ARNALDO RAMOS DE
OLIVEIRA
cienciadeluzsrs@gmail.com
Santa Rita do
Sapucaí, MG
(Brasil)
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Religião é
religar-se a
Deus?
“Pois onde dois
ou três
estiverem
reunidos em meu
nome, ali eu
estou no meio
deles.” (Mateus
– Cap. 18 v.
20.) (Bíblia de
Jerusalém página
1737 – 2011.) –
(Optamos por
essa tradução
porque não
existe a
condicional de
pessoas, isso
nos permite ter
uma visão
espírita, sejam
encarnados e/ou
desencarnados.)
Se assim é,
dir-se-á, o
Espiritismo é,
pois, uma
religião? Pois
bem, sim! Sem
dúvida,
Senhores; no
sentido
filosófico, o
Espiritismo é
uma religião,
(...).
Por que, pois,
declaramos que o
Espiritismo não
é uma religião?
Pela razão de
que não há senão
uma palavra para
expressar duas
ideias
diferentes, e
que, na opinião
geral, a palavra
religião é
inseparável da
de culto; que
ela desperta
exclusivamente
uma ideia de
forma, e que o
Espiritismo não
a tem. Se o
Espiritismo se
dissesse
religião, o
público não
veria nele senão
uma nova edição,
uma variante,
querendo-se, dos
princípios
absolutos em
matéria de fé,
uma casta
sacerdotal com
um cortejo de
hierarquias, de
cerimônias e de
privilégios; não
o separaria das
ideias de
misticismo, e
dos abusos
contra os quais
a opinião
frequentemente é
levantada.
Em sendo assim,
como não temos
outra palavra
para expressar,
podemos, sem
problemas
maiores, dizer
sim, Espiritismo
é Religião.
(...) O
Espiritismo, não
tendo nenhum dos
caracteres de
uma religião, na
acepção usual da
palavra,
não se poderia,
nem deveria se
ornar de um
título sobre o
valor do qual,
inevitavelmente,
seria
desprezado; eis
porque ele se
diz
simplesmente:
doutrina
filosófica e
moral.
(...) enquanto
ficarmos presos
às formas da
acepção das
palavras, das
atitudes que na
maioria das
vezes são
inconvenientes;
presos ao
exterior e,
presos a
mandatários que
de uma ou outra
inexorável
maneira se
impõem e se põem
a fazer da
Doutrina um
trampolim para
uso “abusivo” de
sua tola
vaidade.
(Sessão Anual
Comemorativa do
dia dos Mortos,
Sociedade de
Paris, 1º de
novembro de
1868- Revista
Espírita de
dez.1868.)
Vamos combinar?
De ordinário,
muito vem
acontecendo isso
no movimento
espírita – O
paralelo de
hierarquias? Sem
falar na
tentativa de
engessar
espíritas com
minúsculas
apostilas disso
ou daquilo. Aí
pergunto: – Esta
prática não tem
induzido o
principiante
espírita a
considerar-se
como conhecedor
da Doutrina
Espírita?
Qualquer
apostila por
mais bem
elaborada que
seja é o resumo;
o resumo de uma
doutrina
completa pelos
seus inegáveis
princípios
cristãos –
Doutrina que
deve ser
estudada e
compreendida
analiticamente
(no dizer de
Kardec: - de
forma metódica,
longa e séria)
e não
sinteticamente,
e que permite ao
homem
enriquecer-se de
ensinamentos –,
pelo dinamismo
próprio da
codificação na
percepção de
novos
ensinamentos que
jorram do alto
de forma
esplendorosa
despida de
preconceitos;
pois a mesma é a
Doutrina dos
Espíritos, no
dizer de
Emmanuel,
Religião dos
Espíritos.
Aliás, Religião
dos Espíritos
foi o primeiro
nome dado a essa
obra. Saudades
de meu tempo de
mocidade:
usávamos o
método de
estudar O Livro
dos Espíritos em
consonância com
outras obras, a
saber: A
Gênese – 1ª
Parte; O
Livro dos
Médiuns – 2ª
Parte; O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
– 3ª Parte; O
Céu e o Inferno
– 4ª Parte,
complementando
com a Revista
Espírita.
Esclareço que
esse comentário
está embasado no
esvaziamento dos
estudos após
essa introdução
do principiante
no paradigma –
Amai-vos e
Instruí-vos.
Contudo,
voltemos ao foco
de nossas
reflexões?
Expositores há
que divulgam que
a palavra
religião quer
dizer religar-se
a Deus. Duvido
que alguém tenha
conseguido essa
façanha,
desligar-se do
Criador. E o
tropismo Divino
onde fica?
Com essa
colocação
(estranha no meu
entendimento)
somos
indevidamente
remetidos, a
retornar à época
de Lúcifer, o
anjo decaído.
Prestando
atenção, esse
artigo na
Revista
Espírita, tem
como
frontispício a
mensagem de
Mateus: – “Pois
onde dois ou
três estiverem
reunidos em meu
nome, ali eu
estou no meio
deles”.
Busquemos em
Kardec o
entendimento:
(...) Jesus
no-lo indica
pelas palavras
(...) resultado
produzido pela
comunhão de
pensamentos que
se estabelece
entre pessoas
reunidas com um
mesmo objetivo.
Mas
compreende-se
bem toda a
importância
desta palavra:
Comunhão de
pensamentos?
Seguramente, até
este dia, poucas
pessoas dela se
fizeram uma
ideia completa.
O Espiritismo,
que tantas
coisas nos
explica pelas
leis que nos
revela, vem
ainda nos
explicar a
causa, os
efeitos e o
poder desta
situação do
Espírito.
Comunhão de
pensamento quer
dizer pensamento
comum, unidade
de intenção, de
vontade, de
desejo, de
aspiração. (...)
Existem
explicações em
dicionários de
etimologia de
palavras a
respeito de
religião,
contudo,
conclui-se que
O termo
Religare
é utilizado como
um ato de
“voltar a unir”
o humano com o
que era
considerado
divino.
Outrossim,
analisemos:
voltar a unir o
humano com o que
era considerado
divino; teria
melhor forma de
fazer isso que
“Fora da
Caridade não há
Salvação”?
Nesse mesmo
artigo Kardec
aborda o
pensamento e a
comunhão de
pensamentos no
sentido de amar
ao semelhante
conectando-se
com a divindade.
“Religião, como
se pode entender
pelo que
clarificou o
codificador, não
é religar-se a
Deus, mas é a
maneira que Deus
proporciona ao
homem religar-se
ao homem”.
Religião quer
dizer laço. Uma
religião, em sua
acepção larga e
verdadeira, é um
laço que religa
os homens numa
comunhão de
sentimentos, de
princípios e de
crenças. “Os meus
discípulos serão
conhecidos por
muito se
amarem.”
(Qual
é a verdadeira
religião? -
Amar-vos uns aos
outros.
– Espiritismo em
Cadiz – RE Nov.
1868.)