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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 471 - 26 de Junho de 2016

JOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)

 

 
 Um olhar espírita sobre
a adoção


Estou escrevendo este artigo na data em que se celebra o Dia da Adoção. Para nos fundamentarmos para a reflexão sobre o assunto, recordemos o início do diálogo entre Jesus e Nicodemos, registrado no capítulo 3, versículos de 1 a 17, do evangelho de João.

Narra o evangelista que havia um fariseu chamado Nicodemos (nome que significa: homem do povo), que era uma autoridade entre os judeus e que foi ter com Jesus certa noite, quando afirmou: “Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo se Deus não estiver com ele”, e antes que fizesse qualquer pergunta Jesus lhe disse: “Em verdade vos digo que ninguém poderá ver o Reino dos Céus se não nascer de novo”.

Nicodemos estranha aquela informação e, porque tinha compreendido que o mestre lhe falara de voltar à carne, questiona: “Como alguém velho como eu poderia entrar de novo no ventre de sua mãe?”.

O Messias então lhe responde: “O que nasce da carne é carne, o que nasce do espírito é espírito”. E continuam o diálogo...

Hoje é celebrado o Dia da Adoção. Mostrando perfeita sintonia com esse ensinamento do Mestre, os Espíritos superiores responsáveis pela codificação do Espiritismo afirmam a Allan Kardec que não é o Espírito que dá a vida ao corpo físico, mas que apenas o anima, o habita. Quem dá a vida ao corpo é o “fluido vital”.

Assim que um novo corpo é concebido, à medida que suas células vão se multiplicando, essa nova vida vai absorvendo das Energias Cósmicas uma energia específica que manterá a vida desse organismo que se forma, dando, com isso, a condição de um Espírito vir nele habitar, ligação essa, entre espírito e corpo, que já se inicia desde o momento da concepção, conforme nos ensinam os Espíritos superiores. Daí porque o espírita ser completamente contra o aborto.

Da mesma forma, não é porque o Espírito se retira que o corpo morre. Ao contrário, é porque o corpo morre que o Espírito tem de deixá-lo. Confirmando com clareza as palavras de Jesus de que o que é carne é carne, o que é espírito é espírito.

Segundo os Espíritos superiores, o Espírito é criação divina e se dá em outro lugar e não no instante da criação do corpo. O casal que se une apenas gera o organismo físico que servirá ao Espírito que nele vier habitar.

Segundo ainda os orientadores da codificação, quem designa qual Espírito virá habitar o corpo que se forma são entidades espirituais sábias, que trabalham junto aos orbes habitados, colaborando com a obra divina, através de leis específicas. Assim, o Espírito que virá viver na Terra junto a uma família normalmente é alguém que já tem laços anteriores com a mesma, laços esses que podem ser de simpatia ou mesmo de animosidade, vindo com a tarefa da reconciliação. Dizem ainda os benfeitores que é possível que o Espírito que reencarna possa não ter ligações anteriores, mas que venha por necessidades particulares, de maneira que esse primeiro encontro possa ser útil a ambos. Pode ser um Espírito que venha com uma tarefa da qual tenha que desincumbir-se na região onde vive a família que o acolherá.

Voltando ao tema Adoção, a conclusão que podemos tirar com tranquilidade e convicção é de que, independente de qual seja o ventre por onde deva vir a criança, o Espírito que ali reencarna deverá juntar-se à nova família que a adotará, ambos atraídos por leis divinas que tudo provê.

Então, quando estivermos sendo intuídos a adotar uma ou mais crianças, lembremos sempre: O que é carne é carne, o que é espírito é espírito.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita