De: Pedro Fagundes Azevedo (Porto Alegre, RS)
Sexta-feira, 13 de maio de 2016 à 00:02
Caro irmão:
Finalmente, aos poucos, a imprensa leiga vem abrindo espaço ao Espiritismo. Folha de São Paulo, um dos maiores e melhores jornais do país, tem agora uma seção intitulada “Morte Sem Tabu”, a cargo de Camila Appel, que vem dando um bom destaque aos assuntos espirituais. Assim, tomei a iniciativa de entrar em contato com a Camila para descrever o que seria uma sessão espírita de caridade cristã e o resultado foi esta matéria publicada ontem no blog da Folha de São Paulo.
Fraterno abraço.
Pedro Fagundes Azevedo
Nota do Editor:
O texto publicado no blog citado pelo leitor é reproduzido em seguida, para conhecimento dos nossos leitores:
Mediunidade
Por Camila Appel
Pedro Fagundes Azevedo, jornalista e ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre, enviou o depoimento abaixo ao blog. Ele relata uma experiência como dialogador numa sessão mediúnica. Pedro me contou, por e-mail, que o dialogador é aquele que “troca ideias com o espírito que está falando através do médium psicofônico, com o objetivo de auxiliá-lo a sair de uma situação de angústia e sofrimento”.
Envie seu depoimento ao blog escrevendo para mortesemtabu@gmail.com. Os relatos das mais diversas crenças e opiniões serão aceitos, sem discriminação. Estou em licença-maternidade. Para conhecer mais sobre meu trabalho neste blog, navegue pelas abas laterais. Há cem artigos publicados, separados por temas. Um abraço, Camila
Um depoimento sobre mediunidade – “Em situação de extrema gravidade, com muita falta de ar, o paciente está na UTI com um tubo na traqueia para possibilitar a respiração mecânica. Passam os minutos e, ao fazer um novo exame, o médico plantonista constata o óbito. Diz aos auxiliares que o enfermo morreu, autoriza o desligamento dos aparelhos e a retirada do tubo de respiração artificial. Acontece, porém, que esse paciente não sabia que a vida continua após a morte. E assim, agora como espírito, com grande aflição, reage violentamente às determinações do médico. Sente-se vivo e preso àquele angustiante quadro mental. E com muita raiva por terem retirado a intubação e aumentado sua falta de ar. De nada adianta a aproximação de espíritos de luz, tentando explicar sua nova situação e confirmando: você já morreu. Ele não acredita em ninguém – pois tem certeza de que a morte acaba com tudo e não quer aceitar que agora está separado do corpo material. (Este, conforme diz a Bíblia , “é pó e ao pó retorna”).
Nesse estado de profunda confusão mental, o espírito é trazido por outros espíritos socorristas à nossa sessão mediúnica de caridade, manifestando toda sua revolta e seu mal-estar enquanto fala, incorporado no médium de psicofonia. Então, eu, como dirigente dessa sessão e dialogador com os espíritos, percebo que pouco adiantaria, no momento, confirmar que ele já morreu, pois isso iria aumentar ainda mais a sua revolta e perturbação. Prefiro dizer que o seu tratamento mudou por completo e que ele agora está aos cuidados de uma outra equipe de médicos e enfermeiros. Beneficiado pelas preces silenciosas do grupo que está sentado em torno de uma mesa e também pelo psiquismo sadio da médium através da qual está falando, o espírito passa a sentir-se melhor, mais tranquilo e, aos poucos, vai percebendo a sua nova realidade. Já consegue ver e falar com o nosso dirigente espiritual, que era médico na última vida material em Porto Alegre e continua sendo médico do lado de lá, com o mesmo jaleco branco que usava quando encarnado. Depois dessa melhora, o paciente é encaminhado a uma das várias dependências do hospital existente no plano espiritual. Aí seu o tratamento se completará com o amor de Jesus e todas as explicações necessárias quando chegar o momento adequado. Ao ter alta, será levado a uma das “muitas moradas da casa do Pai”, de que nos fala o Evangelho, onde vai entender o resultado da semeadura das suas ações na vida material recém encerrada. E também vai se preparar para uma nova reencarnação que lhe será mais útil e mais espiritualizada.
Estas sessões mediúnicas de caridade nas casas filiadas às Federações Espíritas dos vários estados brasileiros destinam-se ao intercâmbio com os espíritos (que nada mais são do que pessoas comuns, fora do seu corpo material). Servem para socorrer aqueles espíritos que se encontram perturbados e/ou em sofrimento, nas mais variadas situações, como no exemplo aqui descrito. São reuniões privativas, em face do seu caráter de cura e orientação, requerendo conhecimento e preparo de todos os participantes. Ocorrem todas as semanas nos centros kardecistas, com a maior naturalidade, distantes de qualquer sensacionalismo ou curiosidade. Sem qualquer outro objetivo que não seja o de fazer o bem, sem olhar a quem e sem nada esperar em troca. É a prática comum do “ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a ti mesmo”.
Recomendo a leitura do livro “Diálogo com as Sombras”, de Hermínio Miranda, disponível por inteiro grátis na Internet. Seu autor narra as tentativas de auxilio fraterno a espíritos obsessores, perseguidos, juristas, religiosos, materialistas, vingadores, intelectuais, ateus, magos e feiticeiros, etc. Somos, aproximadamente, 7 bilhões de espíritos encarnados na Terra que constituem a população visível do planeta. Mas, André Luiz (espírito) nos informa, através de Chico Xavier, que a população desencarnada que habita em torno da Terra, (considerando as diversas moradas espirituais circunvizinhas e os diversos estágios evolutivos) é cerca de 5 vezes maior que a população encarnada. Ou seja, a informação é de 1964, mas se pudéssemos atualizar os números: se hoje estamos em 7 bilhões de encarnados, a população do plano espiritual, falando apenas das proximidades da Terra, beira os 35 bilhões, em permanente idas e vindas de uma dimensão a outra. Se a humanidade terrena, analfabeta em termos de espiritualidade, pudesse compreender essa realidade, a vida seria bem melhor neste planeta”. (Por Pedro Fagundes Azevedo, jornalista, ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre.)
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