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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 469 - 12 de Junho de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 35)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. A programação reencarnatória que fazemos antes de reencarnarmos fica registrada, com vistas a uma posterior avaliação?

Evidentemente. E foi exatamente esse registro, em forma de relatório, que a senhora Modesto exibiu e leu na presença do médium Edmundo e do grupo ali reunido. No relatório estavam arquivadas as responsabilidades que ele assumira perante as soberanas leis, antes de reencarnar. Quando a leitura foi concluída, Eurípedes perguntou a Edmundo, com tristeza na voz: “Que tem o querido irmão feito da fé renovada? Como se tem utilizado dos recursos mediúnicos, ora movimentados por forças inferiores? Como se encoraja a tentar unir César e Jesus no mesmo recipiente de prazer e proclamar que a vida deve ser fruída sem qualquer desvio das suas concessões?” (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.)

B. Diz Eurípedes que nunca nos faltam recursos para a preservação da saúde interior. Que recursos são esses?

Segundo Eurípedes Barsanulfo, tais recursos são: a oração, as leituras edificantes, o trabalho de socorro fraternal, tanto quanto o social que diz respeito aos valores existenciais, a meditação, o espairecimento sadio, a conversação edificante, o intercâmbio de pensamentos elevados... Somente dessa forma, diz o Mentor, é possível preservar o psiquismo das incursões desastrosas, propiciadas pelos servidores das paixões subalternas. (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) 

C. É correto afirmar que ninguém se evade do dever sem consequências graves?

Sim. Essa afirmação foi feita por Eurípedes Barsanulfo, ao examinar o caso Edmundo. A reencarnação é bênção que faculta a reparação dos erros e propicia o crescimento moral mediante o dever retamente exercido. Evadir-se equivale a perder a oportunidade de reparar erros e de crescer espiritualmente. Ainda segundo Eurípedes, para uma saudável vivência espiritual torna-se imprescindível que a estrutura moral do indivíduo seja bem definida, no que diz respeito à elevação de pensamentos e à nobreza dos atos. (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.)

Texto para leitura 

181. O programa traçado por Edmundo – Diante de Edmundo aturdido com as palavras ditas pelo Benfeitor, este acrescentou: “Iremos recordá-lo dos compromissos a que você se vinculou e os vem desrespeitando sob induções de Espíritos vulgares, que ora se lhe associam à conduta mental e social, apoiados nas suas preferências transatas...”. Dito isso, a um sinal de Eurípedes, a senhora Modesto, nobre médium que a tudo acompanhava, desenrolou um pergaminho que trazia nas mãos e, com voz pausada, leu o programa que fora traçado por solicitação do medianeiro e sua anuência jubilosa a algumas propostas que haviam sido apresentadas pelos seus Guias espirituais. Manoel Philomeno de Miranda diz, com surpresa, que era a primeira vez que via uma atividade dessa natureza, mediante a exibição de um relatório no qual estavam arquivadas as responsabilidades de alguém comprometido perante as soberanas leis. “Você prometeu — prosseguiu a médium com a leitura do documento — canalizar para Jesus e Sua Doutrina quaisquer homenagens e triunfos que lhe chegassem. Aceitou servir e passar, lutando contra as tendências inferiores; superar o cerco da bajulação e reconhecer que a faculdade mediúnica não é propriedade pessoal, mas empréstimo superior, a fim de dignificá-la. Você pediu a solidão, para recolher-se nos braços amorosos do Mestre; rogou o convívio com os sofredores, a fim de enxugar-lhes as lágrimas através das bênçãos da mediunidade; suplicou a simplicidade de coração, de forma que pudesse entesourar paz; empenhou-se para que a sua fosse a família universal, e todo esse seu esforço deveria ser direcionado para a iluminação de consciências, considerando o século como oportunidade de crescimento e não de usança desarvorada...” Por alguns minutos a médium repassou as informações contidas no pergaminho, até concluí-lo. Em seguida, Eurípedes perguntou a Edmundo, com tristeza na voz: “Que tem o querido irmão feito da fé renovada? Como se tem utilizado dos recursos mediúnicos, ora movimentados por forças inferiores? Como se encoraja a tentar unir César e Jesus no mesmo recipiente de prazer e proclamar que a vida deve ser fruída sem qualquer desvio das suas concessões?” (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) 

182. Como preservar a saúde interior – Outras interrogações foram apresentadas com amor e severidade, a fim de que ficassem impressos na memória espiritual todos os acontecimentos daquela noite incomparável. E o nobre Mentor acrescentou: “Somando-se a esses desatinos de comportamento moral e psicológico, advertimo-lo que os Mensageiros que o amparam têm encontrado dificuldades para manter o contato psíquico, porque os seus centros de captação mediúnica estão sintonizados com as faixas de baixa frequência que decorrem das suas aspirações ocupadas por ativistas infelizes. A mente do médium deve sempre estar vinculada aos ideais de enobrecimento, impedindo, desse modo, a interferência dos Espíritos vulgares, que se comprazem na ilusão, estimulando conduta equivocada, para mais estreitarem a comunhão psíquica com aqueles que os albergam no mundo íntimo. Nunca faltam recursos preciosos para a preservação da saúde interior, tais: a oração, as leituras edificantes, o trabalho de socorro fraternal, tanto quanto o social que diz respeito aos valores existenciais, a meditação, o espairecimento sadio, a conversação edificante, o intercâmbio de pensamentos elevados... Somente dessa forma, é possível preservar o psiquismo das incursões desastrosas, propiciadas pelos servidores das paixões subalternas. Nesse sentido, o caro irmão tem-se permitido a cultura da ociosidade espiritual, negligenciando os deveres, para ter tempo de entregar-se ao culto da personalidade e ao prazer nas rodas elegantes do anedotário picante e vulgar, tanto quanto da exibição de valores que estão longe de ser legítimos... Para onde pretende direcionar os passos? Que tem feito dos tesouros mediúnicos que deveriam ser aplicados para enxugar lágrimas e diminuir aflições? Onde o devotamento à causa do Bem? A simples presença nas reuniões que propiciam a exaltação do ego, nas quais a chocarrice e a insensatez campeiam, somente traz maior contingente de responsabilidade não atendida. Torna-se urgente que faça uma avaliação de conduta, a fim de retomar a charrua sem olhar para trás. Fracasso, hoje, significa compromisso adiado para mais tarde com aumento de graves deveres”. (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) 

183. Ninguém se evade do dever sem consequências – A conversação prosseguiu por mais algum tempo e seu objetivo ficou bastante claro com as palavras que o Mentor disse, na sequência, ao médium invigilante: “Este nosso reencontro deve facultar-lhe o despertar da consciência e a visão real do compromisso com o corpo efêmero. Não negamos a contribuição da psicanálise, a que recorreu para elucidação dos enigmas que dizem respeito ao sexo e aos conflitos que dele se derivam. Todavia, convém considerar que o ser não se origina no momento da concepção fetal. A sua carga genética é desenhada antes desse instante, através do qual o Espírito mergulha no fenômeno carnal... As heranças morais se delineiam como futuros compromissos a serem resgatados, necessitando mais de seriedade moral na conduta do que placebos psicológicos, que contribuem para aparente melhora, mas não resolvem em profundidade o problema das responsabilidades assumidas, que ressurgirão em outras expressões. Você solicitou determinadas inibições de natureza sexual, a fim de dedicar-se mais ao amor desinteressado de paixões, à convivência com os sofredores, compreendendo-lhes os transes por que passam, à renúncia de alguns prazeres, de modo a oferecer maior contributo aos labores espirituais... Ademais, tornando-se visível o seu trabalho espírita, não lhe cabe o direito de desnudar os próprios conflitos e apresentar soluções equivocadas, que irão servir de modelo para outros corações atormentados, que buscarão a fuga ao invés do enfrentamento libertador. Ninguém se evade do dever sem mais graves consequências. A reencarnação é bênção que faculta a reparação dos erros e propicia o crescimento moral mediante o dever retamente exercido. A tarefa, que você escolheu, põe-no em contato com antigos companheiros de alucinação, hoje desencarnados, que ora se manifestam para demonstrar a sobrevivência, não obstante permaneçam alguns em estado de perturbação e desar, deixando sequelas vibratórias no seu campo mediúnico... Para uma saudável vivência espiritual, torna-se imprescindível que a sua estrutura moral seja bem definida, no que diz respeito à elevação de pensamentos e nobreza dos atos.” (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) 

184. O obsessor de Edmundo manifesta-se – Fez-se em seguida um silêncio expressivo. A um sinal do Benfeitor, dois auxiliares deram entrada a um Espírito visivelmente cruel, que estertorava no campo vibratório em que era conduzido. Dona Maria Modesto, profundamente concentrada, atraiu a Entidade violenta, que lhe tomou os recursos mediúnicos, logo esbravejando: “Por que essa proteção a esse biltre? Não veem que ele nos elege ao invés de aos senhores? Reencontramo-nos, por fim, após um largo distanciamento. Atraído por ele e suas mórbidas exigências morais, vivemos agora em parceria. Ajudo-o na dissimulação, na prática do exibicionismo, e devoro-lhe as entranhas, nutrindo-me com o ódio que lhe devoto”.  Tomado de surpresa, Edmundo estremeceu e pôs-se muito pálido. “Reconhece-o?” — indagou-lhe Eurípedes, tomado de imensa compaixão. “Como não?” — ripostou o visitante, que tremia, dominado por profunda emoção. “Vivemos juntos em Paris, nos dias já longínquos do começo deste século, quando nos acumpliciamos ambos em relacionamentos perversos. Eu experimentava peculiar intuição a respeito da sua presença no meu campo psíquico, mas não tinha certeza...” Ele, porém, não pôde alongar-se, porque o sicário interrompeu-o de chofre, praguejando: “Tu sabes que a morte a ninguém devora. Mais do que outros, tens conhecimento da imortalidade e suas diversas vivências graças aos teus recursos mediúnicos. Agora estás sob o meu comando, e não mais daquele que antes te conduzia. As afinidades que existem entre nós, e que aproximaste mais quando optaste por nossos interesses, tornam-nos quase xifópagos espirituais. Espero que, neste intercurso, predominem os meus sentimentos, arrastando-te aos sítios onde me encontro por tua causa”. Edmundo mantinha uma expressão de choque desenhada na face e respirava ofegante, quase transtornado. Nas suas paisagens íntimas, a memória houvera desencadeado painéis que estavam cobertos pela névoa do olvido, mas permaneciam vivos e agora retornavam. (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) 

185. O obsessor promete prosseguir na vingança – Com a elevação que o caracterizava, o Mentor dirigiu-se ao verdugo e atenuou-lhe a agressividade, informando: “O amigo se refere ao conhecimento da imortalidade que o nosso Edmundo possui. Mas o fato é idêntico em relação a você. Sobrevivente do carreiro carnal, permanece com os valores que amealhou e deles se utiliza. Tomando a decisão de vingar-se do antigo companheiro de lutas, escorrega na mesma rampa da loucura, porque se torna vítima de si mesmo. Ninguém tem o direito ou o poder de transformar-se em cobrador do seu próximo, buscando regularização de compromissos que ficaram em sombras. A Vida a todos impõe suas necessidades, não cabendo a ninguém esse procedimento arbitrário e infeliz. Da mesma forma como o nosso Edmundo agiu incorretamente, a sua conduta não lhe é diferente. Até quando teremos a luta mudando somente de cenário, e prosseguindo a mesma batalha?” Respondendo, o Espírito afirmou: “Ele em nada se modificou, permanecendo vulgar e debochado, explorador da credulidade alheia e aproveitador sem caráter. E destituído de sentimento de amor e de dignidade, porque o seu egoísmo o alucina. Sempre foi assim a sua forma de viver”. Eurípedes elucidou: “Não desconhecemos os problemas do seu acusado; no entanto, não vemos condições de ser-lhe você o julgador impiedoso e o cobrador inditoso. A sua atitude não é diversa da que ele vem mantendo. Não lhe cabe, portanto, a prerrogativa de apresentar-se como o braço da Lei que a tudo e a todos alcança, porquanto isso dá-se sem a intervenção de quem quer que seja...” O perseguidor de Edmundo, todavia, não se aquietou. “Haja o que houver — disse ele — seguirei vingando-me, e ninguém me impedirá de fazê-lo. Nossos laços de identificação muito vigorosos me facultarão isso. Eu o conheço e os senhores não. Compromisso com ele não tem qualquer sentido. Os anos em que esteve cá, preparando-se para a nova experiência, não lhe concederam as resistências necessárias para a autossuperação. Foi um investimento muito valioso em pessoa sem dignidade...” (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.)  (Continua no próximo número.)




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita