Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 44)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Qual é o
dever do ser
inteligente na
Terra e no
Espaço?
Socorrer em nome
do amor os
irmãos que se
detêm
ergastulados no
erro, no
desconhecimento,
na dor. Segundo
Eurípedes
Barsanulfo,
ninguém tem o
direito de
acender uma
candeia e
ocultá-la sob o
alqueire, quando
há o predomínio
de sombras
solicitando
claridade. A
consciência
esclarecida não
se pode omitir
quando convidada
ao serviço de
libertação da
ignorância de
outras em
aturdimento.
Somos células
pulsantes do
organismo
universal, e
quando alguém
está enfermo,
debilitado,
detido no
cárcere do
desconhecimento,
o seu estado se
reflete no
conjunto
solicitando
cooperação.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
22 – Lições de
sabedoria.)
B. É verdade que
o retorno à
pátria
espiritual de
muitos
trabalhadores
das lides
espíritas tem
sido doloroso e
angustiante?
Sim. Enleados
pelos vigorosos
fios da soberba
e da presunção,
muitos espíritas
creem-se
especiais e
dotados com
poderes de a
tudo e a todos
agredir e
malsinar. Como
consequência
dessa atitude
enferma, estão
desencarnando
muito mal
incontáveis
trabalhadores da
seara espírita
que, ao inverso,
deveriam estar
em condições
felizes. Segundo
Eurípedes
Barsanulfo, o
retorno de
expressivo
número deles ao
Grande Lar tem
sido doloroso e
angustiante,
conforme tem
sido constatado
nas experiências
vivenciadas na
Esfera
espiritual onde
se localiza o
Sanatório
Esperança.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
22 – Lições de
sabedoria.)
C. Que recado
especial
Eurípedes nos
dirige a todos
por meio da obra
que ora
estudamos?
Ele espera que todos
nós
compreendamos
que desencarnar
é desvestir-se
da carne; mas
libertar-se dela
e das suas
vinculações é,
porém, realidade
totalmente
diversa e de
mais difícil
realização.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
22 – Lições de
sabedoria.)
Texto para
leitura
224. Na
residência de
Eurípedes
– Na ampla
residência de
Eurípedes
encontravam-se
inúmeros
Espíritos
joviais que
receberam os
visitantes com
verdadeiro e
natural
contentamento. O
anfitrião os
apresentou a
todos, um a um,
entretecendo
ligeiro
comentário a
respeito de cada
qual. Eram
familiares da
última
experiência
física, amigos
queridos,
ex-alunos,
cooperadores
devotados,
médiuns que o
auxiliavam na
psicoterapia
espiritual com
os sofredores
desencarnados,
enfim, membros
da grande ordem
do amor
universal.
Eurípedes
explicou que o
encontro tinha
por objetivo
agradecer a
visita feita por
Manoel P. de
Miranda e
entretecer
breves
comentários em
torno do cristão
no mundo,
especialmente do
cristão-espírita
enriquecido pela
Terceira
Revelação. Todos
concentraram os
olhos e a
atenção no
emérito
trabalhador de
Jesus que, sem
mais delonga,
considerou:
“Todo
conhecimento
superior que se
adquire visa ao
desenvolvimento
moral e
espiritual do
ser. No que diz
respeito às
conquistas
imortais, a
responsabilidade
cresce na razão
direta daquilo
que se assimila.
Ninguém tem o
direito de
acender uma
candeia e
ocultá-la sob o
alqueire, quando
há o predomínio
de sombras
solicitando
claridade. A
consciência
esclarecida,
portanto, não se
pode omitir
quando convidada
ao serviço de
libertação da
ignorância de
outras em
aturdimento.
Somos células
pulsantes do
organismo
universal, e
quando alguém
está enfermo,
debilitado,
detido no
cárcere do
desconhecimento,
o seu estado se
reflete no
conjunto
solicitando
cooperação.
Jesus é o
exemplo dessa
solidariedade,
porque jamais se
escusou, nunca
se deteve,
avançando sempre
e convidando
todos aqueles
que permaneciam
na retaguarda
para segui-lo.
Esse é o
compromisso do
ser inteligente
na Terra e no
Espaço: socorrer
em nome do amor
os irmãos que se
detêm
ergastulados no
erro, no
desconhecimento,
na dor...”
(Tormentos da
Obsessão, cap.
22 – Lições de
sabedoria.)
225.
Prometido por
Jesus, o
Consolador veio
– Eurípedes
Barsanulfo
prosseguiu: “A
Humanidade,
desde priscas
Eras, tem
recebido a
iluminação que
verte do Alto.
Nunca faltaram
os missionários
do Bem e da
Verdade
conclamando à
ascensão, à
superação das
imperfeições
morais. Em época
alguma e em
lugar nenhum
deixou de
brilhar a chama
da esperança em
nome de Nosso
Pai, que enviou
os Seus
apóstolos ao
Planeta, a fim
de que todas as
criaturas
tivessem as
mesmas chances
de
autorrealização
e de crescimento
interior. Todos
eles, os nobres
Mensageiros da
Luz,
desempenharam as
suas atividades
em elevados
climas de
enobrecimento e
de abnegação,
que deles
fizeram líderes
do pensamento de
cada povo, de
todos os povos.
Foi, no entanto,
Jesus, quem
melhor se doou à
Humanidade,
ensinando pelo
exemplo
dedicação até à
morte, e
oferecendo
carinho até
hoje, aguardando
com paciência
infinita que as
Suas ovelhas
retornem ao
aprisco. Apesar
das Suas
magníficas
lições, o ser
humano alterou o
rumo da Sua
proposta de
lídima
fraternidade,
promovendo
guerras de
extermínio,
elaborando
castas
separatistas,
elegendo ilusões
para a conquista
do reino
terrestre...
Sabendo, por
antecipação,
dessa
peculiaridade da
alma humana, o
Mestre prometeu
o Consolador que
viria para
erguer em
definitivo os
combalidos na
luta,
permanecendo com
as criaturas até
o fim dos
tempos... E o
Consolador veio.
Ao ser
apresentado no
Espiritismo,
surgiram
incontáveis
possibilidades
de edificação
humana, pelo
fato de a
Doutrina abarcar
os vários
segmentos
complexos e
profundos da
Ciência, da
Filosofia e da
Religião,
contribuindo em
todas as áreas
do conhecimento
e da emoção para
o
desenvolvimento
dos valores
eternos e a
consequente
consolidação do
reino de Deus na
Terra”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
22 – Lições de
sabedoria.)
226.
Desavenças e
conflitos
aparecem, tal
qual ocorreu no
passado
– Feita ligeira
pausa, Eurípedes
continuou:
“Expandindo-se a
Codificação
kardequiana, as
multidões
esfaimadas de
paz e
atormentadas por
vários fatores,
acercaram-se e
continuam
abeberando-se na
fonte generosa e
rica, para serem
atendidas,
sorvendo os seus
sábios
ensinamentos.
Quando, porém,
deveriam estar
modificados os
rumos
convencionais e
estabelecidos a
fraternidade, a
solidariedade, a
tolerância, o
trabalho de amor
na família que
se expande,
começam a surgir
desavenças,
ressentimentos,
conflitos,
campanhas de
perturbação e
ataques
grosseiros,
repetindo-se as
infelizes
disputas geradas
pelo egoísmo e
pela vã cegueira
das paixões
dissolventes,
conforme ocorreu
no passado com o
Cristianismo,
destruindo a
sementeira ainda
não concluída e
ameaçando a
ceifa que
prometia
bênçãos.
Espíritos uns,
possuídos pelo
desejo de
servir,
mergulham no
corpo conduzindo
expectativas
felizes para
ampliar os
horizontes do
trabalho digno,
mas, vítimas de
si mesmos e do
seu passado
sombrio,
restabelecem as
vinculações
enfermiças,
tombando nas
malhas bem
urdidas de
obsessões
cruéis,
vitimados e
perdidos...
Outros mais, que
deveriam ser as
pontes luminosas
para o
intercâmbio
entre as duas
esferas
vibratórias,
açodados na
inferioridade
moral,
comprometem-se
com os vícios
dominantes no
mundo e desertam
das tarefas
redentoras...
Diversos outros
ainda,
preparados para
divulgar o
pensamento
libertador,
deixam-se vencer
pelo bafio do
egoísmo e do
orgulho que
deveriam
combater,
tornando-se
elementos
perturbadores,
devorados pela
ira fácil e
dominados pela
presunção
geradora de
ressentimentos e
de ódios... A
paisagem, que
deveria
apresentar-se
irisada pela luz
do amor,
torna-se
sombreada pelos
vapores da
soberba e do
despautério,
tornando-se
palco de
disputas vis e
de promoções
doentias do
personalismo,
longe das
seguras
diretrizes do
legítimo
pensamento
espírita...”
(Tormentos da
Obsessão, cap.
22 – Lições de
sabedoria.)
227.
Desencarnar e
libertar-se são
coisas distintas
– Continuando
sua fala,
Eurípedes
completou: “Que
estão fazendo
aqueles que se
comprometeram
amar, ajudar-se
reciprocamente,
fornecendo as
certezas da
imortalidade do
Espírito e da
Justiça Divina?
Enleados pelos
vigorosos fios
da soberba e da
presunção,
creem-se
especiais e
dotados com
poderes de a
tudo e a todos
agredir e
malsinar. Como
consequência
dessa atitude
enferma estão
desencarnando
muito mal
incontáveis
trabalhadores
das lides
espíritas que,
ao inverso,
deveriam estar
em condições
felizes. O
retorno de
expressivo
número deles ao
Grande Lar tem
sido doloroso e
angustiante,
conforme
constatamos nas
experiências
vivenciadas em
nossa Esfera de
atividade
fraternal e
caridosa. O
silêncio em
torno da questão
já não é mais
possível. Por
essa razão,
anuímos que
sejam
trombeteadas as
informações em
torno da
desencarnação
atormentada de
muitos
servidores da
Era Nova em
direção aos
demais
combatentes que
se encontram no
mundo, para que
se deem conta de
que desencarnar
é desvestir-se
da carne,
libertar-se dela
e das suas
vinculações,
porém, é
realidade
totalmente
diversa e de
mais difícil
realização”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
22 – Lições de
sabedoria.)
(Continua no
próximo número.)