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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 10 - N° 477 - 7 de Agosto de 2016

 
 

 

O coelhinho preguiçoso

 

Rogério era um coelhinho de família boa e preocupada com sua educação.

Morava num sítio muito bonito, pertinho da cidade, com muitos outros animais.

Percebendo que Rogério não gostava de trabalhar, a mamãe Coelha o orientava dizendo:

— Meu filho! Nesta vida todos temos que ser úteis de alguma forma. Todos nós precisamos realizar alguma tarefa. Deus não nos concedeu a vida para que sejamos um peso para a Natureza.

Mas o coelhinho fugia a todo esforço nobre.

Certo dia, ele saiu de casa contrariado porque a mãe lhe pediu que a ajudasse nos serviços domésticos varrendo a pequena toca onde moravam.

Andando aos pulos por um caminho, Rogério ia resmungando. Cansado, sentou-se à sombra de uma árvore, à beira de um riozinho.

Preguiçoso, ele suspirou e disse:

— Ah! Gostaria de ser como esse riacho, que não faz nada!

Para sua surpresa, ouviu uma voz que dizia:

— Puro engano. Trabalho bastante. Transporto com muito cuidado a água que irá beneficiar as plantações e que será usada pelas criaturas humanas nos mais diversos serviços, e aves e animais vêm até mim para saciar a sede. Além disso, sirvo de morada para muitos peixes.

Assustado, Rogério pensou um pouco e, contemplando uma vaca malhada que ruminava no pasto, ali perto, considerou:

— Bem, então eu gostaria de ser como aquela vaca que passa o tempo todo sem fazer nada. Só come e dorme.

A vaquinha, que ouvira as palavras do coelhinho, se encostou na cerca e mugiu:

— Múuuuu... múuuuu.... Como não faço nada? Forneço o leite todas as manhãs. Sem contar que, muitas vezes, há irmãs nossas que dão até a vida para que os homens possam se alimentar.

Decepcionado pela reação do animal, o coelhinho olhou em torno procurando alguém que não fizesse absolutamente nada.

A árvore, que se conservara calada até aquele instante, entrou na conversa:

— Não olhe para mim! Também trabalho. Dou flores e frutos que servem de alimento. Agasalho pássaros, pequenos animais e insetos em meus galhos fortes. Além disso, todos gostam de descansar à minha sombra acolhedora. Como você, por exemplo!

O carneiro, que se aproximara para participar da conversa, esclareceu que fornecia a lã para

fazer agasalhos; a galinha, que ciscava ali perto, afirmou que dava seus ovos para alimentação e, até uma aranha, que tecia sua rede num galho, tinha uma tarefa:

— Se não fosse por mim, que me alimento das moscas e pequenos insetos que existem no ar, sua vida seria impossível! — afirmou orgulhosa.

O coelhinho estava muito envergonhado. Só ele não gostava de fazer nada.

Pensativo, Rogério voltou para casa.

Encontrou a mãe atarefada em arranjar alimento para a família. Sem dizer nada, pegou a vassoura e pôs-se a trabalhar.

TIA CÉLIA


                                                   
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita