A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 28
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. Por que a revelação
espírita não foi
transmitida por
intermédio das Igrejas
oficiais e oficiosas que
se jactam da posse
absoluta da verdade?
Tal como ocorreu com a
revelação cristã, que
também veio por meio de
pessoas simples, a
revelação espírita
observou um padrão comum
nas diferentes
revelações,
enquadrando-se
perfeitamente nestas
conhecidas palavras de
Jesus: "Deus revela seus
conhecimentos aos
humildes e os esconde
dos sábios orgulhosos".
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XXV -
Considerações
Imortalistas.)
B. Por que motivo Moisés
proibiu os
encantamentos, as
adivinhações e as
evocações dos mortos?
Observando-se os tempos
abraâmicos e mosaicos,
quanto às manifestações
do Além dadas pelos
profetas, ver-se-á
claramente que as
revelações pessoais
tiveram, nessas épocas,
grande repercussão. Os
médiuns (profetas) se
multiplicaram tanto, e
tanto abusaram de suas
faculdades, que levou
Moisés a proibir o
intercâmbio com os
mortos, impondo, como
legislador e chefe do
povo de Israel, penas
severas a quem
transgredisse o seu
decreto. É que a Lei se
completa com os
Profetas, mas estes não
podem exorbitar: têm de
submeter-se a ela. Os
encantamentos, as
adivinhações, a evocação
dos mortos, para os fins
de que se utilizavam os
médiuns populares
daqueles tempos, eram
práticas contrárias à
Lei do Decálogo e iam de
encontro ao preceito de
amor e de adoração ao
Deus Vivo, Deus Uno, bem
como infringiam os
demais preceitos do
Decálogo referentes ao
"amor ao próximo". (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
C. Ciente de que a
mistificação na prática
mediúnica e os falsos
profetas eram, àquela
época, fato corriqueiro,
que recomendação fez o
Apóstolo João com o
objetivo de preveni-los?
Com esse objetivo, o
Apóstolo João recomendou
expressamente aos seus
contemporâneos:
"Examinai se os
Espíritos vêm de Deus,
porque muitos falsos
profetas têm aparecido
no mundo", um conselho
que se mantém atual até
os nossos dias. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
Texto para leitura
373. O que se nota de
extraordinário em todas
as ocorrências
verificadas, desde o
alvorecer dos fenômenos
que vieram despertar a
Humanidade imersa em
letargo, é que, entre
tantos sábios de nomeada
e tantos sábios,
rabinos, a escolha para
a Revelação da Doutrina,
que os fatos demonstram,
recaísse num homem que,
embora portador, como
tantos outros, de
diplomas, não ostentasse
as insígnias acadêmicas
conferidas aos sábios do
mundo. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XXV -
Considerações
Imortalistas.)
374. Neste, como em
tantos outros exemplos,
parece prevalecer o
ditame do Mestre Jesus,
segundo o qual "Deus
revela seus
conhecimentos aos
humildes e os esconde
dos sábios orgulhosos".(A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
375. Ora, se as
manifestações psíquicas
vêm de eras imemoriais e
se têm reproduzido no
mundo em todos os
tempos, referendadas por
todos os códigos
sagrados, por que não
nos veio dos "mestres
dos povos", dos "guias
das almas" a explicação
desses fenômenos, a
causa dessas
manifestações? Por que
essa nova Revelação não
foi transmitida por
intermédio das Igrejas
oficiais e oficiosas que
se jactam da posse
absoluta da Verdade e se
dizem os únicos
expoentes autorizados,
únicos Pontífices da
Palavra de Deus?! (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
376. A História
Religiosa responde
perfeitamente a estas
interrogações. A
Revelação do Sinai e a
Revelação Cristã seriam,
porventura, veiculadas
pelas igrejas daqueles
tempos? Qual o papel
representado pelo
Farisaísmo e Saduceísmo
em face da Revelação
Cristã? Qual a
influência do Bramanismo
em face da Revelação de
Buda? (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XXV -
Considerações
Imortalistas.)
377. Vemo-lo escrito nas
páginas da História:
sempre que a Humanidade
tem de receber mais uma
luz, seja no terreno
religioso, seja no
científico, o Senhor, em
vez de se prevalecer de
sacerdotes e de
acadêmicos que
pontificam na Religião e
na Ciência, utiliza-se,
ao contrário, de pessoas
absolutamente estranhas
e alheias às doutrinas
convencionais e
dogmáticas. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXV - Considerações
Imortalistas.)
378. Parece até que a
sentença de Jesus
Cristo: "não se põe
vinho novo em odres
velhos" tem, nesses
casos, peremptória
confirmação. Esta
confirmação é tão
categórica que se chega
a ver o despeito que as
Ciências Humanas, ou
antes, seus corifeus,
têm manifestado contra
as novas verdades que
nos vêm tirar da
imobilização, do círculo
vicioso em que eles têm
feito permanecer a
Humanidade. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXV - Considerações
Imortalistas.)
379. Outro tanto se pode
dizer das religiões
oficializadas, infensas,
em todos os tempos, às
novas descobertas e às
verdades novas. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
380. É de admirar que o
mesmo acontecesse ao
Espiritismo, que é a
mais ampla revelação que
a Humanidade tem
recebido? É de estranhar
que Deus não quisesse,
também desta vez,
revelar a Sua Palavra ao
mundo, como aconteceu
outras vezes, por meio
de "sábios" e de
"sacerdotes", mas os
escolhesse por sua
indefectível Justiça?
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
381. E quem não vê que
essas revelações são
progressivas, as últimas
corroborando os
preceitos das primeiras
e trazendo um
complemento
característico de mais
elevado ensino, em
virtude das
circunstâncias de
progresso que a
Humanidade tem
realizado? Eu não vim
derrogar a Lei e os
Profetas, disse o
Cristo, mas sim dar-lhes
cumprimento. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXV - Considerações
Imortalistas.)
382. É assim que a Lei
se vai tornando cada vez
mais conhecida, à medida
que os homens crescem no
seu conhecimento, e os
profetas (médiuns), ou
intermediários da
Vontade Divina, também
sentem aumentar e
diversificar em si
mesmos os seus dons, na
razão direta da expansão
da Lei em sua
sublimidade moral e
espiritual. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXV - Considerações
Imortalistas.)
383. A Primeira
Revelação, dada por
intermédio de Abraão,
não diz mais que a
existência do Deus
Único, Deus Vivo que
está em toda parte e em
quem devemos crer e
confiar. A Segunda
Revelação, vinda por
intermédio de Moisés, a
Revelação do Sinai, já é
um Código de mandamentos
e preceitos, além de, em
sua primeira ordenação,
repetir a Revelação
Abraâmica. Como se vê, a
Revelação Mosaica não
veio destruir a
Revelação Abraâmica, mas
cumpri-la e ampliá-la,
prescrevendo ordenações
que não se achavam
prescritas na revelação
anterior. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XXV -
Considerações
Imortalistas.)
384. Por outro lado,
observem-se os tempos
abraâmicos e mosaicos,
quanto às manifestações
do Além dadas pelos
profetas, e ver-se-á
claramente que as
revelações pessoais
tiveram, nessa época,
grande repercussão; os
médiuns (profetas) se
multiplicaram tanto, e
tanto abusaram de suas
faculdades, que Moisés
chegou a proibir os
encantamentos, as
adivinhações, as
evocações dos mortos,
impondo, como legislador
e chefe do povo de
Israel, penas severas a
quem transgredisse o seu
decreto. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XXV -
Considerações
Imortalistas.)
385. A Lei se completa
sempre com os Profetas,
e os Profetas não podem
exorbitar a Lei: têm de
submeter-se a ela. Os
encantamentos, as
adivinhações, a evocação
dos mortos, para os fins
de que se utilizavam os
médiuns populares
daqueles tempos, eram
práticas contrárias à
Lei do Decálogo;
essencialmente
politeístas, iam de
encontro ao preceito de
amor e de adoração ao
Deus Vivo, Deus Uno, bem
como infringiam os
demais preceitos do
Decálogo referentes ao
"amor ao próximo".(A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
386. Os fins
especulativos e
supersticiosos, visados
pelos mistificadores,
praticados, então, como
ainda hoje, por pessoas
sem critério e despidas
de todo sentimento do
Bem, é que determinaram
a proibição. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXV - Considerações
Imortalistas.)
387. A Lei manifesta-se
sempre pelos Profetas e,
assim, há mistificadores
da Lei, há profetas de
mentira que semeiam pelo
mundo o erro, a
desarmonia e a
incredulidade. Foi o que
levou também o Apóstolo
João a recomendar
severamente: "Examinai
se os Espíritos vêm de
Deus, porque muitos
falsos profetas têm
aparecido no mundo".(A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
(Continua no próximo
número.)
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