Year 10 - N° 468 - June 5, 2016

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Ano 10 - N° 478 - 14 de Agosto de 2016

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)

 

 
Aurélio Gonçalves Robles: 

“Estamos onde estamos por oportunidade de trabalho e não para nos evidenciarmos”

O dirigente do Centro Espírita Pátria do Evangelho, da cidade paulista de Americana, fala-nos sobre sua
experiência na tarefa espírita
 

Aurélio Gonçalves Robles (foto), natural de Votuporanga e residente em Americana, ambas as cidades situadas no Estado de São Paulo, é industriário aposentado e espírita desde a primeira infância. Atual presidente do Centro Espírita Pátria do Evangelho, ele nos fala na presente entrevista sobre o movimento espírita e sua larga experiência  

nas lides espíritas. 

Como se tornou espírita?  

Eu tinha apenas 4 anos quando meus pais começaram a participar das reuniões mediúnicas e de estudos e já me levavam, e eu tão criança já aceitava a Doutrina com toda a naturalidade. 

Quais as repercussões íntimas do conhecimento espírita? 

Na Doutrina eu sempre me senti com toda a naturalidade – nunca me pareceu estranha –, porém a luta íntima com o meu eu rebelde é o grande desafio. 

Quais as suas impressões sobre o movimento espírita atual? 

Deixa muito a desejar. São poucos os trabalhadores que despertaram para as realidades e os objetivos de tão esclarecedora e consoladora Doutrina. Não gostaria de entrar em muitos tópicos, isso demandaria tempo e estudos apurados, condições para os quais eu não disponho. Mas vejo, com muita alegria, o aparecimento de novos e valorosos estudiosos, novos conferencistas, novos pesquisadores e novos divulgadores, porém não deixa de me preocupar o surgimento de “donos de centros” e de casas que se formam em torno dos chamados “médiuns de curas”. Isso, no que eu aprendi nesses sessenta anos de vivência doutrinária, desestrutura e interrompe o desenvolvimento dos conhecimentos espíritas pelos frequentadores de tais Casas.  

O que mais lhe chama atenção no Espiritismo?  

Tudo no Espiritismo é tão claro, que me seria difícil destacar isto ou aquilo, mas a doutrina da evolução (nossa razão principal de existir), as necessidades urgentes das nossas transformações morais e os nossos papéis de colaboradores na Obra da Criação Divina, para não deixar de citar alguns, eis aspectos doutrinários que é preciso ressaltar, embora veja o Espiritismo como um todo. A título de curiosidade, o que me prendeu na Doutrina desde criança não foram os fenômenos mediúnicos, mas, sim, a certeza da reencarnação. Isso respondeu a uma pergunta que, por certo, eu já trouxe para a presente existência. 

De sua experiência com a instituição a que se vincula, que fato sobressai?  

Um companheiro que, fechando os olhos e tapando os ouvidos para as relutâncias, começou um trabalho com os moradores de rua, acreditando que as sementes lançadas em prol das suas recuperações dariam frutos (e dão), não que vá às mil maravilhas, mas é um trabalho compensador. 

Como sente o interesse do público pelo conhecimento espírita?  

Ainda pequeno, mas crescente.  

Quanto às palestras a que também você se tem dedicado, quais as suas impressões?  

Não é o meu forte, mas as procuro direcionar de acordo com o público a quem vou falar. Nem sempre, pelas minhas limitações, consigo atingir as metas almejadas, só em partes. 

Suas palavras finais. 

Gostaria de pedir aos trabalhadores espíritas, de um modo geral, que fujam do individualismo, tanto individual como grupal, pois tais individualismos humilham aqueles de menores recursos e incitam o orgulho dos que já os trazem ínsitos na personalidade, redundando em prejuízo para a nossa Doutrina: troquem o “eu” pelo nós, o  “nosso Grupo”, quando tiver que se referir a um trabalho feito no grupo em que atua, pelo nome da Instituição a que se refere. Mesmo que as circunstâncias os obriguem a usar os termos meu ou nosso, nunca os carreguem de muita ênfase, mas com um tom de quem está aí para cooperar e não exaltar nada. Estamos onde estamos por oportunidade de trabalho e de cooperação, e não para nos evidenciarmos.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita