WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, SP (Brasil)
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Liberdade para
agir
“O homem tem
livre-arbítrio
nos seus atos? –
Pois se tem a
liberdade de
pensar, tem a de
agir. Sem o
livre-arbítrio o
homem seria uma
máquina.”
(Questão 843, de
“O Livro dos
Espíritos”-
Allan Kardec.)
Podendo contar
com a liberdade
para pensar e
agir, a criatura
humana tem
plenas condições
de escolher seus
caminhos, tomar
suas decisões e
direcionar seus
passos em busca
da perfeição,
trilhando com
independência,
embora
absorvendo os
benefícios do
relacionamento
social.
E essa autonomia é que
permite a cada
um de nós
escolher se
desejamos mais
trabalho ou mais
sofrimentos,
pois que é da
Lei Natural que
colhamos os
reflexos daquilo
que fazemos, e,
obviamente, se
sondarmos nossas
atitudes
presentes, logo
haveremos de
concluir como
foi o nosso
comportamento no
passado, em
outras
existências.
Como tudo nos leva a crer
que ontem
erramos mais do
que acertamos,
pela lei de
causa e efeito,
por justiça,
hoje temos a
obrigação de
reparar, para
com as sábias
leis de Deus, os
danos causados.
Isso podemos
fazer de duas
formas: sofrendo
ou trabalhando.
Quem trabalha
mais sofre menos
ou vice-versa.
Um homem desde muito
jovem, com
frequência,
tinha a
impressão de que
ficaria cego.
Algo na
intimidade lhe
afirmava que num
dado momento
ficaria sem a
visão. Isso o
atormentava
muito.
Os anos foram passando e
a tal impressão
perdurava.
Tomando conhecimento de
que próximo à
sua casa uma
menina havia
perdido os pais,
se propôs a
adotá-la,
diminuindo assim
seu infortúnio.
Educou-a sob
suas diretrizes
morais e
religiosas. A
jovem cresceu,
mas infelizmente
não aceitou as
orientações que
recebera daquele
generoso senhor.
O tempo inexorável seguia
seu curso e a
ideia de que
ficaria cego
insistia em
fazê-lo
temeroso, mas
continuava
determinado,
ajudando aquela
jovem que se
preparava para o
casamento.
Casada, viu nascer o
primeiro filho.
Separou-se do
primeiro marido,
do segundo, do
terceiro...
Foram cinco
casamentos,
tendo um filho
em cada
relacionamento.
E, ante seu
comportamento
leviano e
inconsequente,
acabou
assassinada,
ficando para o
prestativo
senhor, cinco
“pequenos” para
criar.
A impressão da cegueira
iminente
continuava
firme. Será que
ficaria mesmo
cego?
As crianças cresceram,
estudaram,
formaram seus
lares... e o
homem generoso
conheceu a
velhice, mas a
ideia de que
ficaria cego não
desapareceu.
A morte roubou-lhe o
corpo físico,
voltando para a
Pátria
Espiritual. Logo
que lá chegou
perguntou ao
Benfeitor, que o
acolhera, qual a
razão de
carregar durante
a vida toda a
impressão de que
ficaria cego,
recebendo a
seguinte
informação:
deveria mesmo,
como
consequência de
erros de vidas
passadas,
adquirir a
cegueira, mas,
como se prestou
a socorrer a
menina órfã, não
poderia
privar-se da
visão, pois
teria que
trabalhar para
sustentá-la, e,
posteriormente,
laborar para
cuidar das cinco
crianças, e o
tempo foi
passando, tendo
necessidades dos
olhos bem
abertos. A
existência
terrena chegou
ao fim, tendo
substituído o
sofrimento pelo
trabalho.
Caso não se prestasse a
socorrer a dor
alheia, teria a
dor em si mesmo,
devido a faltas
cometidas em
outras
encarnações,
mas, como tinha
liberdade para
escolher,
escolheu o
trabalho em
favor do
próximo,
afastando assim
um sofrimento
maior. Usou o
livre-arbítrio,
acertadamente.
Todos temos a mesma
prerrogativa: a
liberdade de
escolher qual
caminho seguir,
se preferimos
mais sofrimentos
ou mais
trabalho. A
decisão,
obviamente, é
totalmente
nossa.
Amparando a criança
necessitada,
socorrendo uma
mãe em desespero
ante a fome dos
filhinhos,
ajudando um
doente
abandonado e sem
recursos,
trabalhando pela
paz entre os
homens...,
enfim, servindo
ao próximo, a
dor que por
ventura viria
nos atormentar
toma outra
direção.
Pensemos nisso.