Estou escrevendo este
artigo na data em que se
celebra o Dia da Adoção.
Para nos fundamentarmos
para a reflexão sobre o
assunto, recordemos o
início do diálogo entre
Jesus e Nicodemos,
registrado no capítulo
3, versículos de 1 a 17,
do evangelho de João.
Narra o evangelista que
havia um fariseu chamado
Nicodemos (nome que
significa: homem do
povo), que era uma
autoridade entre os
judeus e que foi ter com
Jesus certa noite,
quando afirmou:
“Mestre, sabemos que
ensinas da parte de
Deus, pois ninguém pode
realizar os sinais
miraculosos que estás
fazendo se Deus não
estiver com ele”, e
antes que fizesse
qualquer pergunta Jesus
lhe disse: “Em
verdade vos digo que
ninguém poderá ver o
Reino dos Céus se não
nascer de novo”.
Nicodemos estranha
aquela informação e,
porque tinha
compreendido que o
mestre lhe falara de
voltar à carne,
questiona: “Como
alguém velho como eu
poderia entrar de novo
no ventre de sua mãe?”.
O Messias então lhe
responde: “O que
nasce da carne é carne,
o que nasce do espírito
é espírito”. E
continuam o diálogo...
Hoje é celebrado o Dia
da Adoção. Mostrando
perfeita sintonia com
esse ensinamento do
Mestre, os Espíritos
superiores responsáveis
pela codificação do
Espiritismo afirmam a
Allan Kardec que não é o
Espírito que dá a vida
ao corpo físico, mas que
apenas o anima, o
habita. Quem dá a vida
ao corpo é o “fluido
vital”.
Assim que um novo corpo
é concebido, à medida
que suas células vão se
multiplicando, essa nova
vida vai absorvendo das
Energias Cósmicas uma
energia específica que
manterá a vida desse
organismo que se forma,
dando, com isso, a
condição de um Espírito
vir nele habitar,
ligação essa, entre
espírito e corpo, que já
se inicia desde o
momento da concepção,
conforme nos ensinam os
Espíritos superiores.
Daí porque o espírita
ser completamente contra
o aborto.
Da mesma forma, não é
porque o Espírito se
retira que o corpo
morre. Ao contrário, é
porque o corpo morre que
o Espírito tem de
deixá-lo. Confirmando
com clareza as palavras
de Jesus de que o que
é carne é carne, o que é
espírito é espírito.
Segundo os Espíritos
superiores, o Espírito é
criação divina e se dá
em outro lugar e não no
instante da criação do
corpo. O casal que se
une apenas gera o
organismo físico que
servirá ao Espírito que
nele vier habitar.
Segundo ainda os
orientadores da
codificação, quem
designa qual Espírito
virá habitar o corpo que
se forma são entidades
espirituais sábias, que
trabalham junto aos
orbes habitados,
colaborando com a obra
divina, através de leis
específicas. Assim, o
Espírito que virá viver
na Terra junto a uma
família normalmente é
alguém que já tem laços
anteriores com a mesma,
laços esses que podem
ser de simpatia ou mesmo
de animosidade, vindo
com a tarefa da
reconciliação. Dizem
ainda os benfeitores que
é possível que o
Espírito que reencarna
possa não ter ligações
anteriores, mas que
venha por necessidades
particulares, de maneira
que esse primeiro
encontro possa ser útil
a ambos. Pode ser um
Espírito que venha com
uma tarefa da qual tenha
que desincumbir-se na
região onde vive a
família que o acolherá.
Voltando ao tema Adoção,
a conclusão que podemos
tirar com tranquilidade
e convicção é de que,
independente de qual
seja o ventre por onde
deva vir a criança, o
Espírito que ali
reencarna deverá
juntar-se à nova família
que a adotará, ambos
atraídos por leis
divinas que tudo provê.
Então, quando estivermos
sendo intuídos a adotar
uma ou mais crianças,
lembremos sempre: O
que é carne é carne, o
que é espírito é
espírito.