WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA (Brasil)
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Pais, professores,
coordenadores de Centro
Espírita: os velhos
culpados!
Recordo-me de que na
época em que dava aulas
de Matemática, escutava
de meus alunos: - Não
gosto de Matemática.
Eu respondia: - Meu
filho, gostar ou não de
uma coisa importa pouco,
ou nem deveria importar,
pois na vida a gente não
faz tudo aquilo de que
gosta ou que quer.
Aprenda isso, para
evitar frustrações
adiante.
Mas os alunos,
implacáveis,
prosseguiam: - Faça
aula interessante,
então, professor...
E, não obstante saber da
importância de a aula
ser interessante,
colocava-me a pensar: -
Meu Deus, não deveria a
aula, por ela mesma, ser
interessante?
Pois bem, vamos à aula
interessante.
Mas em muitas ocasiões,
nem a tecnologia, piadas
ou tampouco cambalhotas
dadas em sala de aula
faziam a mágica de
vê-los prestar atenção.
Nas sempre interessantes
reuniões de pais, em que
embora o nome contivesse
mais professores do que
pais, vinham em profusão
os pedidos:
- Faça aula
interessante, professor!
Aula deve ser
interessante para nossos
filhos prestarem
atenção!
E o professor, no caso
eu, “pagava o pato”
sozinho.
Mas este “pagar o pato”
sozinho não fica apenas
nas costas do professor.
Isso ocorre em diversas
situações, e posso dar
aqui vários exemplos.
Vejamos o caso dos pais.
Afirma-se, com razão,
que uma educação
recheada de valores
morais e exemplos
influencia e muito na
criação dos filhos.
Ninguém em sã
consciência dirá o
contrário. Todavia,
informam os Espíritos
que em muitos casos bons
pais, conscientes de seu
papel, podem receber no
seio da família
Espíritos maus, com
inclinações perversas.
E, não obstante o imenso
esforço dos pais, esses
filhos podem enveredar
por caminhos
complicados.
Diz a sociedade sobre
esses filhos:
- Se tivessem tido boa
educação familiar, não
se desvirtuariam. Isso é
falta de educação.
O Espiritismo não dá
resposta tão simplista
e, como sempre, vai além
ao afirmar que os
Espíritos, embora
recebam influência dos
pais, têm o
livre-arbítrio, portanto
escolhem os seus
próprios caminhos que,
em muitos casos, não
combinam com os
conselhos e exemplos
ensinados pelos pais.
Vários casos comprovam
isso. Filhos de uma
mesma família seguem
caminhos opostos, um
pende para o bem, o
outro detona a si mesmo
indo para o abismo do
mal.
Mesmos pais, mesmas
diretrizes, contudo
escolhas com diferença
de 180 graus.
A sociedade deposita a
“conta desse pato” nos
pais.
O Espiritismo mostra que
não é bem assim,
entretanto, repito que
os Espíritos ensinam ser
muito grande a
influência que os pais
exercem sobre os filhos,
principalmente nos
primeiros anos de vida.
Tenho aqui um outro
exemplo.
Centros Espíritas vazios
nos dias de estudo,
carentes de voluntários,
às moscas quando o
assunto é arregaçar as
mangas.
As razões que justificam
os pontos acima podem ir
de A até Z, entretanto,
costuma-se afirmar:
- Falta de liderança.
Coordenação equivocada,
erros primários na
condução dos trabalhos.
Novamente alguém, no
caso o dirigente ou
coordenador, “pagando o
pato” sozinho.
O que quero dizer com
essa prosa toda?
Quero dizer que a
responsabilidade pelo
sucesso ou fracasso não
é apenas daqueles que
estão na testa ou na
condução de alguma
atividade. Está na hora
de dividirmos as
responsabilidades, os
fracassos, as alegrias e
tristezas das
experiências no mundo,
sem responsabilizar
apenas A, B ou C.
Penso que já se findou o
momento de passar a mão
pela cabeça de alunos,
filhos, frequentadores
de Centro Espírita etc.
O momento é de diálogo
para o despertar de que
todos são partes de um
processo, e torna-se
fundamental o
envolvimento de todas as
partes para que o “pato”
fique mais leve de
pagar.
Enfim, é tempo de
assumir
responsabilidades e
iniciar o processo de
condução da própria
existência. Sem essa de
culpar pai pelo desvio
no caminho ou professor
por não ter estudado
devidamente Matemática.
É necessário assumir-se:
- Não prestei atenção
na aula.
- Embora os conselhos
de meus pais, fui pelo
caminho errado.
- Os coordenadores do
centro disponibilizaram
muitas atividades, mas
preferi ficar no sofá
assistindo TV.
Tudo se tornará mais
leve quando entendermos
que somos, neste
planeta, uma equipe que
divide
responsabilidades,
sucessos e, também,
fracassos.
Pensemos nisto.