Gratidão: um
caminho
para a
harmonia
Quem presta
gratidão a
outrem é porque
recebeu algum
bem dessa outra
pessoa, sob
qualquer forma:
uma palavra
amiga, um gesto
de
solidariedade,
um carinho, um
favor, uma
influência para
resolver uma
situação, um
benefício
material ou
imaterial; uma
atenção que veio
ajudar numa
qualquer
situação, sem a
qual a resolução
desta não seria
tão favorável ou
nem se teria
alcançado,
enfim, uma
sugestão, um
conselho, uma
opinião sincera
e amiga.
A pessoa grata
sente-se de bem
consigo própria
e com aquela a
quem agradece, o
que causa em
ambas uma
sensação de
bem-estar, de
tranquilidade e
do dever
cumprido. Por
outro lado, a
pessoa que
pratica atos e
ações, que
disponibiliza
apoios que
conduzem à
resolução de
problemas de um
seu semelhante,
igualmente se
vai sentindo
realizada e bem
relacionada com
aqueles a quem
presta atenção.
Normalmente,
entre tais
pessoas criam-se
uns laços de
empatia e
sentimentos de
amizade sincera
e profunda, que
se vão
fortalecendo e
consolidando,
num
relacionamento
verdadeiro,
desinteressado e
sempre renovado,
sem condições
prévias nem
objetivos
inconfessáveis.
Partindo-se do
princípio
genérico de que
a pessoa humana
não tem
capacidade para
viver
isoladamente,
porque sempre
necessita de
outras pessoas,
de bens que a
natureza produz,
sem os quais a
vida seria
impossível,
então, cada
pessoa deverá
sentir-se grata
a outras
pessoas, e à
própria
natureza, o que
faz criar um
círculo vicioso
de
interdependências
e,
correlativamente,
de gratidões.
Manter dinâmico
e profundo um
tal círculo, ou
cadeia de
amizades, pela
via da gratidão,
proporcionará,
certamente, uma
sociedade mais
humana, mais
tranquila e,
naturalmente,
feliz.
Hoje ninguém se
pode arrogar o
direito de
afirmar, e
demonstrar, que
é totalmente
autônomo, que
não precisa de
ninguém: o rico
precisa do
pobre; o
especialista
necessita do
indiferenciado;
o crente em algo
que acredite; o
homem carece da
mulher e
vice-versa; em
todos os
binômios, cada
um só se
justifica pelo
outro. Vive-se
um mundo de
interdependências
e já se tem
assistido à
queda dos mais
poderosos,
perante aqueles
que, antes e por
vezes
longamente,
humilharam,
maltrataram e
prejudicaram.
A gratidão é,
por isso mesmo,
um sentimento
que se funda na
virtude do
reconhecimento,
da homenagem e
da amizade,
porque quem é
alvo de gratidão
é porque:
primeiro,
procedeu para
com outrem de
forma excecional,
a que,
eventualmente,
nem estaria
obrigado a tal,
então, o
beneficiário da
atenção recebida
sente-se como
que realizado na
sua capacidade
de agradecer,
quando
manifestar
gratidão, ao
ponto de o fazer
com um misto de
amizade, orgulho
e admiração;
depois, entre as
pessoas
envolvidas,
estabelece-se,
de ora em
diante, como que
um cordão
umbilical
duradouro, de
consideração,
estima e
carinho, pelo
qual circulará
uma amizade e
benquerença que,
obviamente,
conduzem a uma
maior harmonia,
tranquilidade e
realização
pessoal. A
gratidão não
humilha, nem
minimiza quem a
manifesta, pelo
contrário,
enobrece e
dignifica a
pessoa que sabe
ser grata.
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