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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 470 - 19 de Junho de 2016

JOSÉ SOLA GOMES
josesolagomes@gmail.com
São Paulo, SP (Brasil)

 


 Kardec corrigindo os possíveis erros da codificação?


Somos informados por alguns confrades de que Allan Kardec apresentou equívocos em suas obras e está presentemente fazendo as devidas correções.

E eu entendo que existem sim no que concerne à letra, isto dito nas traduções, algumas colocações que não correspondem à lógica apresentada no conceito geral do Espiritismo. Mas eu pergunto: se o contexto da codificação é completo, encerra uma lógica inconfundível, é lógico e racional estarmos corrigindo a obra, modificando-lhe o conceito, pois a filosofia espírita é racional; nesta nossa atitude não estamos manifestando um egocentrismo equivocado e tolo?

E não podemos nos esquecer ainda de que toda essa grandiosidade, toda essa lógica e racionalidade, toda essa beleza que a mesma nos apresenta está contida em síntese nas obras básicas.

Tenho dito em outras oportunidades e volto a reprisá-lo: o Espiritismo é um edifício infinito; nele são tratadas todas as questões que se manifestam na vida do universo.

Entretanto, na míope visão em que nos demoramos, não temos sequer conseguido extrapolar algumas questões apresentadas em O Livro dos Espíritos de forma correta, pois várias delas são extrapoladas de forma equivocada.

Emmanuel esteve nos definindo de forma maravilhosa o que é o Espiritismo quando nos informou de que o Espiritismo é a religião universal do amor e da sabedoria que palpita inevitável no coração de cada criatura; é o encontro marcado com as lições do Cristo de Deus.

E os amigos que estão vivendo essa tarefa inglória me dirão: mas é o próprio mestre de Lyon quem está tomando esta iniciativa. Será?

Vamos analisar a possibilidade de ser Kardec o interessado, e mais, de ser ele o Espírito que, se incorporando, esteja fazendo esta correção.

O primeiro ponto a ser analisado é que, sendo Kardec quem está realizando essa revisão, o correto é que o faça em original, em francês, pois os equívocos apresentados estão na tradução – equívocos esses que não passam da palavra, como retro informado – e se o mesmo apresentar essa correção em português estará apenas corrigindo a tradução.

Se for corrigida apenas a tradução, o possível equívoco permanecerá e novos tradutores estarão reapresentando o mesmo equívoco, então, entendemos que Kardec não viveria esta visão míope, pois nosso amigo enxerga mais longe.

E mais, com todo respeito ao médium que serve de instrumento para que o Espírito de Kardec se comunique, este oferece realmente condições vibracionais, condições sintônicas para que esta comunicação seja possível?

Não podemos nos esquecer de que quando Kardec reencarnou para codificar o Espiritismo ele já era um Espírito superior, e após haver realizado sua missão com sublime êxito, evoluiu ainda infinitamente mais – isto nos é evidente, pois no pouco que temos realizado a favor da doutrina, nos apercebemos haver acontecido um crescimento espiritual avantajado. Então perguntamos: esse médium oferece sintonia para que o Espírito iluminado de Kardec se comunique?

Não vai aqui um julgamento, mas desejaríamos conhecer melhor esse médium.

No meu entender, se houvesse a necessidade de corrigir as obras básicas, Kardec o teria feito através do Chico, pois este médium tinha os requisitos necessários que correspondiam às vibrações sintônicas requeridas por Kardec.

Francisco Cândido Xavier era disciplinado, humilde. Foi um homem Amor, pois seu ser exalava o amor, se sacrificou mesmo a favor do Espiritismo, lógico que não era um Deus, é um Espírito que reencarnou como tarefeiro e acabou se transformando em um missionário, pois ele foi um médium ímpar.

Este médium tinha as faculdades mediúnicas plenamente afloradas; era médium de incorporação, de vidência, de desdobramento, de psicografia, e de efeitos físicos, e ele comprovou possuir a faculdade de efeitos físicos, pois, quando quiseram iniciá-lo neste trabalho, Emmanuel se materializou e disse: eu não quero que Chico seja médium de efeitos físicos. Foi a única vez que Emmanuel se pronunciou na primeira pessoa do singular, pois sempre o fazia na primeira pessoa do plural, nós.

Não foi apenas um bom médium pelas faculdades afloradas que possuía, mas pelas virtudes adquiridas, pelo amor com que se dedicou à doutrina espírita; e, com todo respeito, eu pergunto: o médium que permite a comunicação de Kardec tem esses requisitos?

E como é natural, sendo espírita como sou, ciente de que o Espiritismo é a religião dos Espíritos, eu desejaria apresentar, ao Espírito que responde como Kardec, três questões de “O Livro dos Espíritos”, apenas três já é o suficiente para corroborar se o Kardec que está fazendo essas correções é autêntico.

Amigos, não me interpretem mal, estou apenas procurando passar pelo crivo da lógica e da razão tudo o que vier dos homens ou dos Espíritos, e eu entendo que vocês ficarão contentes com minha atitude, pois é isto que nos pede Kardec.

Eu desejaria contatar vocês, pois o meu primeiro passo deve ser conhecer melhor o médium e, sem dúvida, também o Espírito, pois tenho certeza de que muitos confrades desejam a mesma coisa.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita