Year 10 - N° 468 - June 5, 2016

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Ano 10 - N° 474 - 17 de Julho de 2016

GUARACI DE LIMA SILVEIRA
guaracisilveira@gmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)

 

 
Raomi Zarec: 

“Só no exercício da caridade
se encontra a salvação”
 

Espírita desde a infância, o conhecido palestrante fala sobre
sua experiência nas lides espíritas e diz como vê a
situação atual do movimento espírita
 

Raomi Zarec (foto), natural da cidade do Rio de Janeiro, hoje residente na cidade de Teresópolis (RJ), tornou-se espírita ainda criança. Atua como empresário e palestrante espírita. Tem vasta experiência no campo doutrinário e vibra com a proposta kardecista, fazendo dela seus postulados e conteúdos de vida.


Raomi, serenamente, conversou conosco: 

Quando e como foi que você conheceu o Espiritismo?

Na atual encarnação, ao que me lembro, na primeira infância, puxado pelas mãos do meu avô. Algum tempo depois, ainda jovem, por volta dos 13 anos, pela necessidade de compreensão das manifestações físicas relativas aos fenômenos espirituais.  

Suas atividades doutrinárias também passaram pelas sessões de materializações. Pode nos falar sobre esse fato?

Não citaríamos exatamente assim como atividade doutrinária. As manifestações físicas espontâneas com pequenas materializações nos levaram a compreender que os fenômenos são coadjuvantes do contexto doutrinário, entretanto ensejou-nos durante anos oportunidade de vivenciarmos realizações de abençoados efeitos. 

O que mais aprendeu com aquelas sessões?

Que tudo é relativo e a questão do arbítrio, também. 

A mediunidade é ferramenta do bem quando a entendemos assim. Como eclodiu sua mediunidade e o que já conseguiu realizar com sua prática?

Quando criança, ainda bem menininho, saía com minha mãe e chegava aos lugares a que ela se destinava, encontrando-os, não raro, sempre cheios de gente. Era comum e normal para mim. Ao relatar sobre a lotação do ambiente, de maneira muito terna minha mãe dizia: “Meu filho, só dona fulana ou sicrana estava lá”.  E os fatos iam-se repetindo de forma tal que meu avô começou a me levar aos Centros Espíritas. Mais tarde, por volta dos 9 anos com as manifestações físicas, espontâneas como sempre ocorreram, comecei a ficar bem assustado pela forma como as coisas eram interpretadas. Por conta disso minha mãe passou anos internada na casa de saúde Dr. Eiras, existente à época em Botafogo. Foi muito doloroso. A mediunidade espontânea, natural, não traz problemas aos médiuns. E por conta dessas ocorrências as pessoas procuram as religiões, sôfregas e ansiosas em busca de saciedade, conhecimento... Daí pode acontecer o despertamento dos médiuns e familiares, alicerçados nas bases do Evangelho, que constitui elemento de renovação moral do ser, alavancando seus conhecimentos da inteligência e virtudes ínsitos em seu acervo mnemônico.  

Que mais o encanta nos conceitos doutrinários?

A progressão doutrinária na tríade: filosofia, ciência e religião, ínsita no Pentateuco, buscada e praticada sem apegos. 

Que mais o preocupa no movimento espírita atual?

Não diríamos que seja propriamente uma preocupação, porque continuamos confiando no movimento espírita, mas precisamos atentar mais para o personalismo, evitando repetir erros de existências passadas por causa dos egos insuflados. 

Quais são suas sugestões de melhoria para o movimento espírita?

Maior atenção e prática dos postulados do Pentateuco Espírita. Toda divulgação alicerçada nos princípios doutrinários sem proselitismo é louvável.  

Em sua opinião, como devem ser selecionadas as leituras de livros e mensagens nos Centros Espíritas?

Observando-se o conteúdo doutrinário, principalmente nas reuniões públicas. Veja como é fácil selecionar: só nos quatro tijolinhos (Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz e Fonte Viva) encontramos farto material para meditação antes da prece nas tribunas. Pensemos: vamos ao Centro e ouvimos a leitura da página de um simpatizante. Sem qualquer tipo de preconceito e com todo respeito que essas ilustres personalidades nos merecem, é lícito, mas não convém. A FEB e tantas outras editoras espíritas nos contemplam com abundante material de autores espíritas transbordando essência literalmente espírita! 

Levando em conta sua formação espírita, qual o melhor caminho para chegarmos à prática permanente do Evangelho de Jesus?

A realização do culto do Evangelho no Lar é sem dúvida o roteiro mais seguro de orientação para a finalidade consciente de que é só no exercício da caridade que se encontra a salvação. 

A inclusão de ideias dentro de uma causa tão grande e nobre como o Espiritismo é quase uma regra. Em sua opinião, como os espíritas devem proceder com relação a isso?

Somos conscientes de que nossa opinião não tem qualquer relevância no tema e continuamos a reverenciar Kardec quando diz, com bom senso, que se a ciência em algum tempo provasse que a teoria espírita está errada, ele abandonaria sua teoria e ficaria com a ciência. 

Nas palestras públicas que ministra, qual o ponto que mais gosta de focar e por quê?

O Evangelho de Jesus, com absoluta convicção de sua necessidade. Em qualquer circunstância, esse é um pão imprescindível, alimento espiritual que o Mestre em Cafarnaum, no monte, nos ensinou a pedir em oração. 

Fale-nos sobre as obras que escreveu.

Delicado. Em termos doutrinários não há nada que os profitentes espíritas desconheçam. Não há nos originais invencionices que possam ser destacadas, portanto sem novidades. Entretanto, como as interpretações são pessoais, sem que o caráter ético seja dúbio, é claro. Imaginemos alguém que sem pretensão de maior alcance se atreva a dedicar em grafar um pouco do que vê, ouve e sente? E possa ter a visão num foco, digamos, curioso e de entretenimento? Ainda assim, será saudável? 

Sabemos da importância que dá à formação de indivíduos livres e esclarecidos. Como os centros espíritas podem contribuir com tais propostas?

Dentro dos princípios doutrinários, se versáteis, aproveitando-os nas múltiplas tarefas. Não nos cansamos de ouvir falar sobre a maior necessidade de colaboradores. Ocorre que há Espíritos encarnados, dirigentes de casas espíritas, que ainda trazem os grilhões religiosos da consciência num passado em que por séculos se autoaprisionaram. Em razão desse histórico, penoso lhes é ver os irmãos que com imensos esforços de transformação moral se autolibertaram das coleiras que os aprisionavam. Esses irmãos hoje livres seguem as pegadas do Mestre, indicados que foram a seguir o caminho da verdade que os libertariam. Outros, por sua condição de aprisionados, os que ainda se sentem incomodados com essa liberdade, no exercício de seu livre-arbítrio, vêm seguindo ao longo do tempo os cristãos e não ao Cristo, como Ele espera. É, pois, necessário rever conceitos e atitudes para que nossas presenças sejam luzes e não obstáculos aos que buscam novas propostas dentro do Evangelho de Jesus. 

Sua vida, sua história. O que foi mais marcante até aqui em sua atual encarnação e por quê?

(risos...) Este tipo de pergunta é que muitas vezes se faz ao personalista. Sabiamente se diz que todos aqueles que se apresentam com aparente modéstia na verdade desejam, não raro, ser elogiados uma vez mais. Voltando ao merecedor respeito da seriedade da pergunta, realmente não há nada que possamos citar como exemplo de qualquer coisa realizada. Esforçamo-nos e muito em seguir os exemplos de Jesus, cuja clareza de entendimento e compreensão vamos encontrando nas luzes da Doutrina dos Espíritos,  agradecendo cada segundo que passamos encarnados na Terra, oportunizando-nos renovar nossos sentimentos às margens do Evangelho e possibilitando, dentro do possível, colocar em prática o pouco que temos aprendido.  

Obras polêmicas devem ser excluídas das livrarias e/ou bibliotecas dos centros espíritas?

A busca pelo conhecimento não deve ser inibida em circunstância alguma, mas orientada de acordo com a maturidade do indivíduo interessado. O que temos visto é o equívoco de se considerar uma obra psicografada como obra espírita. É preciso com clareza distinguir, sem os pruridos dos melindres próprios dos médiuns invigilantes, o que é uma obra psicografada espírita, com seu teor e desdobramentos doutrinários, e o que é uma obra psicografada não espírita, que nada contribui com a Doutrina. Aliás, esse tipo de obra apenas com o fenômeno da psicografia espírita, publicado pelas editoras com finalidade simplesmente mercadológica, tem sido objeto de total desserviço à doutrina, ainda que com as melhores das intenções a pretexto de contribuir com a divulgação da obra de Kardec, não obstante o farto material ofertado por bons médiuns, sem deturpação da clareza e da pureza do Pentateuco.   

Qual seu livro espírita de cabeceira? Por quê?

O Evangelho segundo o Espiritismo. As passagens registradas pelos evangelistas nos desaceleram o coração angustiado pelas dores, violência... essas coisas do dia a dia. A  interpretação de Kardec nos conduz a nova visão de auxílio e entendimento das lições, ampliando consideravelmente nossa compreensão, que se ilumina com as instruções dos Espíritos. 

Você aceita convites para fazer palestras fora da sua cidade?

Por onde temos trilhado, temos tido a alegria de encontrar bons expositores apresentando temas interessantes em seu aprofundamento ao alcance do entendimento das assembleias, enlevando-as em admirável atmosfera consoladora. Dessa maneira, vejo este intercâmbio mais como oportuna troca de energias fraterna entre os participantes na comunidade espírita do que propriamente uma necessidade, por nossa parte, de transmissão de conhecimento. O que é bom, é muito bom!  

Agradecemos e pedimos que nos deixe suas palavras finais.

Emmanuel nos disse por intermédio do Chico que necessitamos mais de verdade que de dinheiro, mais de luz que de pão. Agradecidos por esta oportunidade e sem ter muito a acrescentar neste diálogo, diríamos: precisamos de juízo.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita