,
mas não o
dignificam nem o
engrandecem
moralmente.
Ainda permanece
em muitos
simpatizantes do
pensamento
espírita a falsa
ideia de coletar
benefícios
pessoais e
sociais, quando
aderindo aos
postulados
kardequianos,
tendo a vida
modificada para
mais prazer e
maior soma de
comodidades.
Outros,
igualmente,
mantêm a
respeito do
Espiritismo a
falsa ideia
mitológica em
torno das
Entidades
Nobres, que
deverão estar às
suas ordens,
solucionando-lhes
os problemas que
engendram,
atendendo-os nas
suas
questiúnculas e
necessidades do
processo
evolutivo. O
amigo Gustavo é
mais um
náufrago, que
teve
oportunidade de
encontrar a
embarcação
segura, a
bússola para
conduzi-lo no
oceano imenso, o
timão de
equilíbrio e,
não obstante,
resolveu
guiar-se pelos
instrumentos
equivocados das
próprias
paixões”. Ante a
pausa natural
feita pelo
narrador,
Miranda
perguntou-lhe:
“E como veio
parar aqui? Qual
o mecanismo que
desencadeou o
interesse dos
Benfeitores pelo
irmão
equivocado?” Sem
demonstrar
irritação, o
médico
respondeu:
“Somando a
aflição da
partida do
esposo às
preocupações com
os filhos e à
perturbação que
o mesmo produzia
no lar, sem
dar-se conta do
deslindamento
dos vínculos
carnais, a viúva
sofrida, embora
pouco informada
das bênçãos do
Espiritismo,
recordou-se de
que o marido,
vez que outra,
no passado,
referira-se à
excelência da
Doutrina. Tivera
ocasião de
assistir aos
passistas
transmitindo
bioenergia ao
paciente e
falando-lhe com
inefável doçura
sobre a
resignação e a
coragem ante o
processo
degenerativo e
afligente,
ficando
sinceramente
comovida e grata
a esses operosos
desconhecidos
que lhe
visitavam o lar
para ajudar o
companheiro, sem
apresentar outro
interesse, senão
o bem dele
mesmo. Orando,
compungida, em
momento de
grande aflição,
sinceramente
voltada para o
bem da família e
de si, atraiu o
seu Guia
espiritual que a
inspirou a
procurar aquele
grupo de pessoas
generosas, cuja
conduta
espiritual tanto
a impressionara.
Ao buscá-los, e
sendo
imediatamente
atendida, os
trabalhadores do
Evangelho
sugeriram o
estudo da
Palavra no seu
lar, em encontro
hebdomadário,
quando então,
mui lentamente,
o pobre Gustavo
percebeu que
fora arrebatado
do corpo,
entrando em
dilaceradora
revolta e
perturbação.
Após
transcorridos
mais de dez
meses de
assistência
espiritual à
família, o
Mentor do
desencarnado
solicitou
internamento do
amigo falido, o
que foi
providenciado
pelo dedicado
Eurípedes sem
qualquer
relutância”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
159. A
terapia
oferecida a
Gustavo Ribeiro
– Explicado o
motivo do
internamento de
Gustavo, Miranda
perguntou ao Dr.
Inácio qual era
a terapia que
lhe estava sendo
oferecida.
Respondeu o
médico: “Três
vezes por dia
são-lhe
aplicados
recursos
magnéticos para
reajustamento
dos neurônios
perispirituais
desagregados
pelas ondas da
rebeldia que lhe
assinalou a
existência
física. As
sinapses,
sofrendo a
irregularidade
das cargas
elétricas,
funcionam-lhe
desordenadamente,
liberando os
fantasmas
encarcerados no
inconsciente,
que foram os
comportamentos
odientos,
censuráveis, que
agora,
ressuscitados,
perturbam-no.
Duas vezes por
semana são
aplicadas
técnicas
hipnóticas,
levando-o a
processos
regressivos, a
fim de serem
trabalhadas as
lembranças, que
recebem terapia
calmante para
que desapareçam,
lentamente
diluídas as
formas de
conflitos e
remorsos que o
aturdem.
Concomitantemente,
são realizadas
leituras
edificantes que
se lhe vão
imprimindo na
mente e
estabelecendo
novos
raciocínios
propiciadores de
paz e de
esperança”.
Quanto às
perspectivas de
recuperação da
sua lucidez
mental, Dr.
Inácio foi bem
claro:
“Dependerá do
esforço dele
mesmo. As
fixações mentais
são trabalho de
demorado curso,
realizadas por
aqueles que as
estimam. Quando
de qualidade
inferior,
mantêm-se
prejudicando e
enlouquecendo. É
natural que a
sua
desestruturação
ocorra também de
maneira lenta, a
fim de serem
evitados choques
emocionais no
comportamento
dos pacientes. A
violência não
faz parte dos
Soberanos
Códigos, sendo
expressão de
atraso
espiritual
daquele que a
desencadeia.
Assim mesmo,
providências
cuidadosas têm
sido tomadas, de
forma a
reconduzi-lo à
realidade. Não
há muito, a
esposa veio-lhe
em visita,
trazida em
desdobramento
pelo sono
natural, e ele
conseguiu
percebê-la,
experimentando
alguns momentos
de lucidez e de
emoção natural.
Esse fenômeno
foi-lhe muito
positivo, e tudo
indica que será
repetido na
medida que se
apresente mais
favorável o seu
quadro. Outros
Espíritos amigos
encontram-se
empenhados em
predispô-lo à
retomada da
consciência,
para que
recomece a
experiência de
busca da
felicidade”. “O
nosso Sanatório
– acrescentou
Dr. Inácio – tem
como prioridade,
conforme o
Miranda está
esclarecido,
atender os
amigos da fé
espírita que
optaram pela
perturbação,
pelo engodo,
pelos
compromissos
infelizes, e que
necessitam de
atendimento
carinhoso para o
prosseguimento
das tarefas
interrompidas.”
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
160. Os
recursos
terapêuticos
utilizados no
Sanatório
– Naquele
momento,
chegaram os
passistas
encarregados do
atendimento de
Gustavo.
Proferida a
prece por
Alberto, logo
após foi lida
uma página de
O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
de Allan Kardec,
e depois de
breve comentário
por um dos
servidores,
foram aplicados
passes
dispersivos no
chacra
coronário,
alongando-se por
todo o corpo
perispiritual,
prosseguindo-se
com a doação de
energias
saudáveis. No
início, o
paciente
estertorou,
acalmando-se
lentamente, até
ser abençoado
por um sono
repousante e
tranquilo.
Encerrada a
visita, Miranda
perguntou ao Dr.
Inácio se em
casos assim são
aplicados outros
recursos,
desconhecidos na
Terra. “Sim —
respondeu com
simpatia —,
todos eles de
natureza
energética.
Houve tempo, em
alguns casos
muito graves, em
que foram
aplicados
eletrochoques, e
mesmo hoje, vez
que outra, um
tanto raramente,
se fazem
necessários
procedimentos
terapêuticos
dessa natureza.
Todavia, os
mecanismos
espirituais são
muito variados
para o
atendimento dos
enfermos
mentais,
incluindo
regressão de
memória, hipnose
profunda,
fixação de
pensamentos
libertadores
através da sua
repetição mental
em direção ao
enfermo e
aplicação de
energias
especiais
encontradas em
nosso campo
vibratório...
Mas, é sobretudo
através do amor,
com o interesse
pelo bem-estar
dos enfermos
que, por meio da
oração que nos
vincula ao
Pensamento
Divino, e do
qual se haurem
forças vigorosas
para
transmiti-las em
favor dos
necessitados,
que, na razão em
que vão sendo
absorvidas, o
quadro em que
demoram se
modifica para
melhor,
alterando o
comportamento
emocional e
psíquico, por
fim,
propiciando-lhes
a recuperação do
equilíbrio.” O
médico lembrou
naquela
oportunidade que
vivemos em um
universo de
ondas e de
mentes, de
ideias, de
vibrações, de
energia, e tudo
quanto existe é
resultado das
várias
apresentações
desses campos de
forças,
apresentando-se
em variado
painel de formas
e de
acontecimentos.
Sendo o
pensamento uma
fonte de energia
específica, de
acordo com a sua
constituição
positiva ou
negativa, sempre
alcança a meta
para a qual é
direcionado. No
que se refere ao
bem que produz,
à excelência dos
resultados que
proporciona, à
qualidade de
onda de que se
constitui,
transforma-se
num excepcional
recurso
terapêutico que
podemos utilizar
em qualquer
lugar onde nos
encontremos,
tornando-se um
instrumento dos
mais preciosos
para a
construção do
equilíbrio,
propiciando a
saúde.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.) (Continua no
próximo número.)