Em mensagem publicada na
seção de Cartas desta
edição, o leitor Carlos
Manuel revela sua estranheza
com a informação dada nesta
mesma seção na edição 126 e,
em face disso, referindo-se
a Jesus, pergunta-nos:
“Essa ideia de evolução em
linha reta não seria uma
variante da criação de Jesus
como sendo o filho preferido
de Deus?”
É bom lembrar, antes de
mais nada, que na citada
edição 126 respondemos a uma
pergunta formulada pela
leitora Maria Lúcia Sampaio
Tinoco, de Niterói. Ela nos
havia indagado se Jesus
também foi criado simples e
ignorante, como se dá com
todos os Espíritos.
Dissemos-lhe que sim, ou
seja, que Jesus é nosso
irmão, e não Deus, e foi
criado como nós o fomos,
processando-se sua evolução
como se dá com todos os
seres humanos.
A ideia de evolução em
linha reta, no tocante ao
Cristo, surgiu no meio
espírita com o livro O
Consolador, obra escrita
por Emmanuel por intermédio
de Chico Xavier.
Eis o texto em que
Emmanuel se refere ao
assunto:
"Todas as entidades
espirituais encarnadas no
orbe terrestre são Espíritos
que se resgatam ou aprendem
nas experiências humanas,
após as quedas do passado.
Com exceção de Jesus Cristo,
fundamento de toda a verdade
neste mundo, cuja evolução
se verificou, em linha
reta para Deus, e em
cujas mãos angélicas repousa
o governo espiritual do
planeta, desde os seus
primórdios." (O
Consolador, questão
243.)
(Grifamos.)
A chamada progressão dos
Espíritos, conforme já
mencionamos em outra
oportunidade nesta mesma
revista, é tratada nas
questões 114 e seguintes d´O
Livro dos Espíritos, a
principal obra espírita, de
autoria de Allan Kardec, em
que lemos:
“São os próprios Espíritos
que se melhoram e,
melhorando-se, passam de uma
ordem inferior para outra
mais elevada.” (LE, 114)
“Deus criou todos os
Espíritos simples e
ignorantes, isto é, sem
saber.” (LE, 115)
“Passando pelas provas que
Deus lhes impõe é que os
Espíritos adquirem aquele
conhecimento. Uns aceitam
submissos essas provas e
chegam mais depressa à meta
que lhes foi assinada.
Outros, só a suportam
murmurando e, pela falta em
que desse modo incorrem,
permanecem afastados da
perfeição e da prometida
felicidade.” (LE, 115)
“Depende dos Espíritos o
progredirem mais ou menos
rapidamente para a
perfeição? Certamente. Eles
a alcançam de modo mais ou
menos rápido, conforme o
desejo que têm de alcançá-la
e a submissão que
testemunham à vontade de
Deus.” (LE, 117)
“Pois que há Espíritos que
desde o princípio seguem
o caminho do bem
absoluto e outros o do mal
absoluto, deve haver, sem
dúvida, gradações entre
esses dois extremos.” (LE,
124)
“Os Espíritos que desde o
princípio seguem o caminho
do bem nem por isso são
Espíritos perfeitos. Não
têm, é certo, maus pendores,
mas precisam adquirir a
experiência e os
conhecimentos indispensáveis
para alcançar a perfeição.”
(LE, 127)
“Os anjos percorreram todos
os graus da escala, mas do
modo que havemos dito: uns,
aceitando sem murmurar suas
missões, chegaram
depressa; outros
gastaram mais ou menos tempo
para chegar à perfeição.” (LE,
129)
(Grifamos.)
Vê-se pelas informações
acima transcritas que há
Espíritos que “desde o
princípio seguem o caminho
do bem”. É isso que
entendemos por evolução em
“linha reta”, isto é, sem
desvios, sem atrasos, sem
interrupção, como a
principal obra do
Espiritismo reconhece nas
questões que acabamos de
ver.
Teria isso ocorrido no
caso de Jesus?
É claro que não podemos
afirmá-lo, pois se trata de
uma informação trazida até
nós por Emmanuel, sendo
portanto uma revelação
singular e que, por esse
motivo, não pode ser
considerada um princípio
doutrinário.
Temos de convir, porém,
que não se trata de algo que
seja conflitante com os
ensinamentos espíritas a
respeito da progressão
espiritual, motivo pelo qual
não existem razões para
duvidarmos da assertiva
feita por Emmanuel.
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