O leitor Paulo Roberto M.
Tavares, em mensagem
publicada nesta edição, na
seção de Cartas,
escreveu-nos o seguinte:
Sabemos que os fenômenos
mediúnicos são tão antigos
quanto os homens e que as
Escrituras apresentam vários
casos de aparição de
Espíritos. Com relação,
porém, à orientação relativa
às comunicações mediúnicas,
em que livros da Bíblia
podemos encontrar algo?
Realmente, os fatos
pertinentes ao intercâmbio
com os Espíritos remontam à
mais remota antiguidade,
sendo tão velhos quanto o
nosso mundo.
A História, a esse
respeito, está pontilhada de
fenômenos.
A Bíblia mesma nos
mostra, no Antigo
Testamento, Saul conversando
com o Espírito de Samuel e,
no Novo Testamento, Jesus
recepcionando as visitas dos
Espíritos de Elias e Moisés
materializados, às vésperas
de sua prisão e consequente
crucificação.
O apóstolo Paulo, em suas
cartas, reconheceu a prática
dessas manifestações entre
os cristãos primitivos e
legou-nos orientações
importantes no tocante à
prática mediúnica, como
podemos verificar nos textos
seguintes:
"Segui o amor, e procurai
com zelo os dons
espirituais, mas
principalmente o de
profetizar. Porque o que
fala em outra língua não
fala aos homens, senão a
Deus; porque ninguém o
entende, e em espírito fala
de mistérios. Mas o que
profetiza fala aos homens,
para edificação, exortação e
consolação." (I Coríntios,
14:1 a 3.)
"Não extingais o Espírito.
Não desprezeis as profecias.
Examinai tudo. Retende o
bem." (I Tessalonicenses,
5:19 a 21.)
Em igual sentido, João
evangelista referiu-se
também às manifestações
espirituais e deixou-nos um
alerta, até hoje de grande
relevância, com respeito ao
cuidado que é preciso ter no
intercâmbio com os
desencarnados:
"Amados, não acrediteis em
todos os espíritos, mas
provai se os espíritos vêm
de Deus, porque já muitos
falsos profetas se têm
levantado no mundo." (I
João, 4:1 e 2.)
Destacamos nas
observações de Paulo e João
as seguintes propostas, no
tocante à prática da
mediunidade:
-
Procurar com zelo os
dons espirituais
-
Preferir as mensagens
transcendentais que
edificam e consolam
-
Examinar tudo e reter o
bem
-
Não aceitar cegamente o
que dizem os Espíritos
-
Analisar se o conteúdo
do que dizem é
compatível com as leis
de Deus.
No livro As Vidas de
Chico Xavier, Marcel
Souto Maior registrou um dos
primeiros e mais importantes
conselhos dados por Emmanuel
a Chico Xavier, logo no
início das tarefas do
saudoso médium no campo da
mediunidade:
Se alguma vez eu lhe der
algum conselho que não
esteja de acordo com Jesus e
Kardec, fique do lado deles
e procure me esquecer.
A semelhança entre o
conselho de Emmanuel e as
orientações de Paulo e João
não é, evidentemente, fruto
de uma mera coincidência.
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