WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA (Brasil)
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Entre início e final
havia
o caminho...
Há, e bem comum, uma
curiosidade das pessoas
sobre o início ou final
de determinadas
situações.
Comumente, pergunta-se:
como foi o início do
namoro? E, conforme você
responde, percebe no
outro o olhar de
admiração. O mesmo se dá
quando se fala em final.
Como foi que ele morreu?
E você responde:
desastre aéreo! E logo
surge o interesse pelo
final. Pipocam perguntas
do tipo: Onde o avião
caiu? Morreram todos?
Ah, coitado...
No caso do final o
interesse ainda é maior.
Tenho um amigo que,
ansioso, costuma ler a
última página do livro.
Ele quer sempre saber o
final sem, entretanto,
degustar o miolo. Um
ansioso de galocha. Um
outro amigo permite que
você conte todo o filme
pra ele, mas não caia na
bobagem de falar o
final. Não,
definitivamente, o final
ele mesmo quer assistir,
apreciar e, quem sabe,
chorar... Quanto ao
resto, o meio do filme?
Dane-se! O que importa
para ele é o final.
Perceba como funcionam
as novelas, séries e
filmes. Todos querem
saber o final e, claro,
amam quando é feliz.
Pouco importa se o cara
apanhou a vida inteira,
mas se o final for feliz
está tudo ótimo. Pode-se
dizer que o final feliz
é uma espécie de prêmio
para quem levou pancada
boa parte do tempo. E
isso consola. É o épico:
O bem sempre vence o
mal.
Realmente, início e
final são emblemáticos,
românticos,
interessantes e, não
raro, emocionam. Chamam
atenção do público,
vendem jornais, rendem
comentários, produzem a
curiosidade. Aliás, quem
não quer saber sobre o
final da Lava Jato?
Entretanto, há entre
início e final algo que
se chama meio, ou,
melhor dizendo, caminho.
Se muitos perguntam como
foi o início ou final,
poucos querem saber do
caminho, de como foi a
caminhada ao longo de
determinado percurso.
Contudo, será que início
e final importam tanto
assim? Ou o caminho é
melhor, mais saboroso e
onde encontramos a
felicidade?
Recentemente encerrei um
livro e percebi que,
muito melhor do que
vê-lo publicado foi
escrevê-lo. Melhor do
que ver a capa foi
realizar o trabalho.
Que importa para o
Espírito imortal como
ele perdeu a veste
física? Importa muito
mais como viveu. Se
morreu de forma trágica,
importa pouco, mas, se
caminhou a vida de forma
trágica, importa muito.
Como conheceu alguém
importa pouco. Se era
algum amigo de outra
vida também importa
pouco. Mas como ao longo
da convivência foram se
conhecendo, ou
reconhecendo, importa
muito.
Criados por Deus simples
e ignorantes, importa
pouco ao Espírito saber
o momento exato de sua
criação. Entretanto,
importa muito saber como
está se comportando ao
longo de sua jornada.
Respeito os amigos que
gostam do início e do
final, porém, prefiro o
meio, prefiro o
caminho...
Pode parecer menos
romântico, mas ainda
assim prefiro o
caminho... E você?