Santa maternidade
Epifânio Leite
Recordo, castelã!... O
narciso trescala
Do teu colo a fulgir de
joias soberanas...
Alguém morre na festa...
E, soberba, te ufanas
Do jovem que impeliste
ao suicídio na sala.
Tempos correram,
presto... Entre humildes
choupanas,
Trazes agora ao peito um
filhinho sem fala,
Mutilado ao nascer, flor
que se despetala,
No trato de aflição da
prova em que te fanas...
Restauras, padecente, a
vítima de outrora,
Ontem, transviada e ré,
hoje, mãe que ama e
chora!...
Salve a reencarnação,
passaporte ao futuro!
Mãe, agradece a dor!...
No porvir que vem perto,
Brilharás como estrela,
ante o filho liberto,
E alcançarás, ditosa, o
reino do amor puro!...
Do livro Luz no Lar,
obra mediúnica
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.