HUGO ALVARENGA
NOVAES
hugonovaes64@gmail.com
Santa Rita do
Sapucaí, MG
(Brasil)
|
|
Morrer e
progredir
"Considerada em
si mesma, a
morte não é uma
calamidade
verdadeira, mas
um benefício de
Deus que,
rompendo os
hábitos
estreitíssimos
que havíamos
contraído com
nossa vida
presente,
transporta-nos a
novas condições
e dá lugar,
desse modo, a
que nos elevemos
mais livremente
a novos
progressos.”
(Allan Kardec -
Revista
Espírita, abril
de 1858.)
“Jesus, porém, respondeu-lhe: Segue-me, e deixa
os mortos
sepultarem os
seus próprios
mortos.” (Jesus
– Mt., 8:22)
Dezoito séculos
após o advento
d’aquele que
dividiu a
história em dois
períodos, o
Emérito Lionês,
“Pai do
Espiritismo”,
concorde com o
Mestre dos
Mestres, nos
ensina que a
verdadeira vida
é a espiritual[1].
Ele, o Ínclito
Codificador da
3ª Revelação,
nos mostra que a
vida do Espírito
é eterna[2].
Assim, inferimos
que, atinente ao
nosso envoltório
carnal, o mesmo
é temporário, e
que a morte está
para este, como
a reencarnação
está para aquele[3].
Destarte
depreendemos,
então, que o
nosso invólucro
corporal se
assemelha à
vestidura do
corpo etéreo[4][5].
Falemos de nosso decesso: a humilde opinião desse
articulista que
lhes escreve
essas parcas
linhas é
idêntica ao
julgamento do
“Apóstolo dos
Gentios” que na
Bíblia assinala:
“... Se há corpo
animal, há
também corpo
espiritual”.[6]
A ciência
“prova-nos por A
+ B”, que aquilo
que chamamos
“morte” é apenas
a interrupção do
funcionamento da
vitalidade
orgânica de
nosso invólucro
corporal. O
apóstolo João,
em seu
Evangelho, no
sexto capítulo,
no sexagésimo
terceiro
versículo, nos
informa que a
carne,
vestimenta
primeira de
nosso corpo,
para nada vale;
o Espírito é que
vivifica. No
citado livro, o
mesmo
evangelista
fala-nos
claramente que
Deus é Espírito[7].
Eis aí nossa
similitude entre
o Supremo
Artífice e nós;
estejamos
encarnados ou
desencarnados.
Portentosa e claramente, narra “o médico de homens e
de almas”, em
seu Evangelho,
que o Excelso
Mestre,
respondendo a
alguns saduceus
sobre a situação
de uma mulher
que teria
contraído
núpcias com sete
irmãos: de qual
deles ela seria
esposa quando
acontecesse a
ressurreição dos
corpos?[8],
disse-lhes,
claramente, que
apenas se casam
aqueles que
ainda estão
vinculados a um
envoltório
físico. Aqueles
que já se situam
na erraticidade
não se unem
maritalmente,
por ser esta
junção algo que
acontece
estritamente
entre seres
jungidos à
matéria.
Ademais, se Deus
é Deus de vivos
(São Lucas,
20:37-38),
então, todos os
que passaram
fisicamente para
o outro lado da
vida continuam
vivos. Foi o que
o Amado Nazareno
quis nos dizer
nessa passagem,
citando Abraão,
Isaac e Jacó,
que já haviam
morrido, como
sendo plenamente
vivos. Isto fica
claro quando
Jesus fala-nos
em São Lucas,
20:38: “Ora,
Deus não é Deus
de mortos, mas
de vivos; porque
para ele vivem
todos”. Ou seja,
todos aqueles
que estão na
carne ou fora
dela.
Caro leitor amigo, se você meditar bem sobre essa
passagem bíblica
que está em “São
Lucas, 20:27-38,
constatará que o
célebre Livro
Sagrado nos
afirma
categoricamente
que a libitina é
unicamente do
envoltório
externo. Ao
contrário, a sua
individualidade,
a sua
personalidade,
que são os
principais
requisitos do
corpo
perispirítico,
se mantêm
intactos.
Nesse instante, lembramos a famosa frase: “Nascer,
crescer, morrer,
renascer ainda e
progredir
sempre, tal é a
lei[9]”.
Um fragmento da referida expressão chama-me a
atenção; ei-lo:
“... e progredir
sempre”.
Constantemente falo aos meus filhos: “O Altíssimo
nos concede o
LIVRE-ARBÍTRIO
para que nós
aprendamos
determinada
coisa.
Continuamente
podemos escolher
a estrada que
desejamos
seguir: se
queremos trilhar
o caminho do
amor ou a via da
dor. Mas, que
aprenderemos,
isso não resta
dúvida.
Minha finada genitora enunciava: “uns aprendem de
manhã, outros à
tarde e os
retardatários à
noite”, ou seja:
uns aprendem
nessa vida,
outros na
erraticidade e
os retardatários
somente na
próxima
existência. Mas
que aprendem,
aprendem.
Eu quero aprender de manhã!... E vocês?
[1]
ESE,
cap. 23,
it. 8,
FEB.
[2]
LE, qs.
153 e
225,
FEB.
[5]
São
Paulo -
1Cor
15:44,
46.
[6]
São
Paulo -
1Cor
15:44
[9]
Sentença
inscrita
no
dólmen
de
Kardec.