O que os benfeitores não
fazem para facilitar
nossas tarefas?!
Logo que começamos a
frequentar a Casa
Espírita, há 32 anos,
percebemos que um dos
momentos mais agradáveis
era o das palestras
públicas, quando
oradores de várias
partes do Brasil vinham
até Cambé, aqui no
Paraná, a pedido de
nosso querido Hugo
Gonçalves, trazer seus
conhecimentos e
experiências vividas ao
longo dos anos na
militância espírita.
Quando não podíamos
estar presente, por
motivos além de nossa
vontade, pedíamos que
amigos gravassem as
exposições, naquelas
antigas fitas cassetes,
para que pudéssemos
ouvi-las depois.
Após alguns anos, já
tendo estudado todas as
obras básicas de Allan
Kardec, estimulados pelo
nosso Paizinho, como
chamávamos o Hugo,
iniciamos nossos
primeiros passos na
tarefa das preleções. E
muito nos identificamos
com tal labor. Sempre
procurando ser simples
para que qualquer
plateia pudesse entender
as mensagens que
pretendíamos transmitir,
mas sem nunca perder o
conteúdo superior da
doutrina que estaríamos
a representar.
Certa vez, um orador de
Curitiba esteve em nossa
região proferindo uma
palestra a que,
infelizmente, não
pudemos assistir.
Ouvimo-la pela fita
cassete. Durante sua
exposição ele narrou uma
experiência de
quase-morte, rica de
detalhes, vivida por um
médico americano, que
muito me impressionou.
Dali para frente,
durante nossas
palestras, quando menos
percebíamos estávamos
citando tal fato. E foi
assim, até que um dia
encontrei a seguinte
recomendação de um
benfeitor: “É sempre
bom citarmos a fonte
daquilo que apresentamos
em nossas exposições, a
fim de que as pessoas
que nos ouvem possam ter
acesso à fonte da
informação oferecida”.
Na ânsia de não
cometermos imprudências
durante nossos trabalhos
doutrinários, por não
sabermos a fonte daquela
história, paramos de
narrá-la, com muita
tristeza, por algum
tempo.
Após alguns meses, antes
de nossos trabalhos
mediúnicos, uma amiga e
trabalhadora dedicada,
Dona Emiliana, excelente
artista plástica de
nossa região, trouxe-nos
um livro dizendo-nos
mais ou menos assim: “Às
vezes, quando minha irmã
vem de São Paulo, ela
compra um livro e quer
que eu leia para saber
se é bom. Agora trouxe
esse. Você não quer ler
pra mim para ver do que
se trata?”
O livro se chamava:
“Voltar do Amanhã”,
escrito por um médico,
Dr. George G. Ritchie e
publicado, na época,
pela editora Nórdica.
Prometi a ela que leria.
E qual não foi minha
surpresa ao ver que se
tratava exatamente da
história narrada pelo
expositor de Curitiba e
que muito me
sensibilizara. Agora eu
tinha a fonte que
precisava para continuar
a expor aquele tema.
Isso me pôs a pensar: O
que os benfeitores não
fazem para facilitar
nossas tarefas?!
Com certeza o trabalho
da divulgação da
mensagem espírita é um
trabalho sempre feito em
conjunto, e não poderia
ser diferente. O
compromisso mais
complexo pertence aos
Espíritos responsáveis,
que conhecem a
necessidade de cada
público, a mensagem
ideal de que necessitam
e que trabalham com um
conjunto de técnicas e
abordagem para socorrer
os que procuram a Casa
Espírita. Mas, se nós
não estivermos em nossos
postos, devidamente
preparados, a tarefa
deles ficaria
comprometida, mostrando
que também
compartilhamos dessa
responsabilidade.
Como sempre disse nosso
Hugo Gonçalves: -
“Prossigamos servindo,
cada um em seu devido
posto”.