Olhar de Jesus e a visita de
Valéria -
O programa Hebe de 20 de
dezembro de 1985, na TV
Bandeirantes, levou para
todo o Brasil o especial de
Natal com Chico Xavier. Nair
Belo também participou,
revezando-se com Hebe nas
perguntas ao entrevistado.
Em vários segmentos do
programa a emoção tomou
conta dos participantes e,
certamente, de grande parte
dos telespectadores.
Hebe lembrou a capacidade
extraordinária que Chico
Xavier tem de estabelecer
contato com Jesus e a esfera
espiritual, através dos
amigos sediados na outra
dimensão da vida, e pediu ao
médium uma nota sobre os
Evangelhos e os
acontecimentos que cercaram
o nascimento do Cristo.
Chico agradeceu a bondade da
entrevistadora, mas, com sua
natural simplicidade,
descartou qualquer
merecimento nesse
intercâmbio.
Quanto aos primeiros tempos,
à época do nascimento de
Jesus, afirmou que a figura
do velho Simeão sempre o
impressionou. O ancião,
depois de ver os olhos de
Jesus criança, quando de sua
apresentação no templo,
disse convicto que Deus já o
poderia levar desta vida
porque seus olhos haviam
contemplado o salvador do
mundo. O médium sempre se
lembra desta passagem para
imaginar a força e a
profunda luminosidade dos
olhos de Jesus, indicando
seu elevado grau de evolução
e a sua bondade para com
toda a humanidade.
Hebe perguntou ao médium se
ele via algum significado no
nome de Jesus. Chico pediu
licença para contar algo que
havia acontecido entre os
anos de 1953 e 1959. Nesse
período ele ainda estava em
Pedro Leopoldo e fazia,
juntamente com outros
companheiros, assistência às
casas dos mais necessitados,
levando balas, bolos e
oração aos doentes. Essas
pequenas casas ficavam onde
hoje se construiu o recinto
de exposições em sua terra
natal. Conheceu nessa época
Valéria, moça hemiplégica e
muda, irmã de Laura, uma das
assistidas. Durante seis
anos consecutivos eles
levavam doces e guloseimas e
sempre oravam com Valéria.
De certa feita ela foi
acometida de febre alta. Era
gripe forte às portas da
pneumonia. Nesse dia, após a
prece, Chico insistiu para
que Valéria se lembrasse de
que Jesus curava os
enfermos. Ela deveria
mentalizar as curas do
Mestre e imaginar-se
andando. O médium insistiu
para que ela falasse o nome
de Jesus. E Valéria com sua
dicção imperfeita pronunciou
- Zozuzo! Zozuzo! Todos
ficaram muito alegres e logo
imaginaram que ela ficaria
boa.
No dia seguinte, porém,
Chico e os companheiros
foram chamados, porque
Valéria havia partido para o
mundo espiritual.
Os anos rolaram. Em 1976,
Chico foi vítima de enfarte.
Ficou vinte dias de repouso
absoluto em sua residência,
sob os cuidados de uma
enfermeira, dona Dinorá
Fabiano. Era proibida a
visita dos encarnados, mas
não dos desencarnados. E
Chico passou a recebê-las à
tarde e à noite.
Ele conversava em voz alta
com as entidades. Uma tarde,
entrou uma moça morena muito
bonita. Chico pediu para que
ela se sentasse. A moça
esclareceu que era uma de
suas amizades de Pedro
Leopoldo. Chico pediu para
que ela falasse o sobrenome
da família porque ele havia
tido um problema
circulatório e não estava
bom de memória, procurando,
assim, justificar-se. A moça
disse: “Eu vou dizer apenas
um nome - Zozuzo!”.
Imediatamente, Chico
lembrou-se de Valéria e
ficou muito emocionado. Em
seguida, ela colocou a mão
sobre o seu coração. Disse
que vinha lhe trazer
confiança em Jesus e a dor
desapareceu. Chico ficou
muito emocionado com essa
lembrança e em lágrimas
lembrou a importância do
nome do Cristo. Era o mês de
janeiro de 1986.
Do livro Lições de
Sabedoria, de Marlene
Rossi Severino Nobre.
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