WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 474 - 17 de Julho de 2016

DIAMANTINO LOURENÇO RODRIGUES DE BÁRTOLO
bartolo.profuniv@mail.pt
Venade - Caminha
,
 Viana do Castelo (Portugal

 


O homem: um ser limitado


Refletir, elaborar e aplicar um “Código de Moralidade” está ausente dos objetivos do presente trabalho e das preocupações do seu autor, porque incongruente com a natureza humana em geral; e inexequível para o autor, em particular. Reconhecer a incapacidade para assumir uma prática sistemática, traduzida num comportamento moralista, assente na honestidade absoluta, nas tradições dos alegados bons costumes, na moral e pudor públicos, entre outras posturas, é por si só um ato corajoso, embora incompreensível e criticável pelos puristas, moralistas e perfecionistas, porque atingir absolutos, provavelmente, ainda não é uma faculdade humana, fisicamente considerada, estando reservada a entes espiritualmente divinizados e, obviamente, ao próprio Deus.

A incapacidade para o homem alcançar os absolutos não significa, de modo algum, uma situação de total relativismo, porque dentro das limitações humanas, existem situações, princípios, valores, sentimentos, emoções, deveres e direitos que não devem ser relativizados, de contrário, duvidar-se-ia das realizações que a ciência, o conhecimento, a técnica e os resultados concretos têm revelado ao homem; este duvidaria, no limite, da sua própria existência.  

O que se pretende alertar é para a precariedade da espécie humana, com o dramatismo que lhe é dado viver, justamente por conhecer as suas próprias insuficiências e limitações concretas. Afigura-se, portanto, difícil, afirmar que uma determinada pessoa seja, absolutamente, ética, moral, honesta, perfeita ou qualquer outro atributo sublime. Decididamente, o autor desta reflexão não o é.

Com efeito: «A natureza humana apresenta-se idêntica em todos os homens, que se podem considerar todos como membros da humanidade e, como indivíduos, formar parte de grupos sociais, relacionando-se uns com os outros e com o todo, como partes subordinadas, portanto, ao conjunto. Mas, pela sua qualidade espiritual, apresenta, cada um, caráter de totalidade, que é o estatuto de pessoa pelo qual subordinam a si todas as outras realidades como meios ao fim e como possuído a possuidor» (SILVA, 1966:59).

Que alguma pessoa se possa arrogar o direito de ser, enquanto pessoa humana, superior à outra, parece uma atitude incorreta, desfasada da realidade que é dado verificar, pelo estado do conhecimento atual a que foi possível chegar. Qualquer comportamento xenófobo, etnocêntrico, racista, narcisista, isto é, discriminatório, constitui um retrocesso e um perigo para a construção de uma sociedade humana, digna dos indivíduos que a compõem.

Naturalmente que cada indivíduo é uno, indivisível, constitui uma singular personalidade, é irrepetível e infalsificável. A riqueza da sociedade humana reside nesta multipluralidade de indivíduos que, utilizando o jargão popular, por ser simples e compreensível, se pode consubstanciar na fórmula: “todos iguais, todos diferentes”, o que significa todos com idêntica dignidade, mas também todos com as suas características próprias e únicas.

Hoje nenhum ser humano consegue viver isolado porque ele próprio vem edificando uma sociedade que, seguramente, deseja cada vez mais harmoniosa, mais justa, mais segura, mais fraterna. Em bom rigor: «A reconstrução de laços sociais verdadeiramente inclusivos e democráticos exige-nos uma prática renovada de escuta, abertura e diálogo, e inclusivamente de convivência com outras tendências, sem por isso deixar de priorizar o amor, que deve ser sempre o distintivo das nossas comunidades» (BERGOGLIO, 2013:115).

 

Bibliografia: 

SILVA, A., S.J. (1966). Filosofia Social, Évora: Instituto de Estudos Superiores de Évora.

BERGOGLIO, Jorge, Papa Francisco, (2013). O Verdadeiro Poder é Servir. Por uma Igreja mais humilde. Um novo compromisso de fé e de renovação social. Tradução de Maria João Vieira /Coord.), Ângelo Santana, Margarida Mata Pereira. Braga: Publito.


Visite o Blog
http://diamantinobartolo.blogspot.com  

         

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita