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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 469 - 12 de Junho de 2016

JOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)

 


O que os benfeitores não fazem para facilitar nossas tarefas?!


Logo que começamos a frequentar a Casa Espírita, há 32 anos, percebemos que um dos momentos mais agradáveis era o das palestras públicas, quando oradores de várias partes do Brasil vinham até Cambé, aqui no Paraná, a pedido de nosso querido Hugo Gonçalves, trazer seus conhecimentos e experiências vividas ao longo dos anos na militância espírita. Quando não podíamos estar presente, por motivos além de nossa vontade, pedíamos que amigos gravassem as exposições, naquelas antigas fitas cassetes, para que pudéssemos ouvi-las depois.

Após alguns anos, já tendo estudado todas as obras básicas de Allan Kardec, estimulados pelo nosso Paizinho, como chamávamos o Hugo, iniciamos nossos primeiros passos na tarefa das preleções. E muito nos identificamos com tal labor. Sempre procurando ser simples para que qualquer plateia pudesse entender as mensagens que pretendíamos transmitir, mas sem nunca perder o conteúdo superior da doutrina que estaríamos a representar.

Certa vez, um orador de Curitiba esteve em nossa região proferindo uma palestra a que, infelizmente, não pudemos assistir. Ouvimo-la pela fita cassete. Durante sua exposição ele narrou uma experiência de quase-morte, rica de detalhes, vivida por um médico americano, que muito me impressionou. Dali para frente, durante nossas palestras, quando menos percebíamos estávamos citando tal fato. E foi assim, até que um dia encontrei a seguinte recomendação de um benfeitor: “É sempre bom citarmos a fonte daquilo que apresentamos em nossas exposições, a fim de que as pessoas que nos ouvem possam ter acesso à fonte da informação oferecida”.

Na ânsia de não cometermos imprudências durante nossos trabalhos doutrinários, por não sabermos a fonte daquela história, paramos de narrá-la, com muita tristeza, por algum tempo.

Após alguns meses, antes de nossos trabalhos mediúnicos, uma amiga e trabalhadora dedicada, Dona Emiliana, excelente artista plástica de nossa região, trouxe-nos um livro dizendo-nos mais ou menos assim: “Às vezes, quando minha irmã vem de São Paulo, ela compra um livro e quer que eu leia para saber se é bom. Agora trouxe esse. Você não quer ler pra mim para ver do que se trata?”

O livro se chamava: “Voltar do Amanhã”, escrito por um médico, Dr. George G. Ritchie e publicado, na época, pela editora Nórdica.

Prometi a ela que leria. E qual não foi minha surpresa ao ver que se tratava exatamente da história narrada pelo expositor de Curitiba e que muito me sensibilizara. Agora eu tinha a fonte que precisava para continuar a expor aquele tema.

Isso me pôs a pensar: O que os benfeitores não fazem para facilitar nossas tarefas?! 

Com certeza o trabalho da divulgação da mensagem espírita é um trabalho sempre feito em conjunto, e não poderia ser diferente. O compromisso mais complexo pertence aos Espíritos responsáveis, que conhecem a necessidade de cada público, a mensagem ideal de que necessitam e que trabalham com um conjunto de técnicas e abordagem para socorrer os que procuram a Casa Espírita. Mas, se nós não estivermos em nossos postos, devidamente preparados, a tarefa deles ficaria comprometida, mostrando que também compartilhamos dessa responsabilidade.

Como sempre disse nosso Hugo Gonçalves: - “Prossigamos servindo, cada um em seu devido posto”.
 



 


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