Aurélio
Gonçalves
Robles:
“Estamos onde
estamos por
oportunidade de
trabalho e não
para nos
evidenciarmos”
O dirigente do
Centro Espírita
Pátria do
Evangelho, da
cidade paulista
de Americana,
fala-nos sobre
sua
experiência
na tarefa
espírita
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Aurélio
Gonçalves Robles
(foto),
natural de
Votuporanga e
residente em
Americana, ambas
as cidades
situadas no
Estado de São
Paulo, é
industriário
aposentado e
espírita desde a
primeira
infância. Atual
presidente do
Centro Espírita
Pátria do
Evangelho, ele
nos fala na
presente
entrevista sobre
o movimento
espírita e sua
larga
experiência
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nas lides
espíritas.
Como se tornou
espírita?
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Eu tinha apenas
4 anos quando
meus pais
começaram a
participar das
reuniões
mediúnicas e de
estudos e já me
levavam, e eu
tão criança já
aceitava a
Doutrina com
toda a
naturalidade.
Quais as
repercussões
íntimas do
conhecimento
espírita?
Na Doutrina eu
sempre me senti
com toda a
naturalidade –
nunca me pareceu
estranha –,
porém a luta
íntima com o meu
eu rebelde é o
grande desafio.
Quais as suas
impressões sobre
o movimento
espírita atual?
Deixa muito a
desejar. São
poucos os
trabalhadores
que despertaram
para as
realidades e os
objetivos de tão
esclarecedora e
consoladora
Doutrina. Não
gostaria de
entrar em muitos
tópicos, isso
demandaria tempo
e estudos
apurados,
condições para
os quais eu não
disponho. Mas
vejo, com muita
alegria, o
aparecimento de
novos e
valorosos
estudiosos,
novos
conferencistas,
novos
pesquisadores e
novos
divulgadores,
porém não deixa
de me preocupar
o surgimento de
“donos de
centros” e de
casas que se
formam em torno
dos chamados
“médiuns de
curas”. Isso, no
que eu aprendi
nesses sessenta
anos de vivência
doutrinária,
desestrutura e
interrompe o
desenvolvimento
dos
conhecimentos
espíritas pelos
frequentadores
de tais Casas.
O que mais lhe
chama atenção no
Espiritismo?
Tudo no
Espiritismo é
tão claro, que
me seria difícil
destacar isto ou
aquilo, mas a
doutrina da
evolução (nossa
razão principal
de existir), as
necessidades
urgentes das
nossas
transformações
morais e os
nossos papéis de
colaboradores na
Obra da Criação
Divina, para não
deixar de citar
alguns, eis
aspectos
doutrinários que
é preciso
ressaltar,
embora veja o
Espiritismo como
um todo. A
título de
curiosidade, o
que me prendeu
na Doutrina
desde criança
não foram os
fenômenos
mediúnicos, mas,
sim, a certeza
da reencarnação.
Isso respondeu a
uma pergunta
que, por certo,
eu já trouxe
para a presente
existência.
De sua
experiência com
a instituição a
que se vincula,
que fato
sobressai?
Um companheiro
que, fechando os
olhos e tapando
os ouvidos para
as relutâncias,
começou um
trabalho com os
moradores de
rua, acreditando
que as sementes
lançadas em prol
das suas
recuperações
dariam frutos (e
dão), não que vá
às mil
maravilhas, mas
é um trabalho
compensador.
Como sente o
interesse do
público pelo
conhecimento
espírita?
Ainda pequeno,
mas crescente.
Quanto às
palestras a que
também você se
tem dedicado,
quais as suas
impressões?
Não é o meu
forte, mas as
procuro
direcionar de
acordo com o
público a quem
vou falar. Nem
sempre, pelas
minhas
limitações,
consigo atingir
as metas
almejadas, só em
partes.
Suas palavras
finais.
Gostaria de
pedir aos
trabalhadores
espíritas, de um
modo geral, que
fujam do
individualismo,
tanto individual
como grupal,
pois tais
individualismos
humilham aqueles
de menores
recursos e
incitam o
orgulho dos que
já os trazem
ínsitos na
personalidade,
redundando em
prejuízo para a
nossa Doutrina:
troquem o “eu”
pelo nós, o
“nosso Grupo”,
quando tiver que
se referir a um
trabalho feito
no grupo em que
atua, pelo nome
da Instituição a
que se refere.
Mesmo que as
circunstâncias
os obriguem a
usar os termos
meu ou nosso,
nunca os
carreguem de
muita ênfase,
mas com um tom
de quem está aí
para cooperar e
não exaltar
nada. Estamos
onde estamos por
oportunidade de
trabalho e de
cooperação, e
não para nos
evidenciarmos.