Podemos fazer
prosélitos?
O
que Kardec fala
a respeito
Quantas e
quantas vezes
ouvimos ou
falamos isto: -
A Doutrina
Espírita não faz
prosélitos?
Essa ideia
passou a povoar
as mentes de
inúmeros
confrades a
ponto de até
sermos
rechaçados
quando alguém
supõe que o
estamos fazendo,
quando falamos
da Doutrina
Espírita; de sua
beleza, do
conforto que
traz ao coração,
da compreensão
da justiça das
aflições, da
comunicabilidade
para com nossos
entes que já
partiram para a
grande viagem,
enfim, quando ao
falarmos da boa
doutrina e
querendo passar
uma ideia bem
definida e com
corpo
doutrinário de
consolo.
Observamos que
muitos por esse
mundo afora se
encontram em
planos maiores
de entendimento
e se põem a
criticar quem de
boa mente leva a
mensagem
espírita com o
intuito de
divulgá-la, e
com a certeza de
que pode
auxiliar tantos
corações
desajustados em
função das
múltiplas e
dolorosas
aflições que
ocupam mente e
corpo da
humanidade.
Vivemos momentos
angustiosos.
Grassa pelos
quatro cantos do
planeta Terra a
insegurança, a
intemperança
diante de tantas
desgraças e
ainda assim
enfiam-nos goela
abaixo o
puritanismo que
nada auxilia,
coibindo os que
de boa-fé querem
oferecer um
caminho para
oferecer a
corações amigos,
ou não, e por
fim exortam-nos
os companheiros
a não fazer
proselitismos.
Talvez Allan
Kardec também
devesse ouvir e
ler essas
exortações do
“não fazer
proselitismo",
pois no
Evangelho, cap.
24, item 10, ele
nos recomenda o
seguinte:
Essas palavras
podem também
aplicar-se aos
adeptos e aos
disseminadores
do Espiritismo.
Os incrédulos
sistemáticos, os
zombadores
obstinados, os
adversários
interessados são
para eles o que
eram os gentios
para os
apóstolos. Que,
pois, a exemplo
destes,
procurem,
primeiramente,
fazer prosélitos
entre os de boa
vontade, entre
os que desejam
luz, nos quais
um gérmen
fecundo se
encontra e cujo
número é grande,
sem perderem
tempo com os que
não querem ver,
nem ouvir e
tanto mais
resistem, por
orgulho, quanto
maior for a
importância que
se pareça ligar
à sua conversão.
Mais vale abrir
os olhos a cem
cegos que
desejam ver
claro, do que a
um só que se
compraza na
treva, porque,
assim
procedendo, em
maior proporção
se aumentará o
número dos
sustentadores da
causa. Deixar
tranquilos os
outros não é dar
mostra de
indiferença, mas
de boa política.
Chegar-lhes-á a
vez, quando
estiverem
dominados pela
opinião geral e
ouvirem a mesma
coisa
incessantemente
repetida ao seu
derredor. Aí,
julgarão que
aceitam
voluntariamente,
por impulso
próprio, a ideia,
e não por
pressão de
outrem. Depois,
há ideias que
são como as
sementes: não
podem germinar
fora da estação
apropriada, nem
em terreno que
não tenha sido
de antemão
preparado, pelo
que melhor é se
espere o tempo
propício e se
cultivem
primeiro as que
germinem, para
não acontecer
que abortem as
outras, em
virtude de um
cultivo
demasiado
intenso. (O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. XXIV, item
10.)
Recorrendo a
Kardec, fica
bastante
esclarecido que
devemos dar de
nosso tempo,
sim, àqueles
que,
desencantados
com a vida, em
desequilíbrio
buscam
desesperadamente
uma tábua de
salvação. Caso
não a
ofereçamos, em
nos dominando a
absurda ideia de
não fazer
proselitismo,
caímos no
absurdo da
avareza – aquele
que tem mas não
doa – com medo
das críticas e
dos críticos de
plantão que em
nome do purismo
se arvoram em
conselheiros que
além de cometer
erros, ajuízam
que Kardec
recomendou o não
fazer
proselitismo.
Assim nos damos
conta que os
chavões criados
por
descuidadosos
“espíritas” nada
mais é que o
medo de “pagar
mico” por ainda
se deixar levar
pelo dito
popular –
religião,
futebol e
política não se
discutem.
Realmente não se
discute porque
não vale a pena
qualquer
discussão sem
fundamento,
porém, levar a
mensagem do
Espiritismo é
obrigação do
Espírita
bem-intencionado.
Finalizando
pergunto: - Será
que ainda temos
medo de ir para
o inferno? Ou
ainda nos move a
dificuldade de
sermos
“afrontados” com
termos que não
faz parte de
nossa boa
doutrina? Ou
será que devemos
deixar os outros
seguirem seu
destino dentro
do determinismo
que herdaram de
suas (nossas)
condutas no
descaminho do
progresso?
Uma coisa é
querer enfiar na
cabeça dos
outros aquilo
que os mesmos
não estão
preparados,
outra coisa é
fazer prosélitos
entre os de boa
vontade, afinal
– A maior
caridade que
podemos fazer
pela Doutrina é
divulgá-la, não
é mesmo?
Portanto,
deixemos os
orgulhosos
incrédulos com
suas ideias de
duvidável
justiça divina
que preconizam,
e em
contraponto, que
façamos
proselitismo com
os prosélitos de
boa vontade.