Mater
Carlos Bittencourt
Ei-la!... senhora e
serva, entre humana e
divina,
Por mais a dor, por
dentro, a espanque ou
despedace,
Carreia a paz no gesto e
o sorriso na face,
Fala e desvenda o rumo,
abençoa e ilumina.
Anjo renovador, tem no
lar a oficina,
Onde o serviço exclui
todo prazer mendace(1).
Ao seu toque de luz, a
esperança renasce,
Suporta, recompõe,
trabalha, sofre, ensina.
Mãe, um dia, quis Deus
mostrar-se à vida
humana,
Fez-te santa e mulher,
escrava e soberana.
Vinculada aos Céus, de
homenagens
prescindes!...
Deus se revela em ti, no
amor alto e perfeito,
Por isso, trazes, Mãe,
nos recessos do peito,
A ternura sem par e a
bondade sem lindes.
(1)
Mendace:
mendaz; mentiroso,
hipócrita, falso;
traiçoeiro, desleal,
pérfido
Do livro Mãe,
obra mediúnica
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.