Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 37)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. A incidência
do distúrbio
depressivo é
maior no sexo
feminino?
Sim. Segundo o
conferencista
convidado por
Eurípedes
Barsanulfo a
falar sobre
depressão, a
incidência do
distúrbio
depressivo
apresenta-se
quantitativamente
maior no sexo
feminino. E ele
inclui em tais
casos as
manifestações da
depressão pré e
post-partum, que
se originam em
disfunções
hormonais,
conduzindo as
pacientes a
estados de grave
perda do
equilíbrio
emocional e
mental.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
B. Qual é, na
depressão, o
fator de
natureza
preponderante?
O fator
essencial,
importante,
preponderante é
o próprio
Espírito
reencarnado, por
nele se
encontrarem
ínsitas as
condições
indispensáveis
para a
instalação do
distúrbio a que
faz jus, em
razão do seu
comportamento no
transcurso das
experiências
carnais
sucessivas. O
Espírito é o
semeador
espontâneo, que
volve pelo mesmo
caminho, a fim
de proceder à
colheita das
atividades
desenvolvidas
através do
tempo. Ao
reencarnar, seu
perispírito
imprime no
futuro programa
genético do ser
os requisitos
depurativos que
lhe são
indispensáveis
ao crescimento
interior e à
reparação dos
gravames
praticados.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
C. Pode o
distúrbio
depressivo ser
acompanhado dos
chamados
transtornos
obsessivos?
Sim. No tocante
à síndrome
depressiva, não
podemos olvidar
os Espíritos que
foram vitimados
pelo infrator,
que agora
retorna ao palco
terrestre a fim
de crescer
interiormente.
Quando
permanecem em
situação penosa,
sem esquecimento
do mal que
padeceram,
amargurados e
fixados nas
dores
terrificantes
que
experimentaram,
ou se demoram em
regiões
pungitivas, nas
quais vivenciam
sofrimentos
incomuns, eles
são atraídos
psiquicamente
aos antigos
verdugos, com
eles mantendo
intercurso
vibratório
danoso, que a
esses últimos
conduz a
transtornos
obsessivos
infelizes. O
cérebro do
hospedeiro,
bombardeado
pelas ondas
mentais
sucessivas do
hóspede em
desalinho,
recebe as
partículas
mentais que
podem ser
consideradas
como verdadeiros
elétrons com
alto poder
desorganizador
das conexões
neuronais.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
Texto para
leitura
191.
Aspectos da
depressão
– Depois de
pequena pausa, o
conferencista
prosseguiu: “A
depressão é hoje
classificada
como sendo uma
perturbação do
humor, uma
perturbação
afetiva, um
estado de
mal-estar que se
pode prolongar
por tempo
indeterminado.
Foi o admirável
Emil Kraepelin,
o nobre
psiquiatra
alemão, quem
apresentou
melhores
análises sobre a
depressão no
século passado,
classificando-a
como de natureza
unipolar, quando
é menos grave,
mais simples e
rápida, e
bipolar, quando
responsável
pelas
associações
maníacas.
Aprofundadas
pesquisas
ofereceram novas
classificações
nos anos
sucessivos,
incluindo as
melancolias de
involução, que
se manifestam em
forma de medo,
de culpa e de
vários
distúrbios do
pensamento. O
eminente
psicanalista
Sigmund Freud
sugeriu o luto
como sendo
responsável pela
depressão,
resultado de
perda, de um ser
amado ou de
outra natureza.
A perda, para o
nobre mestre
austríaco,
produz
dilacerações
psicológicas
muito graves,
gerando
distúrbios
comportamentais
que se prolongam
por tempo
indeterminado.
Concomitantemente,
outros
pesquisadores
estabeleceram
que a depressão
poderia ser
endógena, quando
originada em
disfunções
orgânicas,
portanto, de
natureza
biológica, e
reativa, como
consequência de
fatores
psicossociais,
socioeconômicos,
sócio-morais, em
razão das suas
nefastas
consequências
emocionais.
Outros
observadores, no
entanto,
detiveram-se em
analisar a
depressão sob
dois outros
aspectos: a de
natureza
neurótica e a de
natureza
psicótica. A
primeira é mais
simples, com
melhores
possibilidades
terapêuticas,
enquanto que a
segunda, por se
caracterizar
pelas
alucinações e
ilusões
perturbadoras,
exige
procedimentos
mais cuidadosos
e prolongados”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
192. Um
distúrbio
angustiante
– Conforme o que
foi dito pelo
palestrante, a
depressão é
sempre um
distúrbio muito
angustiante
pelos danos que
proporciona ao
paciente: dores
físicas,
taquicardias,
problemas
gástricos,
inapetência,
cefalalgia,
sentimento de
inutilidade,
vazio
existencial,
desespero,
isolamento,
ausência total
de esperança,
pensamentos
negativos,
ansiedade,
tendência ao
suicídio etc. O
enfermo tem a
sensação de que
todas as suas
energias se
encontram em
desfalecimento e
as forças morais
se diluem ante a
sua injunção
dolorosa. A
perturbação
depressiva ainda
pode
apresentar-se
como grave e
menos grave,
crônica ou
distímica, cuja
fronteira é
muito difícil de
ser
estabelecida.
Asseverou o
expositor:
“Somente através
dos sintomas é
que se pode
defini-las,
tendo-se em
vista as
perturbações que
produz nos
pacientes. Nesse
sentido, a
somatização,
decorrente de
estigmas e
constrangimentos
que lhe facultam
a instalação,
pode dar lugar
ao que Freud
denominou
perturbação de
conversão,
graças à qual um
conflito
emocional se
converte em
cegueira, mudez,
paralisia ou
equivalentes,
enquanto outros
psicoterapeutas,
discordando da
tese, acreditam
que esses
fenômenos
resultem de
perturbações
físicas não
identificadas...
Por outro lado,
a fadiga tem
sido analisada
como responsável
por vários
estados
depressivos,
especialmente a
de natureza
crônica, que se
apresenta acima
do nível
tolerável de
gravidade. Não
obstante, a
depressão também
se manifesta em
crianças e
jovens,
estruturada em
fatores
endógenos e
outros de
natureza
sociológica,
decorrentes do
relacionamento
entre pais e
filhos, do
convívio
familiar e
comunitário
conflitivo. A
mania, por outro
lado, é mais
severa em razão
das alterações
manifestadas no
humor, que se
fazem mui amiúde
em proporções
gravemente
elevadas. Em
determinado
paciente pode
expressar-se
como um estado
de excessivo bom
humor, de
exaltação da
emotividade, em
contraste com os
acontecimentos
vivenciados no
momento, logo
regredindo com
rapidez para a
depressão, as
lágrimas,
envolvendo
sentimentos
contraditórios,
que passam dos
risos excitados
aos prantos
pungentes. No
momento de
exacerbação o
enfermo delira,
acreditando-se
messias, gênio
da política, da
arte, com
demasiada
valorização das
próprias
possibilidades.
Vezes outras,
experimenta
estados de
temor, por
acreditar que
existe
conspiração
contra sua vida
e seus desejos,
seus valores
especiais”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
193. A
síndrome
depressiva e
suas causas
– Explicou o
nobre
conferencista
que o indivíduo
depressivo
apresenta-se em
determinado
momento
palrador,
mudando de
conduta com
muita frequência,
ou então
deixa-se ao
abandono, sem
higiene,
aparecendo,
noutras vezes,
de maneira
extravagante e
vulgar. Nessa
fase, torna-se
sexualmente
excitado,
exótico,
irresponsável,
negando-se a
aceitar a
enfermidade e
mesmo a
submeter-se ao
tratamento
adequado.
Continuou o
palestrante: “A
incidência do
distúrbio
depressivo
apresenta-se
quantitativamente
maior no sexo
feminino. Nesse
caso, podemos
aduzir ao quadro
geral as
manifestações da
depressão pré e
post-partum, que
se originam em
disfunções
hormonais,
conduzindo as
pacientes a
estados de grave
perda do
equilíbrio
emocional e
mental”. O
expositor
calou-se por um
pouco, enquanto
o público,
atento,
acompanhava-lhe
o raciocínio
rico de
ensinamentos
oportunos. Em
seguida, falou:
“As influências
básicas para a
síndrome
depressiva são
muitas, e podem
ser encontradas
nas crenças
religiosas, nos
comportamentos
sociais,
políticos,
artísticos,
culturais e nas
mudanças
sazonais. Por
outro lado, a
hereditariedade
é fator decisivo
na ocorrência
inquietante,
tanto quanto
diversos outros
de natureza
ambiental e
social, como
guerras, fome,
abandono,
sequelas de
enfermidades
dilaceradoras...
Pode-se,
portanto,
informar que é
também
multifatorial.
Do ponto de
vista
psicanalítico,
conforme
eminentes
estudiosos quais
Freud, Abraham e
outros, a
depressão oculta
uma agressão
contra a pessoa
ou o objeto
oculto. Numa
análise
biológica,
podemos
considerar como
fatores
responsáveis
pelo desencadear
do distúrbio
depressivo as
alterações do
quimismo
cerebral, no que
diz respeito aos
neurotransmissores
como a
serotonina e a
noradrenalina.
Em uma análise
mais cuidadosa,
além dos agentes
que produzem
stress,
incluímos entre
os geradores da
depressão os
hormônios
esteroides,
estrênios e
androgênios,
relacionados com
o sexo, que
desempenham
papel
fundamental no
humor e no
comportamento
mental”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
194.
Fatores de
natureza
preponderante e
predisponente
– O
conferencista
explicou que não
estava
relacionando ali
todas as causas
que predispõem
ou que dão
origem à
depressão, mas
somente, e de
modo
superficial,
algumas das que
desencadeiam
esse processo
alienante.
“Nosso objetivo
essencial neste
momento – disse
ele – é
identificar o
fator de
natureza
preponderante
para depois
concluirmos pelo
de natureza
predisponente. E
esse, essencial,
importante, é o
próprio Espírito
reencarnado, por
nele se
encontrarem
ínsitas as
condições
indispensáveis
para a
instalação do
distúrbio a que
faz jus, em
razão do seu
comportamento no
transcurso das
experiências
carnais
sucessivas. O
Espírito é
sempre o
semeador
espontâneo, que
volve pelo mesmo
caminho, a fim
de proceder à
colheita das
atividades
desenvolvidas
através do
tempo. Não
bastassem as
suas próprias
realizações
negativas para
propiciar o
conflito
depressivo e as
suas
ramificações
decorrentes, que
geraram
animosidades,
mágoas e
revoltas em
outros seres que
conviveram ao
seu lado e foram
lesados nos
sentimentos,
transformando-se
em outro tipo de
razão
fundamental para
a ocorrência
nefasta.” Ao
reencarnar, seu
perispírito
imprime no
futuro programa
genético do ser
os requisitos
depurativos que
lhe são
indispensáveis
ao crescimento
interior e à
reparação dos
gravames
praticados. Os
genes registram
o desconserto
vibratório
produzido pelas
ações incorretas
no futuro
reencarnante,
passando a
constituir-se um
campo no qual se
apresentarão os
distúrbios do
futuro quimismo
cerebral. Quando
se apresentam as
circunstâncias
predisponentes,
manifesta-se o
quadro já
existente nas
intrincadas
conexões
neuronais,
produzindo por
fenômenos de
vibração
eletroquímica o
transtorno, que
necessitará de
cuidadosa
terapia
específica e
moral. Não
apenas se fará
imprescindível o
acompanhamento
do terapeuta
especializado,
mas também a
psicoterapia da
renovação moral
e espiritual
através da
mudança de
comportamento e
da compreensão
dos deveres que
devem ser
aceitos e
praticados.
Nesse processo,
no qual o
indivíduo é
responsável
direto pelo
distúrbio
psicológico,
devido aos erros
cometidos, às
perdas e ao luto
que lhe
permanecem no
inconsciente e
agora ressumam,
o distúrbio
faz-se
inevitável,
exceto se,
adotando nova
conduta, adquire
recursos
positivos que
eliminam o
componente
cármico que lhe
dorme
interiormente.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
195.
Transtornos
obsessivos
– Dando curso à
sua exposição, o
conferencista
afirmou: “Não
são da Lei
Divina a
punição, o
castigo, a
vingança, mas
são impostas a
necessidade da
reparação do
erro, da
renovação do
equivocado, da
reconstituição
daquilo que foi
danificado... O
Espírito reflete
o amor de Deus
nele insculpido,
razão pela qual
está fadado à
perfeição
relativa, que
alcançará
mediante o
esforço
empreendido na
busca da meta
que lhe está
reservada. São,
portanto,
valiosas, as
modernas
contribuições
das ciências da
psique,
auxiliando os
alienados e
depressivos a
reencontrar a
paz, a alegria
interior, a fim
de prosseguirem
no desiderato da
evolução”.
Novamente o
lúcido orador
fez uma pausa
oportuna e, em
seguida,
prosseguiu:
“Nesse capítulo,
não podemos
olvidar aqueles
outros Espíritos
que foram
vitimados pelo
infrator, que
agora retorna ao
palco terrestre
a fim de crescer
interiormente.
Quando
permanecem em
situação penosa,
sem olvido do
mal que
padeceram,
amargurados e
fixados nas
dores
terrificantes
que
experimentaram,
ou se demoram em
regiões
pungitivas, nas
quais vivenciam
sofrimentos
incomuns, face à
pertinácia nos
objetivos
perversos do
desforço
pessoal, são
atraídos
psiquicamente
aos antigos
verdugos, com
eles mantendo
intercurso
vibratório
danoso, que a
esses últimos
conduz a
transtornos
obsessivos
infelizes. O
cérebro do
hospedeiro
bombardeado
pelas ondas
mentais
sucessivas do
hóspede em
desalinho recebe
as partículas
mentais que
podem ser
consideradas
como verdadeiros
elétrons com
alto poder
desorganizador
das conexões
neuronais,
afetando-lhe os
neurotransmissores
como a
serotonina, a
noradrenalina, a
dopamina e
outros mais, aos
quais se
encontra
associado o
equilíbrio
emocional e o do
pensamento.
Instalado o
plugue na tomada
perispiritual, o
intercâmbio
doentio
prosseguirá
atingindo o
paciente até o
momento quando
seja atendido
por psicoterapia
especial, qual
seja a
bioenergética,
por intermédio
dos passes, da
água
fluidificada, da
oração, das
vibrações
favoráveis à sua
restauração, à
alteração da
conduta mental e
comportamental,
que contribuirão
para anular os
efeitos morbosos
da incidência
alienadora.
Simultaneamente,
a desobsessão,
mediante cujo
contributo o
perseguidor
desperta para as
próprias
responsabilidades,
modifica a visão
espiritual,
ajudando-o a
resolver-se pela
mudança de
atitude perante
aquele que lhe
foi adversário,
entregando-o, e
a si mesmo
também se
oferecendo, aos
desígnios
insondáveis do
Pai Criador”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
19 – Distúrbio
depressivo.)
(Continua no
próximo número.)