Visão sobre o dinheiro,
após a morte
No dia 19 de julho
comemorou-se o dia da
caridade, e falar dela é
falar de prática do
amor. A caridade é muito
compartilhada pelas
religiões, e está ligada
à justiça. Existem
várias formas de se
praticar a caridade,
como a espiritual, a
moral, a intelectual e a
material. Temos
compromisso com Deus,
com a sociedade e com o
Universo e, portanto, é
significativo que
pratiquemos sempre o
bem. E falar da caridade
material é falar também
de dinheiro.
Notemos o que dizem três
pessoas que viveram no
Brasil e agora se
encontram na Vida
Espiritual em relação ao
dinheiro e seu uso. O
primeiro deles foi o
padre Manuel da Nóbrega,
fundador de São Paulo,
que no Além escolheu o
pseudônimo de Emmanuel,
falando do poder de
compra do dinheiro: “Tu
compras na Terra o pão e
a vestimenta, o calçado
e o remédio, menos a
paz. Dar-te-á o dinheiro
residência e conforto,
com exceção da
tranquilidade de
espírito”. (1)
Já o poeta Benedito
Rodrigues de Abreu,
nascido em Capivari-SP,
na poesia Ouro(2),
compara o dinheiro com a
caridade:
“Todo o ouro dos bancos
pode nutrir, um dia,
a glória do trabalho...
Todo o ouro das minas
É promessa de pão,
E o ouro da moeda
Que auxilia e circula
É sangue do progresso.
Mas apenas o ouro
Que gastas apagando
As aflições dos outros
Acendendo sorrisos
Em máscaras de pranto,
É o ouro da alegria
Nos tesouros de amor
Que acumulas no Céu.”
Em terceiro, o médico,
que viveu no Rio de
Janeiro, Adolfo Bezerra
de Menezes, na mensagem
Dinheiro:
(3)
“O dinheiro não é luz,
mas sustenta a lâmpada.
Não é a paz, no entanto,
é um companheiro para
que se possa obtê-la.
Não é o calor, contudo,
adquire agasalho.
Não é o poder da fé, mas
alimenta a esperança.
Não é o amor,
entretanto, é capaz de
erguer-se por valioso
ingrediente na proteção
afetiva.
Não é o tijolo de
construção, todavia,
assegura as atividades
que garantem o
progresso.
Não é cultura, mas apoia
o livro.
Não é visão, contudo,
ampara o encontro de
instrumentos que ampliam
a capacidade dos olhos.
Não é base da cura, no
entanto, favorece a
aquisição do remédio.
Em suma, o dinheiro,
associado à consciência
tranquila, alavanca do
trabalho e fonte da
beneficência, apoio da
educação e alicerce da
alegria, é uma bênção do
Céu que, de modo
imediato, nem sempre faz
felicidade, mas sempre
faz falta”.
Afinal, como devemos
entender a questão? O
dinheiro traz ou não a
felicidade? Para nos
despedirmos, deixamos o
leitor na companhia do
teatrólogo Henrik Ibsen:
“Com o dinheiro
podemos comprar muitas
coisas, mas não o
essencial para nós.
Proporciona-nos comida,
mas não apetite;
remédios, mas não saúde;
dias alegres, mas não a
felicidade”.
Referências:
(1) Emmanuel
(Chico Xavier) – Luz
no lar – FEB.
(2) Rodrigues de
Abreu (Chico Xavier) –
Antologia dos
imortais – FEB.
(3) Bezerra de
Menezes (Chico Xavier) –
Mensagens de saúde
espiritual – Editora
EME.