Fórum da
USE Regional São Paulo
discute coerência
doutrinária
Todos
os que falam em nome da
Doutrina Espírita são
responsáveis pela
preservação da coerência
doutrinária
De tempos em tempos
surgem “novidades” que
são absorvidas e
praticadas pelo meio
espírita sem avaliação
criteriosa ou
fundamentação
doutrinária. O principal
motivo para que isso
ocorra é a falta de
estudo da Codificação,
deixada por Allan
Kardec.
Preocupada com esses
fatos, a USE Regional
São Paulo realizou em 18
de junho de 2016, na
cidade de São Paulo, o 1o
Fórum Regional SP, tendo
como tema central
“Coerência Doutrinária:
fé raciocinada em ação”.
Dividido em três
módulos, seguidos de
debate, o evento contou
com a presença de mais
de uma centena de
pessoas da capita
paulista e de cidades
vizinhas, to-
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Público
presente |
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das elas
dirigentes e
trabalhadoras em
Casas Espíritas. |
Os participantes
elogiaram a organização
do evento, destacando o
delicioso café da manhã,
bem como a eficaz e
cordial recepção.
“Estão todos de parabéns
pela forma competente de
organizar o fórum. Foi
um dia muito agradável
onde pudemos refletir
sobre aspectos
doutrinários e estar
entre pessoas agradáveis”,
afirmou Liana Mello,
participante da capital.
O formato do encontro,
que contou com
exposições e com espaço
para debates, também foi
considerado positivo,
exatamente por prever a
participação de
perguntas elaboradas
pela plateia. Segundo a
organização, o momento
de discussões foi de
suma importância para
aproximar a teoria
abordada pelos
expositores da realidade
das instituições
espíritas.
A ideia da USE Regional
São Paulo é promover
fóruns anuais, sempre
aliando teoria e debates
que possibilitem
melhorias na prática das
Casas Espíritas. O
conteúdo do evento será
disponibilizado em
breve, podendo ser
acessado através do site
do órgão:
www.useregionalsp.org.br.
Expositores ressaltam a
essencialidade da
Codificação
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O físico e professor
universitário Alexandre
Fontes da Fonseca
(foto)
apresentou os dois
primeiros módulos que
trataram da validação de
novos conceitos
espíritas: “O método
kardequiano empregado na
codificação” e “Critérios
para validar novos
conceitos doutrinários”.
Fonseca lembrou que,
conforme colocou Allan
Kardec, um dos maiores
entraves à propagação do
Espiritismo é exatamente
a falta de unidade,
gerando interpretações
divergentes. Também
|
ressaltou ser
nosso dever
zelar para que
práticas incondizentes
com o Espiritismo não
sejam realizadas em nome
da doutrina. |
Citou, entre outras,
mensagem de Bezerra de
Menezes (pela
psicografia de Divaldo
Franco), quando o
“médico dos pobres”
pediu-nos: “não
permitais que adições
esdrúxulas sejam
colocadas (...), que
desviem os menos
esclarecidos dos
objetivos essenciais da
doutrina.”
Para tal, o primeiro
exame a ser usado é o do
bom senso, da
racionalidade. O segundo
é a concordância entre
revelações espontâneas e
provenientes de variados
médiuns (estranhos entre
si e de locais
diferentes). Seguindo
esses dois critérios,
estabelecidos e
respeitados pelo
Codificador, estaremos
nos precavendo de erros
futuros.
Finalizou ressaltando
que necessitamos
conhecer e divulgar
corretamente o
Espiritismo. E mais: que
é nosso dever evitar que
práticas incondizentes
com o Espiritismo sejam
realizadas pelo meio
espírita ou em nome da
doutrina.
O terceiro módulo,
intitulado “Conhecendo
Kardec para validar
conceitos doutrinários”,
foi
conduzido pela filósofa
e escritora Astrid
Sayegh
(foto), que
ressaltou ser a natureza
científica da Doutrina
Espírita diferente das
ciências materiais,
tendo ambas objeto e
métodos específicos e
diversos. Nesse
contexto, não faz o
menor sentido submeter a
Doutrina Espírita às
leis da ciência
material.
Para Astrid, “tentar
enquadrar o Espiritismo
na sistemática das
ciências materialistas é
tentar prendê-lo
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em uma gaiola
de conceitos
físicos,
materiais”
e mesmo que a Doutrina
deva evoluir com as
ciências, como bem
colocou o Codificador, a
doutrina é uma ciência
de observação e não
produto de imaginação,
porém não é da alçada da
ciência. |
Debate expõe
fragilidades do
movimento espírita
Após as exposições, uma
mesa composta pelos dois
facilitadores e membros
da Regional São Paulo
(Antonio Carlos Amorim,
vice-presidente; Marco
Milani, diretor do
Livro, e Wladisney
Lopes, diretor de
Orientação Doutrinária)
responderam a perguntas
do público presente.
A maioria delas versou
sobre situações
vivenciadas nas Casas
Espíritas, como métodos
relacionados à aplicação
de passes, prática
mediúnica, pesquisas
relacionadas à
reencarnação e outros
temas doutrinários.
Sobre a distribuição de
medicamentos, foi
lembrado que em hipótese
alguma o tratamento
médico deve ser suspenso
por parte dos que buscam
na Casa Espírita
soluções para seus
problemas de ordem
física. Além disso,
existem leis que versam
sobre esse assunto,
devendo ser respeitadas
pelas instituições e,
muito importante, antes
de um medicamento ser
indicado é necessário
que sejam feitas
pesquisas que atestem
sua real capacidade de
auxiliar naquilo a que
se propõe.
Da mesma maneira, antes
de introduzir práticas
variadas como sendo uma
evolução nos métodos
tradicionais propostos
pelo Espiritismo, é
preciso que haja
estudos, discussões e
obediência aos critérios
determinados por Kardec
para aceitação das
supostas novidades
espíritas.
Para os debatedores,
todos os que falam em
nome da Doutrina
Espírita são
responsáveis pela
preservação da coerência
doutrinária, devendo
assumir essa tarefa com
firmeza, caso contrário,
continuarão ocorrendo
distorções que
fragilizam o movimento e
o próprio Espiritismo.
Em outras palavras, é
essencial o conhecimento
da Codificação de
maneira ampla e a troca
de informações entre os
que participam do meio
espírita. Mas, acima de
tudo, é essencial
respeitar os critérios
definidos por Kardec – e
que continuam totalmente
atuais – antes de
absorvermos e
divulgarmos um novo
conceito espírita.
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