Morte é vida
Conhecia a
Humanidade
naquele momento
um dos mais
extraordinários
fenômenos jamais
vistos.
Anunciava-se a
ressurreição de
Cristo e com ela
a confirmação da
inexistência da
morte. Limitado
pela
ineficiência dos
órgãos físicos
da visão,
habituou-se o
Espírito
encarnado a
sofrer
imensamente
perante seus
entes queridos
que partem,
achando que, por
não poder
vê-los, se
ausentavam
permanentemente
de seu convívio.
“Por que
procurais entre
os mortos aquele
que vive?”
(Lucas, 24:5).
Por que
procuramos os
nossos que nos
antecederam na
grande viagem
para o Além,
entre os mortos?
Jesus, que disse
ser o Caminho, a
Verdade e a
Vida, não nos
mostrou, de
forma cabal e
irrefutável, que
a morte não
passa de ilusão?
Não nos mostrou
que a vida
continua e que
outro mundo se
descerra para
além dos nossos
sentidos?
Imaginemos uma
criança que
desde os
primeiros
momentos de sua
vida no corpo
físico tivesse o
dom da vidência,
não havendo para
ela a separação
entre o mundo de
cá e o de lá e
mesmo quando
alguém morresse
ainda assim
continuasse a
ver o Espírito
do que havia
partido. Como
poderia ela
aceitar a
existência da
morte?
Fora do corpo, o
Espírito vibra
num diapasão que
os nossos olhos
físicos não têm
capacidade de
captar e o que
não se vê,
muitas vezes é
entendido como
se não
existisse. Há
mais vida fora
do corpo do que
podemos
imaginar. As
limitações
impostas pelo
corpo deixam de
existir e o
Espírito, até
mesmo o
medianamente
evoluído,
adquire uma
liberdade de
movimentos que
lhe permitem
volitar, ou
seja, voar, à
velocidade do
pensamento. Pode
estar ao lado
dos que ama num
átimo de
segundo.
Muitas vezes o
Espírito
desencarnado
está ao nosso
lado, quando
lamentamos a sua
ausência.
Extasia-se com a
beleza do mundo
em que vive e
compreende que o
planeta Terra é
apenas cópia do
que de
extraordinariamente
belo existe em
seu novo
habitat.
Ouve melodias
inebriantes
espalhadas pelo
ar. As cores
adquirem vida e
as flores
irradiam sons e
perfumes, frente
a tudo o que de
belo vê, sente a
necessidade de
se curvar
perante o
Artífice do Belo
e da Natureza.
Ao querer
compartilhar da
felicidade que
sente no novo
mundo, volta a
sua atenção para
os que ficaram e
pede
autorização, vem
para junto
deles, para lhes
dizer que não
lhe lamentem a
morte, porque
morto não está.
Sabe da
eternidade da
vida, quer
orientá-los para
que trabalhem em
favor próprio, a
fim de
conquistarem as
condições
necessárias para
usufruírem de
todas as belezas
que ele,
Espírito
desencarnado,
encontrou.
Usando da
intuição,
insufla-lhes a
ideia de que o
caminho é a
vivência do
Evangelho
trazido por
Jesus. Que só
crescemos quando
nos doamos e
que,
repartindo-nos
com os outros,
diminuímos os
nossos defeitos,
que entravam a
nossa marcha.
A morte nada
mais é que a
porta para um
mundo que se
torna tão mais
maravilhoso
quanto maiores
forem os nossos
méritos perante
a justiça
divina, méritos
esses que
adquirimos nas
lutas diárias e
na vivência do
amor. A fuga a
essas lutas ou
mesmo a
antecipação do
nosso retorno, o
que nos
transformará em
suicidas, nos
fazem contrair
dívidas maiores
e
consequentemente
retardam a
captação de tudo
de belo que nos
está reservado.
Devemos lutar
sempre a boa
luta, que é a de
aproveitarmos o
momento a que
chamamos
agora, para
semearmos o bem
à nossa volta. A
morte não existe
e é belo o que
nos está
reservado, se
bem soubermos
viver.