O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 6)
Continuamos nesta edição
a apresentar o
estudo do livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Há nesta obra
registros de casos de
aparição do Espírito no
momento de sua morte
corpórea?
Sim. Um deles, relatado
pelo general L. G.,
ocorreu com o Sr.
Contaut, que declarou o
seguinte: - Um dia, em
Épinal, acabava de me
deitar, quando de súbito
vi aos pés de minha cama
o meu amigo Goenry,
comandante de
engenharia, então muito
distante dos Vosges.
Estava uniformizado e me
olhava tristemente. Tal
foi a minha surpresa que
exclamei: ‘Como, Goenry,
tu aqui!’ Nesse momento
ele desapareceu. No dia
seguinte recebi um
telegrama comunicando-me
a sua morte, que
ocorrera exatamente à
mesma hora da aparição.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
B. A ocorrência
mencionada na questão
acima não teve
testemunhas. É relatado
neste livro algum fato
que tenha sido
corroborado por pessoas
presentes à manifestação
do Espírito?
Sim. No dia 17 de março
de 1863, em Paris,
registrou-se um fato na
presença de várias
testemunhas. A Sra.
baronesa de Boilève
oferecia um jantar a
muitas pessoas, entre as
quais se contavam o
general Fleury,
escudeiro-mor do
imperador Napoleão II, o
Sr. Devienne, primeiro
presidente da Corte de
Cassação, e o Sr.
Delescaux, presidente da
Câmara no Tribunal Civil
do Sena. Durante o
jantar tratou-se
sobretudo da expedição
ao México, começada
havia já um ano. O filho
da baronesa, tenente de
caçadores a cavalo,
Honoré de Boilève, fazia
parte da expedição. O
banquete terminou
alegremente,
conservando-se os
convivas à mesa até às 9
horas da noite. A essa
hora, Mme. de Boilève se
levantou e foi sozinha
ao salão para mandar
servir o café. Mal
entrara, um grito
terrível alarmou os
convidados. Todos se
precipitaram para o
salão e encontraram a
baronesa desmaiada,
estendida no tapete.
Voltando a si, ela
contou-lhes uma história
extraordinária. Ao
transpor a porta do
salão, dera com seu
filho Honoré em pé na
outra extremidade do
aposento, uniformizado.
Ele tinha o rosto pálido
e ensanguentado. Ao cabo
de uma semana ela
recebeu a notícia de que
a 17 de março de 1863,
às 2 horas e 50 minutos
da tarde, no assalto de
Puebla, Honoré de
Boilève caíra morto por
uma bala mexicana, que o
atingira no olho
esquerdo e lhe
atravessara a cabeça.
Três meses mais tarde o
Dr. Nélaton transmitiu a
seus colegas da Academia
uma comunicação do
sucedido, escrita pelo
punho do primeiro
presidente Devienne e
assinada por todos os
convivas do famoso
jantar. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
C. Muitos cépticos
supunham, no caso das
aparições, que se as
pessoas segurassem o
fantasma, certamente
encontrariam em seu
lugar o médium
disfarçado. Essa
suposição chegou a ser
derrubada por meio de
fatos?
Sim. Uma
experiência vivida pelo
Sr. Montorgueil, redator
do jornal L’Éclair,
e publicada na edição de
24 de dezembro de 1905
do citado periódico,
desmentiu
peremptoriamente tal
hipótese,
patenteando-lhe a
parvoíce. O fato e todo
o seu desdobramento são
narrados por Léon Denis
na obra que ora
estudamos.(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
Texto
para leitura
79. Na carta que
mencionamos
anteriormente o general
L. G. assinala ainda o
seguinte fenômeno:
“O Sr. Contaut, velho
amigo de meu pai,
nascido como ele no
Épinal, donde veio para
Périgneux, lugar em que
se aposentou no cargo de
diretor do registro, me
referiu o seguinte
fato: - Um dia, em
Épinal, acabava de me
deitar, quando de súbito
vi aos pés de minha cama
o meu amigo Goenry,
comandante de
engenharia, então muito
distante dos Vosges.
Estava uniformizado e me
olhava tristemente. Tal
foi a minha surpresa que
exclamei: ‘Como, Goenry,
tu aqui!’ Nesse momento
ele desapareceu. Fiquei
impressionadíssimo. Fui
ter com minha mulher e
lhe narrei o que acabava
de passar-se,
acrescentando: ‘Aposto
que Goenry morreu.’ No
dia seguinte recebi um
telegrama comunicando-me
a sua morte, que
ocorrera exatamente à
mesma hora da aparição.
Ora, o Sr. Contaut é um
espírito muito positivo;
ignorava toda esta
espécie de fenômenos e
só me confiou o fato
porque eu lhe estivera
relatando outros da
mesma natureza, passados
comigo. Ele me declarou:
‘Jamais me fora possível
compreender esse
incidente. Que de vezes
pensei nele sem
conseguir achar-lhe
explicação!” (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
80. Citemos ainda um
caso mais antigo, porém
dos mais sugestivos
também, em razão dos
testemunhos oficiais que
o comprovam:
“A 17 de março de 1863,
em Paris, no primeiro
andar da casa nº 26, rua
Pasquier, por detrás da
Madalena, a Sra.
baronesa de Boilève
oferecia um jantar a
muitas pessoas, entre as
quais se contavam o
general Fleury,
escudeiro-mor do
imperador Napoleão II, o
Sr. Devienne, primeiro
presidente da Corte de
Cassação, o Sr.
Delescaux, presidente da
Câmara no Tribunal Civil
do Sena. Durante o
jantar tratou-se
sobretudo da expedição
ao México, começada
havia já um ano. O filho
da baronesa, tenente de
caçadores a cavalo,
Honoré de Boilève, fazia
parte da expedição e sua
mãe não deixara de
perguntar ao general
Fleury se o governo
tinha notícias dela. Não
as tinha. Falta de
notícias, boas notícias.
O banquete terminou
alegremente,
conservando-se os
convivas à mesa até às 9
horas da noite. A essa
hora, Mme. de Boilève se
levantou e foi sozinha
ao salão para mandar
servir o café. Mal
entrara, um grito
terrível alarmou os
convidados. Todos se
precipitaram para o
salão e encontraram a
baronesa desmaiada,
estendida no tapete.
Voltando a si,
contou-lhes ela uma
história extraordinária.
Ao transpor a porta do
salão, dera com seu
filho Honoré em pé na
outra extremidade do
aposento, uniformizado,
mas sem armas e sem
quepe. Tinha o rosto
pálido e ensanguentado.
Fora tal o espanto da
pobre senhora, que
pensara morrer. Todos se
apressaram em
tranquilizá-la,
fazendo-lhe ver que
tinha sido joguete de
uma alucinação, que
sonhara acordada.
Sentindo-se ela, porém,
inexplicavelmente fraca,
chamaram com urgência o
médico da família, que
era o ilustre Nélaton.
Posto ao corrente da
estranha aventura, o
facultativo prescreveu
calmantes e retirou-se.
No dia seguinte a
baronesa estava
fisicamente
restabelecida, mas o
moral ficara abalado.
Daí por diante mandava
duas vezes ao dia um
portador ao ministério
da guerra pedir notícias
do tenente.
Ao cabo de uma semana
recebeu a notícia
oficial de que a 17 de
março de 1863, às 2
horas e 50 minutos da
tarde, no assalto de
Puebla, Honoré de
Boilève caíra morto por
uma bala mexicana, que o
atingira no olho
esquerdo e lhe
atravessara a cabeça.
Três meses mais tarde o
Dr. Nélaton transmitiu a
seus colegas da Academia
uma comunicação do
sucedido, escrita pelo
punho do primeiro
presidente Devienne e
assinada por todos os
convivas do famoso
jantar.” (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
81.
Em seu número de 24 de
dezembro de 1905,
L’Éclair publicou
uma importante
declaração do Senhor
Montorgueil, redator
desse jornal, que então
se decidira a falar das
experiências de que
participara em 1896 ou
1897, em casa do
engenheiro Mac-Nob, rua
Lepic. Foi necessária a
afirmação corajosa do
professor Charles Richet
sobre a realidade do
fantasma da vivenda
Cármen para que ele
saísse do silêncio em
que se mantivera durante
dezoito anos. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
82. Muitos cépticos,
pouco a par dessas
investigações,
ingenuamente supõem que,
se se atirassem ao
fantasma e o impedissem
de mover-se,
encontrariam o médium
disfarçado. A seguinte
experiência do Sr.
Montorgueil responde
peremptoriamente a esta
hipótese,
patenteando-lhe a
parvoíce. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
83. Vamos sem delongas
ao ponto interessante da
narrativa:
“Uma noite recebi uma
pancada no ombro, uma
pancada algum tanto
brusca. Passado um
instante, notei que me
roçava os joelhos uma
saia. Segurei-a, mas
escapou-me dos dedos. O
fantasma atirou-se de
novo a mim. Senti de
repente que me esfregava
o rosto com um pano.
Acreditei ser um
gracejo: agarrei,
furioso, a mão que me
correra pela face. A
cólera, junto a um certo
medo, me decuplicava as
forças. Pedi em gritos
que acendessem as luzes,
o que logo foi feito
pelo engenheiro.
Achava-me então de pé e
com um dos braços
apertava de encontro ao
corpo um outro braço,
cujo pulso segurava com
a mão, que a raiva havia
transformado em tenaz.
Reinava absoluto
silêncio; meus ouvidos
não percebiam nenhum
ruído de respiração; nem
minhas faces lhe sentiam
o calor característico.
Somente meus pés
sapateavam.
A mão do fantasma
tentava, no entanto,
fugir da minha.
Dava-me a sensação de se
estar fundindo entre os
meus dedos. A luz
brilhara de novo: a luta
não durara mais de dez
segundos. Contra mim
ninguém; todos estavam
nos seus lugares e
denotavam mais
curiosidade do que
ansiedade. É fora de
dúvida que se tivesse
agarrado por aquela
maneira uma pessoa, eu a
houvera derrubado, ou,
numa luta corpo a corpo,
como a em que me vira
empenhado, ela só
conseguiria atirar-me ao
chão, depois que nossas
mãos se houvessem
separado. Tal pessoa não
lograria libertar-se de
mim sem um empurrão.”
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
(Continua no próximo
número.)
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